Entrevista exclusiva com o Rei do futebol cravou a marca de 450 convidados do programa Plantão Paiquerê da Rádio Paiquerê AM, de Londrina-PR

Entrevista exclusiva com o Rei do futebol cravou a marca de 450 convidados do programa Plantão Paiquerê da Rádio Paiquerê AM, de Londrina-PR

Nesses meus 41 anos de vida, posso cravar com absoluta certeza que jamais me esquecerei do do dia 18 de agosto de 2017.

O frio da capital paranaense contrastava com a minha inquietação para que chegasse logo o momento da entrevista. Marcamos entre 18 e 18:30. Pelé me atenderia no intervalo entre dois eventos em que estaria presente. Na cidade desde quinta-feira, a maratona do Rei só terminaria no final da tarde de sábado. Hospedado na casa dos grandes amigos Henrique e Luciane, dos quais eu e minha esposa Daniela somos padrinhos de casamento, tomei um banho, almocei pouco e fiquei à espera do horário que parecia não chegar nunca. Henrique se dispôs a me levar até hotel onde aconteria a entrevista. Saímos por volta de 17hs e, durante o trajeto de aproximadamente 20 minutos, muitas coisas me passavam pela cabeça: os primeiros entrevistados, a luta para conseguir todas essas entrevistas exclusivas, a dificuldade para localizar e convencer personagens de todas as partes do mundo a participarem do programa. Tudo é extremamente trabalhoso. Entre conseguir os contatos, fazer com que grandes estrelas atendam ligações de número que não conhecem, convencê-los a marcar o bate-papo e , enfim, cumprirem a promessa de gravar a entrevista existe uma luta que exige perseverança, paciência e muito poder de persuasão. Costumo dizer que as pessoas não tem a dimensão da dificuldade que envolve todo esse processo. Uma luta solitária. Neurotizante? Sim, porém, igualmente gratificante. Entrevistar meus ídolos não tem preço, é um imenso privilégio. De repente, estava a caminho para entrevistar o maior de todos os tempos. Ainda tentava me dar conta disso.

Chegando ao hotel, o evento ainda não havia terminado. Entrei na sala e vi Pelé em meio a um mar de participantes pedindo fotos e selfies. Conforme o combinado, subimos para o quarto onde seria montado todo o aparato pra a gravação. Estávamos o meu amigo Henrique, que também faria as fotos, dois câmeras que contratei para fazerem o vídeo (as imagens serão disponibilizadas em breve) e eu. Tudo montado, era só esperar o Rei do futebol chegar.

Passados cerca de 40 minutos, ele chega. Ainda se locomovendo com a ajuda de um andador após tantas cirurgias, Pelé abre a porta. Naquele momento ficamos todos paralisados. O Rei logo dá uma boa noite, prontamente respondido por todos. Levanto e me apresento:

"Tudo bem, Pelé? Sou o Rodrigo Linhares, de Londrina-PR, eu que vou entrevistá-lo".

Ele já quebra o gelo e brinca comigo: "Tudo bem nada, Rodrigo! Vocês estão aqui me dando trabalho, entendeeee". E abre um largo sorriso, provocando o riso geral.

Poderíamos gravar no sofá ou nas cadeiras. Pelé opta pelas cadeiras, argumentando ser mais fácil para se levantar depois do bate-papo. Sentamos e conversamos enquanto são colocamos os microfones de lapelas e os câmeras ajustam os últimos detalhes de foco e luz.

Engatamos na prosa.

- Rodrigo! Tem um engenheiro que trabalha comigo que também se chama Rodrigo. É praticamente da família.
- Que bom, então não terá como você se esquecer do meu nome durante a entrevista (risos).
- Não, ainda estou bem de memória (risos).
- Pô, quando você parar de dar susto na gente com essa ida aos hospitais?
- Rodrigo, estou lucro. A conta só chegou quase 30 anos depois de parei de jogar (risos).

Um dos câmeras interrompe. Podemos começar.

Já estava completamente à vontade ao lado do maior de todos. Foram quase 20 minutos de uma entrevista que termina com um grande abraço.

Pelé se levanta e continua contando histórias enquanto o microfone é retirado de sua lapela:

"Gente, sempre tomo um cuidado danado com esse negócio de microfone. Uma vez em um programa estávamos Tostão, Gérson e eu. Já havíamos terminado e mesmo assim vazou no ar um monte de bobagens que estávamos falando", contou, rindo.

Nos despedimos e fomos embora. Estava nas nuvens, vivendo ali a coroação de todo um trabalho. Me propus contar no rádio a história do futebol através da própria história, ou seja, ouvindo os protagonistas. Havia acabado de entrevistar o maior de todos e realizado um sonho.

Carregarei para sempre as lembranças de cada instante vivido naquele dia.

Jamais me esquecerei do dia 18 de agosto de 2017...

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