O técnico da vice-campeão mundial sub-20, Rogério Micale falo em entrevista nesta quinta-feira (3), ao programa Bate-Bola, da ESPN, que os clubes não devem tratar os jogadores mais jovens como se fossem Neymar. Para o treinador, o atacante do Barcelona é exceção e não regra.

"Temos que melhor essa transição, principalmente nos clubes, porque a exigência é muito grande. Nem todos os jogadores podem ser tratados como Neymar, porque ele é exceção, é muito acima dos jogadores de categorias de base. O normal é que os jogadores tenham um ponto final em sua formação aos 23 anos e atinjam o ápice aos 28", explicou.

"Muitas vezes queremos pegar a exceção e fazer a regra e é aí que nós erramos. E muitas vezes isso atrapalha o jogador, porque ele começa a acreditar nisso de fato e acaba prejudicando o desenvolvimento", continuou.

Apesar dos bons resultados conquistados no breve período desde que assumiu o comando da seleção brasileira de base, Rogério Micale cederá lugar a Dunga na disputa dos Jogos Olímpicos de 2016.

"Acredito que meu papel é agregar situações. Se tenho experiência na base, o Dunga tem muita no profissional. É uma pessoa respeitada por todos os atletas por todo esse histórico que tem no futebol. É um treinador que procura estar cercado de pessoas qualificadas", afirmou.

Por fim, Micale afirmou que o principal desafio técnico do futebol brasileiro na atualidade é em relação à mudança de postura dos atletas. "A grande reforma que o Brasil precisa estar atento é em jogadores com entendimento de jogo. Isso se faz com trabalho no dia-a-dia, orientação, induzir esses atletas a pensarem, saberem sair de situações ruins durante o jogo. Temos que induzir nossos atletas a terem esse poder decisão e que errem menos", finalizou.

Foto: UOL