Somados, todos os possíveis rivais do São Paulo até a decisão têm apenas um mísero título da Copa Libertadores

Somados, todos os possíveis rivais do São Paulo até a decisão têm apenas um mísero título da Copa Libertadores

Se levar em conta apenas a tradição, o torcedor são-paulino pode cobrar de Muricy Ramalho e companhia ao menos a final da Copa Sul-Americana. Favorecido pelo cruzamento elaborado pela Conmebol e pelo critério de classificação da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para o torneio, o clube do Morumbi é o grande favorito em seu lado da chave.

Nesta terça, o São Paulo estreia na fase final do torneio contra o Huachipato, do Chile, no Morumbi. Se passar, nas quartas vai encarar Goiás ou Emelec. Na semi, os rivais seriam os brasileiros Vitória e Bahia ou Universidade César Vallejo e Atlético Nacional, de Peru e Colômbia, respectivamente.

Somados, todos os possíveis rivais do São Paulo até a decisão têm apenas um mísero título da Copa Libertadores. O Atlético Nacional, em 1989, levantou a taça mais importante do continente. Nenhum deles ganhou a Sul-Americana.

O clube do Morumbi, como se sabe, é tricampeão da Libertadores e venceu o segundo torneio mais importante do continente há dois anos. Em número de taças, porém, ele fica atrás de vários dos concorrentes que estão do outro lado da chave.

Se o São Paulo não tem nenhum chamado "grande" pela frente, a outra vaga na final ficará entre Boca Juniors, River Plate, Estudiantes e Peñarol, todos multicampeões do continente, que vão encarar Lanús, Cerro Porteño, Libertad e o Deportivo Capiatá.

A disparidade de forças, ao menos no nome, é gritante. Boca (seis vezes), River (duas), Estudiantes (quatro) e Peñarol (cinco) somam 17 conquistas da Libertadores. Fora isso, o grupo ainda soma três Sul-Americanas – duas do Boca e uma do Lanús.

A diferença foi produzida pelo chaveamento da Conmebol. Pelo regulamento, a única regra é que brasileiros e argentinos enfrentam só times do restante da América do Sul, que vieram de uma primeira fase mais extensa. Não há nada que diga, porém, que brasileiros não possam enfrentar argentinos nas quartas ou na semi, o que provavelmente traria mais equilíbrio ao torneio.

Além disso, o sorteio prejudicou consideravelmente os argentinos, que só encontrarão paraguaios ou uruguaios pelo caminho. Para os brasileiros, restaram um peruano, um colombiano, um equatoriano e um chileno.

Por último, pesa a favor do São Paulo o critério da escolha da CBF, que manda à Sul-Americana os times precocemente eliminados da Copa do Brasil. Os argentinos, ao contrário, classificam ao torneio os melhores colocados da chamada "tabela final" do torneio nacional, que soma os pontos do Clausura e do Apertura, que não foram à Libertadores.

O efeito prático disso é que a lista dos argentinos é recheada de times que completaram o ano passado entre os dez melhores do país. No Brasil, a tendência é que as equipes que ocupam esses postos ainda estejam na disputa da Copa do Brasil – o São Paulo, por exemplo, só não está no torneio porque foi surpreendido pelo Bragantino no mata-mata nacional.

Foto: UOL

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