Rio de Janeiro, 2 jul (EFE).- Desejo de vingança, mistério, Maracanã lotado e expectativa de bom futebol são alguns dos ingredientes que deverão estar presentes antes e durante o duelo desta sexta-feira, às 13h (horário de Brasília), entre França e Alemanha, que definirá o primeiro semifinalista da Copa do Mundo.
As duas seleções têm diferentes status no futebol mundial, já que os 'Bleus' conquistaram um título mundial, enquanto o 'Nationalelf' levantou a taça três vezes, além de serem uma das maiores potências dos Mundiais. A história do confronto tem 83 anos de história, desde a vitória francesa por 1 a 0 em amistoso disputado na cidade de Colombes.
Agora, quem levar a melhor no clássico disputado no Maracanã garante a presença de ao menos um europeu entre os quatro melhores da Copa. Depois das duas seleções, a Holanda tentará passar da Costa Rica, e a Bélgica pegará a Argentina, para tentar pôr fim a "mini-Copa América", como foi apelidada a competição no Brasil.
Este será o quarto duelo entre franceses e alemães em Mundiais. Os 'Bleus' só venceram uma vez, em 1958, por 6 a 3, em disputa de terceiro lugar. Depois disso, o panorama mudou completamente, e os agora tricampeões se tornaram uma pedra no sapato para os rivais.
Foram dois encontros nas semifinais, em 1982 e 1986, que impediram os franceses de chegar a uma decisão. Na primeira oportunidade o jogo acabou decidido nos pênaltis por 5 a 4. Quatro anos depois, foram precisos 90 minutos para os alemães vencerem por 2 a 0. Curiosamente, nas duas vezes, o 'Nationalelf' foi vice.
A França, por sua vez, chegou à decisão nas duas últimas vezes que passou da fase de grupos. Em 1998, levantou a taça ao vencer o Brasil por 3 a 0. Oito anos depois, justamente na Alemanha, acabou ficando com o segundo lugar ao cair nos pênaltis diante da Itália.
Para os tricampeões mundiais, por sua vez, chegar à semifinal pela quarta vez consecutiva, o que representaria um recorde em Copas do Mundo. Apenas em 2002, no entanto, a seleção alemã conseguiu chegar à decisão, perdendo para o Brasil por 2 a 0.
Para o jogo, os técnicos Didier Deschamps e Joachim Löw têm mais preocupações com relação ao presente do que com o passado. Isso porque há problemas - de origem distinta, é bem verdade - para ambos escalarem suas equipes.
A dúvida na seleção francesa é quanto a formação do ataque, apesar dos 10 gols marcados em quatro jogos. Nas oitavas de final, contra a Nigéria a vitória por 2 a 0 só saiu depois que Karim Benzema voltou a jogar como centroavante, com a saída de Olivier Giroud para a entrada de Antoine Griezmann.
A mexida do decorrer da partida deve se repetir para o jogo. Outra alteração provável é o retorno de Mamadou Sakho, recuperado de lesão, à zaga, na vaga de Laurent Koscielny. Deschamps ainda aguarda a liberação definitiva do lateral direito Mathieu Debuchy, que apresenta dores musculares. Bacary Sagna é o reserva da posição.
A cabeça de Joachim Löw, por sua vez, está com mais interrogações, principalmente pelas atuações ruins da seleção alemã depois da estreia na Copa com goleada sobre Portugal por 4 a 0. Para piorar, na véspera da partida, sete jogadores estão gripados, entre eles o artilheiro Thomas Müller.
Um dos que também está resfriado é o zagueiro Mats Hummels, que ficou fora do jogo contra a Argélia. O jogador, no entanto, estará de volta, ganhando a vaga de Shkodran Mustafi, que sofreu lesão muscular na última partida e está fora da Copa. Outras dúvidas estão no meio, entre Bastian Schweinsteiger ou Sami Khedira, e no ataque, entre Mario Götze, Lukas Podolski e André Schürlle.
Até agora, franceses e alemães enfrentaram um rival do continente no torneio, curiosamente nos jogos em que tiveram melhores resultados. Pelo grupo E, os 'Bleus' atropelaram a Suíça vencendo por 5 a 2. Antes, os tricampeões já haviam goleado Portugal, de Cristiano Ronaldo.
Este será o penúltimo jogo do Maracanã na Copa. Em cinco jogos, foram marcados oito gols no estádio, onde os europeus só ganharam em confronto direito, com os belgas batendo a Rússia por 1 a 0. Espanha e Bósnia foram derrotadas por Chile e Argentina, respectivamente, enquanto a França empatou sem gols com o Equador.
Prováveis escalações:.
França: Lloris; Debuchy (ou Sagna), Varane, Sakho e Evra; Cabaye, Pobga e Matuidi; Valbuena, Benzema e Giroud (ou Griezmann). Técnico: Didier Deschamps.
Alemanha: Neuer; Boateng, Hummels, Mertesacker e Höwedes; Lahm, Schweinsteiger (ou Khedira), Kroos, Götze (ou Podolski) e Özil; Müller.
Árbitro: Néstor Pitana (Argentina), auxiliado pelos compatriotas Hernan Maidana e Juan Pablo Belatti.
Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Foto: UOL
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