Do UOL, em São Paulo

 Gabriel Jesus é o xodó da torcida há meses, mas agora seu status mudou. Embora ainda seja uma promessa, ele já é uma arma do Palmeiras no presente, e não só no futuro. Manter essa boa fase, no entanto, segue sendo uma missão difícil, que Marcelo Oliveira poderá dividir com a mãe do atacante.

Dona Vera Lúcia Diniz foi citada não uma nem duas vezes por Gabriel Jesus em sua entrevista após o jogo contra o Joinville, em que ele marcou dois gols e garantiu a vitória por 3 a 2 para o Palmeiras. Ela puxa a orelha do jogador em campo, fora dele, cuida da alimentação e repete que ele é bonito, tudo segundo o próprio atacante, em entrevista à rádio Globo:

Sobre as tentações de um jogador:
"Além de ter amigos que me apoiam e não deixam [se desconcentrar], tenho uma família muito boa. Eu sou um garoto muito tranquilo. Não gosto de ficar saindo, prefiro ficar em casa. Se acontecer alguma coisa minha mãe está ali para puxar a orelha e ficar no caminho"

Sobre como manter a boa fase:
"Trabalhando é que as coisas acontecem. Com o apoio principalmente da minha mãe. Quando chegar a oportunidade, aproveitar"

Sobre ter ficado "bonito" para o público após os gols:
"Bonito eu já sou. Minha mãe fala. Eu sou tranquilo em relação a isso"

Sobre ter saído de campo com câimbras:
"Tenho câimbra desde pequeno. E olha que eu me alimento bem, até porque senão minha mãe puxa a minha orelha. Mas como bem, me hidrato bem, é que desde a base tinha câimbra na perna inteira. Isso é sinal de que o esforço está sendo feito"

Sobre a mãe em si:
"Minha mãe é uma mulher muito brava. Muito guerreira, trabalhadora. Cuidou de três irmãos, eu e mais dois, além de dois sobrinhos sozinhos. Se eu tenho orgulho da minha mãe? Eu nem sei explicar o quanto"

A declaração de amor à mãe diz muito sobre a importância dela e sobre os desafios que ele tem pela frente. Em dois jogos, Gabriel fez quatro gols, deu duas vitórias importantes ao Palmeiras, ganhou música da torcida e mudou de status. Ainda que com cautela, Marcelo Oliveira falou sobre a importância do atacante.

"Trabalhei na base muito tempo, sei como funciona. Você vai colocando aos poucos, precisa de tempo. Hoje é uma das nossas principais armas. Cumpre seu papel taticamente, defende e tem poder de ataque muito bom. Ele vai ser muito mais assediado, temos de mostrar que é assim quando as coisas vão bem e que para permanecer ele tem de trabalhar que as coisas vão encaixando", define Marcelo Oliveira, consolidando a transformação do jogador que, até semanas atrás, era só uma aposta para o segundo tempo das partidas.