Nesta semana, os metroviários começaram a ser ouvidos pela Polícia Civil de São Paulo

Nesta semana, os metroviários começaram a ser ouvidos pela Polícia Civil de São Paulo

Guilherme Costa

Do UOL, em São Paulo

O novo modelo de operação do metrô para quartas-feiras com jogos às 21h50 está em vigor em São Paulo desde 30 de julho de 2014, mas o assunto só vai começar a ser debatido com os funcionários da categoria em reunião marcada para a próxima quinta-feira (07). O assunto ainda nem está oficialmente na agenda do encontro, mas a ideia do sindicato do setor é inclui-lo em lista de demandas e estabelecer um calendário para esses tópicos.

A reunião entre Metrô e Sindicato dos Metroviários do Estado de São Paulo será feita prioritariamente para falar sobre prorrogação de mandato das CIPAs (Comissões Internas de Prevenção de Acidentes). No entanto, a ideia da entidade que representa os funcionários é adicionar temas.

"Vamos introduzir outras discussões pendentes para a categoria. Queremos marcar um calendário de reuniões específicas para todas as demandas que nós temos", explicou Alex Fernandes, secretário-geral do sindicato. Há uma lista de pelo menos oito tópicos a serem abordados, e a extensão do horário de operação comercial é um deles.

A mudança na operação foi alinhavada em reunião realizada no dia 29 de julho, no Palácio dos Bandeirantes. Andrés Sanchez e Mario Gobbi, representantes do Corinthians, articularam as mudanças em encontro com Júlio Semeghini (secretário estadual de Planejamento), Jurandir Fernandes (secretário estadual de Transportes Metropolitanos) e Luiz Antonio Carvalho Pacheco (presidente do Metrô).

Depois do encontro, que durou cerca de uma hora e meia, Andrés conversou com jornalistas e anunciou uma mudança no esquema de funcionamento do metrô. Estações próximas a estádios de futebol passaram a funcionar até 0h30 em quartas com jogos às 21h50.

O sindicato que representa os metroviários não participou da reunião. Poucas horas depois, a entidade já havia recebido reclamações de funcionários sobre o tema. As principais preocupações deles são diminuição de horário de manutenção preventiva, esquema de segurança nas estações e falta de contingente de funcionários para trabalhar depois da meia-noite.

O metrô já funciona às 0h30 atualmente, mas não para o público. A operação comercial é fechada pouco depois da meia-noite, quando tem início uma manutenção preventiva. Com o novo esquema, essas ações seriam feitas apenas depois de 1h.

"Mandamos uma carta para a empresa e pedimos uma reunião para discutir o tema, principalmente por causa das dificuldades na área operacional, mas ainda não tivemos resposta. Esperamos que a reunião de quinta-feira sirva para começar a discutir esse assunto", completou Fernandes.

A ideia de incluir o assunto em reunião cuja pauta principal não é essa é uma forma de o sindicato amenizar o distanciamento recente entre entidade e o Metrô. As conversas da empresa com os representantes da categoria passaram a ser menos frequentes desde a greve dos funcionários, realizada entre 5 e 9 de junho, que acabou com 42 demissões.

Nesta semana, os metroviários começaram a ser ouvidos pela Polícia Civil de São Paulo. Cinco dos 42 demitidos falaram em um dos oito inquéritos abertos para apurar supostos crimes na paralisação.

FOTO: UOL

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