Manoplas ou aparadores de soco, muito usado mas, muitos não sabem como ou para qual finalidade

Manoplas ou aparadores de soco, muito usado mas, muitos não sabem como ou para qual finalidade

Manoplas ou aparadores de soco, muito usado mas, muitos não sabem como ou para qual finalidade.

Nos anos 70 o Sr. Antonio Ângelo Carollo (já falecido) era o técnico de boxe da Pirelli, em Santo André, São Paulo e também o técnico da equipe brasileira de boxe.

Nesta época, o critério para ser o técnico da equipe brasileira de boxe era ter o maior número de boxeadores campeões de suas categorias.

Em 1968, nos Jogos Olímpicos da Cidade do México, Antonio Carollo foi como técnico da equipe brasileira de boxe e um dos boxeadores brasileiros, pertencente a A.D.C.Pirelli, Servilio de Oliveira, conquistou a medalha de bronze.

Até esta data nenhum outro boxeador brasileiro havia conquistado medalha olímpica e o boxe amador praticado nos Jogos Olímpicos era bastante parecido com o boxe profissional, inclusive as regras.

Nos Jogos Olímpicos de 1972 em Munique, houve mudanças técnicas e táticas dos boxeadores do leste europeu e também Cuba que foi beneficiada com a ida do técnico búlgaro Stravi Bacharov até Havana e lá ministrou curso de boxe para Alcides Sagarra Carón (chefe técnico da equipe de Cuba durante vários anos) e outros técnicos de boxe daquele país.

Ainda nos anos 70 o Sr. Carollo, técnico de boxe da Pirelli e da equipe brasileira de boxe em viajem ao exterior, conheceu o búlgaro Stravi Bacharov e ficou amigo. Também nesta década, ao ver técnicos de outros países usarem as "manoplas" e ter acesso para adquirir o produto, comprou e trouxe para o Brasil, mas como havia comprado apenas um par de "manoplas", somente ele, Carollo, fazia uso desse material aqui no Brasil.

Em 1975 o brasileiro Miguel de Oliveira conquistou o título mundial de boxe profissional no Principado de Mônaco ao vencer o espanhol José Duran e seu técnico de boxe, Antonio Ângelo Carollo já fazia uso desse implemento nos treinamentos do Miguel de Oliveira.

Em 1980 o boxe brasileiro foi representado nos Jogos Olímpicos de Moscou por quatro lutadores, três dos quatro pertenciam a Pirelli, a preparação para a equipe disputar os Jogos Olímpicos foi: participar de um Torneio de Boxe na cidade de Santander, Espanha e ficar um mês treinando na Cidade do México com os técnico Antonio Carollo e a supervisão do búlgaro Stravi Bacharov.

Ainda nesse período não havia seleção fixa, isto é, os melhores boxeadores amadores do país ficam concentrados praticamente o ano todo, treinam, recebem "bolsa atleta"e lutam em várias competições internacionais fora do Brasil. Nada contra, ótimo que tenham essa possibilidade, isto foi sonhado por muitas gerações, fazer o que gosta e ainda receber para isto. Sabíamos que isso sendo possível, os atletas chegam em igualdade para conquistarem medalhas.

Aproveitando minha estadia na Cidade do México em 1980, comprei três pares de manoplas (no Brasil ainda não existia esse implemento) para os técnicos de boxe da Campanha "Adote um Atleta", Luís Carlos Fabre, Miguel de Oliveira e também para o preparador físico André Carone. Os três ficaram super contentes, afinal, depois do Carollo, eles também iriam começar a utilizar esse equipamento no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa.

O texto acima é para ilustrar, mostrar ao leitor quem trouxe o primeiro par de manoplas ao Brasil, quem foi beneficiado e aproveitar e escrever nomes de quem fez história no boxe brasileiro e mundial como, Antonio Ângelo Carollo, Miguel de Oliveira, Servilio de Oliveira, Luís Carlos Fabre e do búlgaro Stravi Bacharov (que desenvolveu o boxe olímpico, foi professor de técnicos como Alcides Sagarra Carón).

O Trabalho com Manoplas:

A manopla é um implemento usado pelo treinador com a finalidade de dar um polimento técnico ou reforçar a estrutura tática do seu pupilo;

Quando for passar esse trabalho, ao treinador é fundamental ter bem claro o objetivo a que o mesmo se propõe, pois se realizada de forma inadequada essa prática, pode trazer prejuízos as articulações do treinador;

É importante, também, que essa prática seja feita com uma certa organização das ações e não apenas erguer as mãos e pedir que seu pupilo fique golpeando a esmo;

A posição do treinador em relação ao boxeador e a disposição da manopla durante a ação técnica ou tática é fundamental para que o boxeador não tenha prejuízos no que diz respeito à sua distância de combate;

Ao treinador cabe a missão de pensar na ação, deslocar-se, ao mesmo tempo que desfere e recebe os golpes do boxeador, ao qual ainda deve corrigi-lo de possíveis falhas que, por ventura, possam estar ocorrendo.

Anexado a este texto está o cubano Juan Francisco Garcia (Paco) fazendo manoplas com seu pupilo na academia de boxe da S.E.Palmeiras (provavelmente a melhor sala de boxe do Brasil) onde ele é o técnico.

O Paco veio ao Brasil para assumir a equipe brasileira de boxe e já treinaram com ele (quando estava no comando da equipe principal de boxe do Brasil) e obtiveram sucesso em suas carreiras no boxe, lutadores como: Acelino "Popó" de Freitas, Laudelino Barros, Everton Lopes, Yamaguchi Falcão e Robson Robenilson.  

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