Marco Aurélio diz que coração pede para ficar no São Paulo

Marco Aurélio diz que coração pede para ficar no São Paulo

O fim da temporada se aproxima, mas nem por isso Marco Aurélio Cunha sabe onde irá trabalhar no ano que vem. Com futuro em aberto e opções para permanecer no Tricolor ou retomar seu cargo como coordenador de futebol feminino da CBF, ele só tem uma certeza para 2017: Rogério Ceni não assume o time do Morumbi.

“Eu entendo o Rogério (Ceni) como técnico do São Paulo no futuro. É impossível separar as histórias e elas não se juntarem. Nós temos um certo vazio de novos treinadores. Só você ver o Corinthians que contratou o Oswaldo que foi treinador seu treinador em 2000. A gente vai olhando para o lado procurando revelações e vê gente boa que está começando, mas não tem tanta gente. É natural que o Rogério se formando e com passagem de bom conhecimento na Europa e na base de alguns clubes, como o São Paulo, ele vai ter consistência. É bobagem falar em janeiro porque nem chegamos lá e temos um treinador excelente. Todo mundo reclama, mas ele (Ricardo Gomes) pegou o São Paulo em uma fase duríssima e as pessoas não conseguem enxergar isso”, disse em entrevista para a Rádio Bandeirantes.

Na sequência, o cartola continuou defendendo a permanência de Ricardo Gomes e lembrou dos outros técnicos que o São Paulo teve na temporada.

“Saímos de um treinador que foi para a seleção mexicana (Juan Carlos Osorio) com uma mentalidade ofensiva, novos treinos e com um conceito diferente. Pegamos o Bauza, mais conservador, com jogo mais defensivo e que foi para a seleção argentina. Eles saem e o Ricardo vem de uma campanha muito boa no Botafogo. Falam que o Botafogo melhorou sem ele, uma bobagem absurda. Se é o Tite iam falar que ele deixou legado, mas como foi o Ricardo então não pode falar isso. Sem esquecer que ele foi vice-campeão carioca. Imagina a estrutura do Botafogo que vinha da Série B para chegar aonde está. Se quiser dizer que não foi o Ricardo, então não posso fazer nada”, concluiu.

Antes de decidir o que fará no ano que vem, Marco Aurélio quer esperar o resultado das eleições presidenciais do São Paulo, que acontecem em abril e que vão ditar o rumo do clube para os próximos anos.

“2017 é um ano grande. Vamos ter eleição em abril no São Paulo, não sei o resultado das eleições, quem estará dirigindo o São Paulo. A princípio tenho que retornar a CBF ao final do Campeonato Brasileiro e vou conversar com o presidente Marco Polo (del Nero), que gentilmente me cedeu por três meses, com uma licença não remunerada, ao São Paulo e conversar sobre o futuro, as pessoas que vão fazer a política no São Paulo para entender o que elas pretendem para eu decidir”.

“Coração fala para ficar, mas a razão fala para ir, sempre. Ir é assumir o compromisso com a CBF de assumir meu posto, ficar é o coração são-paulino que faz bobagens, loucuras, como essa de vir em um momento tão difícil, mas cheio de felicidade por ter conseguido ajudar. Não podia virar as costas para o São Paulo, não viro nunca. Poderia ir agora e retornar depois, então a vida está aberta para novas opções”, revelou o dirigente.

Marco Aurélio chegou no São Paulo no início de setembro, quando o time enfrentava um risco real de rebaixamento e precisava colocar a casa em ordem. Ele não esconde que seu retorno ao Morumbi foi o momento mais complicado de sua carreira.

“Em setembro foi o período mais sofrido da minha carreira. Ver a situação, ver os jogos que a gente deixava de ganhar, em que a bola não entrava como contra o Flamengo, como o Santos. Será que a história estava escrita para a gente sucumbir?”.

Mesmo bancando a permanência de Ricardo Gomes, Marco Aurélio Cunha saiu em defesa de Vanderlei Luxemburgo, nome que recentemente foi cotado para assumir o Tricolor. De acordo com ele, Luxa é um dos grandes treinadores do Brasil e sofre preconceito.

“A mim (Vanderlei Luxemburgo) não é (persona non grata). Isso é um preconceito tão ruim quanto qualquer coisa que se fale do Ricardo (Gomes). As pessoas têm seus hábitos, sua forma de pensar. Acho que o Vanderlei errou bastante em certo período de sua carreira, mas ninguém pode negar que ele é um grande técnico. Fui campeão com ele no Bragantino. Não é fácil ser campeão paulista em um time como o Bragantino, que depois deu lição ao Brasil sendo vice-campeão brasileiro. Vanderlei não merece ser execrado. Isso não existe. Todos merecem oportunidades, desde que sigam regras, regras éticas”, disse.

Foto: portal Band

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