Novo treinador terá uma geração frágil para a disputa da Copa do Mundo da Rússia, em 2018, e com apenas um craque: Neymar

Novo treinador terá uma geração frágil para a disputa da Copa do Mundo da Rússia, em 2018, e com apenas um craque: Neymar

Resgatar o respeito pela “amarelinha”, domar astros novatos e milionários, impor limites aos jogadores na conduta dentro da seleção... Nenhum desafio será maior para o técnico Dunga do que superar a geração apenas regular de atletas à disposição para a Copa do Mundo da Rússia, em 2018.

O problema enfrentado por Mano Menezes e Felipão, seus antecessores, será também uma dura realidade neste recomeço de Dunga à frente do selecionado brasileiro.

Na Copa do Mundo escrevi algumas vezes que o Brasil tinha um craque, no caso Neymar, e outros bons jogadores. Essa é a realidade. Foi-se o tempo que a seleção contava com três, quatro, cinco jogadores acima da média. A realidade agora é bem diferente. E Dunga sabe disso.

É claro que o time brasileiro, escorado num bom esquema tático, não passa vergonha nem diante da Alemanha como aconteceu na semifinal do último Mundial. Isso foi um desastre, uma exceção e muito por culpa do superado técnico Felipão.

No entanto, a qualidade técnica, que sempre foi uma característica do time canarinho, está em xeque e faltam jogadores com poder de decisão. Isso ficou muito claro durante a caminhada da seleção na Copa do Mundo.

Isso é reflexo das mazelas que assolam o futebol brasileiro, principalmente as categorias de base dos clubes. A má formação dos atletas estoura agora na seleção brasileira. E o quadro não mudará de uma hora para a outra.

Dunga citou isso durante sua apresentação à seleção brasileira. Outros treinadores já haviam me alertado. Só não enxerga quem não quer.

Para o torcedor, o Brasil é ainda uma potência mundial e um país capaz de formar duas seleções geniais e competitivas. Isso é uma “meia verdade”. Somos, sim, uma força no futebol mundial e temos uma camisa muito respeitada pelos rivais – não mais temida como em outros tempos.

No entanto, por aqui é possível se formar uma única seleção brasileira e com ressalvas. O trabalho de Dunga não será fácil, tampouco do técnico Gallo, que comandará o time na luta pela inédita medalha olímpica, em 2016, no Rio de Janeiro.

A falta de um bom material humano limita demais o treinador. Felipão, apesar de ser um treinador superado, que parou no tempo, sofreu também com a fragilidade desta nova geração de jogadores brasileiros. A sua convocação sem muitas polêmicas e com muitas limitações provou que realmente as opções eram escassas.

Dunga agiu certo ao não rifar o time de Felipão, até porque existe uma base que é a realidade do futebol brasileiro. Vai restar ao novo treinador buscar, com competência e criatividade, outros nomes para compor a seleção para a disputa do Mundial na Rússia.

A reformulação já foi feita na seleção e começou com Mano Menezes, demitido de forma irresponsável durante seu melhor momento à frente do time brasileiro. Agora Dunga precisa trabalhar em cima da realidade, que é dura.

Alguns jogadores deram adeus à seleção neste mundial, casos do goleiro Julio Cesar e dos laterais Daniel Alves e Maicon. Este último, talvez, possa ainda continuar nos planos, o que dependerá muito do desejo de Dunga.

A base da seleção é nova e apenas regular. Comandada por um único craque, Neymar, e recheada de apenas bons coadjuvantes. O torcedor tem que entender que não existe mais jogadores da qualidade de Ronaldo, Rivaldo, Romário, Ronaldinho Gaúcho, astros que fizeram a diferença nos últimos anos.

Existe um vácuo no futebol brasileiro atual. Neymar é o único “diferente”. Essa é a realidade e o principal desafio a ser encarado por Dunga, que terá uma caminhada difícil até a próxima Copa do Mundo, se ele e a seleção chegarem lá.

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Foto: UOL

 

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