Passada a magia dos últimos 30 dias quando os olhos de todo o mundo se voltaram para a Copa do Mundo no Brasil, com a Alemanha se tornado tetracampeã de futebol, resolvi aproveitar para fazer o caminho inverso na análise.

Geralmente perguntamos o que o tênis, este esporte tão disciplinado, rígido e dependente de concentração, pode trazer como ensinamentos ao futebol. Mas diante da vitória alemã, e do fracasso brasileiro, alguns apontamentos no sentido inverso merecem ser feitos.

Excesso de emoção é um diferencial positivo para o atleta? Não, o mais importante é a concentração e o equilíbrio. Lembro de muitos jogos, ainda nos anos 80, em que John McEnroe gritava, reclamava do juiz, agitava o jogo, no simples objetivo de tirar a concentração do oponente. Usava isso como tática. Ele estava concentrado.

Um jogo pode ser vencido no grito? Nem no tênis, tampouco no futebol. A tenista Serena Williams ainda cultiva esse hábito. Faz o ponto, vai até a rede e grita nos ouvidos das adversárias. Parou de dar certo faz tempo. Se tornou algo chato. Fábio Fognini, o tenista italiano, também abusa deste expediente de dar gritos. Outra chatice.

A Alemanha pensou na base, ergueu seu centro de treinamento no litoral baiano pensando em um projeto campeão. Treinava praticamente todo o dia, seja os reservas ou os titulares. Se acostumou ao sol do nordeste para fazer frente aos jogos das 13 horas durante a copa. No tênis, a recém disputada final de Wimbledon, dia 6 de julho, entre Roger Federer e Novak Djokovic teve 3 horas e 56 minutos de duração. O jogo foi duro até o final.

O desgaste é grande, mas sem preparo físico e psicológico, a técnica não flui.

Ah sim, no tênis tudo se concentra no jogador em quadra, embora ele tenha seu staff com treinador, preparador etc. Mas o tenista joga sozinho, executa golpes e movimentos previamente preparados para cada adversário. Certamente o público leigo não percebe, mas o tenista “faz a leitura” de como seu oponente vai bater na bola antes mesmo de receber a devolução ou o saque. Já no futebol, jamais se pode jogar em função de um homem, de uma única estratégia como fez o Brasil. Um time, uma jogada, uma única estratégia. Seu adversário “leu” antes e se deu bem.

Esporte é vida! Viva o Tênis.

Gustavo Alves dos Santos - nosesportes@gmail.com

No Twitter: @gustavofarmacia

Foto: UOL

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