A liderança estava assegurada pela derrota do Internacional, na véspera, para o São Paulo, em Porto Alegre

A liderança estava assegurada pela derrota do Internacional, na véspera, para o São Paulo, em Porto Alegre


Do UOL, em Belo Horizonte

Quarenta e quatro dias depois de ser personagem principal da impiedosa goleada da Alemanha sobre a seleção brasileira, por 7 a 1, no Mineirão, o técnico Felipão, no comando do Grêmio, conseguiu parar o time 'mais alemão' do futebol brasileiro até o final do jogo. Ao contrário da semifinal da Copa do Mundo, o experiente treinador optou por um esquema cauteloso para sua equipe, mas não conseguiu impedir o gol, aos 40 min da etapa final, marcado por Dagoberto, de cabeça, que garantiu o sofrido triunfo, por 1 a 0. Dessa forma, o clube celeste segue com 100% de aproveitamento no 'Gigante da Pampulha' no Brasileirão, com seis triunfos. "Vitória como essa nos fortalece ainda mais", salientou Dagoberto, autor do gol da vitória.

A liderança estava assegurada pela derrota do Internacional, na véspera, para o São Paulo, em Porto Alegre, por 1 a 0, mas a vitória sobre o Grêmio fez o Cruzeiro voltar a disparar na ponta da tabela de classificação, com 36 pontos, cinco a mais do que Inter e Corinthians, que goleou o Goiás, por 5 a 2, também nesta quinta-feira, e assumiu a terceira posição. Já o Grêmio, de Felipão, se manteve em 10º lugar, com 22 pontos, mas voltando a perder após vencer o Criciúma na rodada passada, primeiro e até agora único triunfo do time gaúcho, com Felipão. "Foi um castigo, jogamos bem e no final, num vacilo nosso, levamos o gol", lamentou o lateral direito Pará.

As fases do jogo: Fiel ao seu "padrão" de jogo em casa, como define Marcelo Oliveira, o Cruzeiro iniciou a partida buscando apertar o time gremista, tentando começar em vantagem o jogo. Logo aos 6 min, Egídio cruzou bem da esquerda para cabeçada de Júlio Baptista, bem defendida por Marcelo Grohe. O Grêmio, no entanto, conseguiu marcar forte o líder do Brasileirão, equilibrou as ações e chegou a ser melhor em campo, em boa parte da etapa inicial. As melhores chances de gols foram criadas pelos visitantes, com o ex-cruzeirense Dudu, que obrigou Fábio a fazer pelo menos duas ótimas intervenções. A eficiência defensiva gremista conseguiu até mesmo reduzir o entusiasmo do torcedor celeste, que teve momentos de pequena participação.

Os dois times voltaram com mudanças. Alisson entrou na vaga de Willian no time anfitrião, enquanto Felipão trocou de volantes: Edinho em lugar de Riveros. As duas modificações aconteceram por questões físicas. E o reinício de jogo animou a torcida celeste, que viu seu time partir para cima do Grêmio. Mas, a exemplo da etapa inicial, o tricolor gaúcho levava perigo em contra-ataques, criando e desperdiçando oportunidades de gols. A partida ficou mais ríspida também nessa fase, com três amarelos em menos de 10 minutos, todos para volantes: Edinho, do Grêmio, Lucas Silva e Henrique, do Cruzeiro. Com o passar do tempo, o Cruzeiro aumentou a pressão, enquanto o time gaúcho se fechava ainda mais, se preparando para encaixar um contra-ataque. Aos 31 min, Luan fez ótima jogada e só não marcou o gol, porque Fábio tirou com o pé. O líder colocou a bola nas redes, aos 35 min, após cobrança de falta de Everton Ribeiro, em lance que foi anulado com a marcação de falta sobre o goleiro. Cinco minutos depois, Dedé cruzou e Dagoberto, que havia entrado no segundo tempo, fez o gol da vitória.

O melhor: Dedé –Teve atuação segura, conseguindo impedir os gols do Grêmio, nos contra-ataques e ainda foi decisivo ao apoiar o ataque e cruzar na medida a bola para o gol salvador de Dagoberto.

O pior: Ricardo Goulart – Um dos dois jogadores celestes convocados por Dunga em sua primeira convocação para a seleção brasileira, o meia-atacante teve atuação apagada, não encontrando o seu melhor posicionamento, um pouco em função da escalação de Júlio Baptista como titular do ataque.

A chave do jogo: Marcação gremista – O time visitante entrou em campo com um forte sistema de marcação, em que não apenas os selecionáveis Ricardo Goulart e Everton Ribeiro eram vigiados de perto pelos volantes e zagueiros gremistas, mas também os laterais Mayke e Egídio tinham dificuldade em apoiar, por serem acompanhados por atacantes adversários. O Cruzeiro estava preparado para esse desafio e tentou como antídoto a paciência, não desanimou nunca e empurrado pela torcida foi recompensado com o gol.

Para lembrar:

Felipão em silêncio. Em sua volta ao Mineirão, 44 dias após a goleada sofrida pela seleção brasileira para a Alemanha, por 7 a 1, o técnico Luiz Felipe Scolari não deu entrevista, antes do início da partida. Ele foi direto para o branco gremista, permanecendo sentado ao lado do auxiliar Murtosa, levantando-se antes da bola rolar apenas para cumprimentar o técnico Marcelo Oliveira, que foi até o local ocupado pelo time visitante.

Torcedor pediu 7 a 1.Com o jogo em andamento, Felipão ficou em pé, na área técnica, a maior parte do tempo, alternando momentos de agitação e orientação aos seus atletas, com outros de observação. No meio da torcida, um cartaz, exibido por um cruzeirense previa, sem sucesso: "7 a 1 para o Cruzeiro, Felipão".

Desfalque de última hora. O Grêmio, que já não podia contar com Giuliano e Barcos, lesionados, teve outro desfalque inesperado. Lucas Coelho, que seria um dos atacantes no time de Felipão, sentiu um desconforto na coxa direita e não teve condições de ficar nem ao menos no banco. Ronan começou o jogo.

Único desfalque. Ao contrário do Grêmio, o Cruzeiro teve apenas um desfalque: o atacante Marcelo Moreno, que está emprestado pelo tricolor gaúcho, não pôde jogar por causa de uma cláusula contratual. A vaga foi ocupada por Júlio Baptista.

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