Dirigentes gremistas puxam a fila pela mudança na fórmula de disputa do Brasileirão. Medida ressuscitaria a emoção no nacional, mas não resolveria os graves problemas do futebol tupiniquim

Dirigentes gremistas puxam a fila pela mudança na fórmula de disputa do Brasileirão. Medida ressuscitaria a emoção no nacional, mas não resolveria os graves problemas do futebol tupiniquim

Sou a favor da volta do mata-mata na principal competição do futebol nacional: o Brasileirão. Quase oito meses de um campeonato arrastado, modorrento e com emoções pontuais, enaltecidas de forma constrangedora por aqueles que adoram o chamado “politicamente correto” e acreditam que a justiça deva imperar no futebol não me faz a cabeça. Chega de pontos corridos!

Sou à favor da volta da emoção na disputa. Futebol é choro, nervos à flor da pele, cabelo em pé, coração na boca, tudo que só o mata-mata pode proporcionar.

Dito isso, faço apenas uma ressalva contra não a volta do mata-mata, mas a decisão dos dirigentes brasileiros de acreditar que o retorno do formato velho, porém consagrado seria a salvação do futebol brasileiro. Ledo engano...

O futebol pentacampeão do mundo precisa ser passado a limpo. Uma reestruturação tem de acontecer para que os clubes saiam do buraco e para que o torcedor volte aos estádios. Isso pouparia também a seleção brasileira de levar de sete gols da Alemanha numa semifinal de Copa do Mundo em casa.

Quem acompanha o futebol sabe na ponta da língua o que precisa ser feito para que a paixão nacional volte a ser forte e respeitada além das fronteiras. No entanto, para que tal mudança vingue é preciso união, força política e paciência, tudo que o futebol brasileiro despreza.

Os clubes estão com o pires nas mãos. Todos, sem exceção, devem e arrecadam apenas para administrar a dívida, que muitas vezes foge do controle.

A campanha pelo retorno do mata-mata nada mais é que uma atitude desesperada de dirigentes, que creem na emoção superando a incompetência deles no comando do futebol brasileiro.

A volta do mata-mata tem meu apoio. A fórmula está presente na Libertadores da América, na Copa do Brasil e poderia ditar também o ritmo do Brasileirão. A emoção seria certa.

E vou mais longe: sugiro uma fase de oitavas de final com playoffs, ou seja, melhor de três partidas. Seria emoção para dar com pau e estádios lotados, mídia mobilizada, enfim, todos os holofotes em torno do principal esporte do país.

No entanto, repudio a artimanha dos dirigentes em recorrerem à mudança na formula da disputa com a esperança de que tudo mudará no Brasileirão como num estalar de dedos.

Pensar desta forma é ser imediatista e amador. É acreditar no chamado “jeitinho brasileiro” e crer que, com uma pequena mudança, o Brasil possa voltar a ser forte e os clubes poderosos fora do país. Esqueçam...

O futebol brasileiro carece de uma mudança profunda e a começar pela cúpula da CBF. A volta do mata-mata seria apenas uma peça a ajudar a funcionar a enferrujada engrenagem do futebol brasileiro.

Apoiar ou desapoiar o mata-mata é direito de todo torcedor brasileiro. Mas ainda mais importante é deixar claro que o futebol pentacampeão do mundo não mudará numa canetada ou numa simples mudança na fórmula de disputa do principal campeonato do país.

Crer nisso é acreditar que o massacre sofrido para a Alemanha por 7 a 1na Copa fora apenas uma fatalidade. Bobinho...

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Foto: Gilvana de Souza / Divulgação / Flamengo

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