Na semana passada definimos uma unidade motora e explicamos como a lesão neurológica abaixo do tronco cerebral ocasiona uma reinervação, a única maneira de ocorrer a transformação histoquímica entre fibras musculares.
Ao reinervar uma unidade motora desnervada, como os músculos são construídos em mosaico, as fibras que receberam o nervo vizinho são, por questão de probabilidade, de outro tipo histoquímico! A partir daí configura-se a imagem de “agrupamento de fibras de um mesmo tipo histoquímico” “type grouping”. Essas imagens em patologia na biopsia muscular são patognomônicas, isto é, específicas de uma lesão neurogênica.
O neurônio motor que reinervou as fibras desnervadas agora inerva praticamente o dobro de fibras musculares! Ele fica sobrecarregado e alguns cientistas acham que sua vida média diminui. A unidade motora duplica o seu tamanho e é composta por um só tipo de fibra muscular. Porém isso não oferece vantagem ao indivíduo possuir dessa forma mais fibras do tipo I ou do tipo II, pelo contrário, trata-se de um neurônio sobrecarregado!
Pretende o organismo com esse procedimento a manutenção da função motora das fibras comprometidas.
Até semana que vem, ainda de Paris.
Abraço!
Beny Schmidt.