Outro que se destacou como jogador da seleção antes de virar treinador foi Paulo Roberto Falcão

Outro que se destacou como jogador da seleção antes de virar treinador foi Paulo Roberto Falcão

A escolha de Dunga para comandar a seleção brasileira depois da Copa de 2014 não foi exatamente uma novidade – ele já havia treinado a equipe entre 2006 e 2010 –, mas isso não impediu o técnico de seguir como um ponto isolado na história do time nacional. Jogador de sucesso, ex-capitão e líder linha dura, ele tem perfil único entre os profissionais que assumiram o comando após participações em Mundiais.

A contratação de Dunga completou a 54ª troca de técnicos na história da seleção brasileira, que festejou em 2014 o centenário de seu primeiro jogo. Até hoje, houve apenas cinco ciclos de uma Copa até outra sem mudança no comando da equipe: 1930 a 1934 (Luis Vinhais), 1970 a 1974 (Mário Jorge Lobo Zagallo), 1994 a 1998 (Mário Jorge Lobo Zagallo), 2002 a 2006 (Carlos Alberto Parreira) e 2006 a 2010 (o próprio Dunga).

Entre os cinco ciclos sem mudanças, três foram pós-título (os dois de Zagallo e o de Parreira). Os outros são de Dunga e de Vinhais, primeiro treinador a iniciar um trabalho na seleção brasileira depois de uma Copa. Ex-centro-médio, ele tinha perfil boleiro e pregava amor incondicional à camisa. Era um técnico marcado pelo patriotismo.

Dunga pode até ser semelhante nesses quesitos, mas tem algo que o distingue de Vinhais: ele foi capitão de uma seleção brasileira campeã do mundo antes de se tornar treinador. Aliás, o título de 1994 e a liderança que exerceu durante anos na equipe nacional foram os principais atributos que levaram o ex-jogador ao comando em 2006 – ele jamais havia trabalhado como técnico antes disso.

Zagallo, que comandou o Brasil em três Copas (1970, 1974 e 1998), também havia sido campeão mundial (em 1958 e 1962). No entanto, não foi capitão ou o grande líder em nenhum desses times.

Outro que se destacou como jogador da seleção antes de virar treinador foi Paulo Roberto Falcão. Mas ele não foi campeão mundial e tampouco usou a braçadeira em uma Copa. Além disso, caiu antes de ver o Brasil vencer o Mundial em 1994.

Há outras semelhanças entre Falcão e Dunga: os dois eram inexperientes como técnicos quando assumiram a seleção, tinham sido atletas do Internacional e foram escolhidos, entre outras coisas, porque simbolizavam suas épocas (Falcão era a classe que o Brasil queria resgatar após 1990; Dunga, o comprometimento perdido em 2006).

O ciclo iniciado por Dunga na última terça-feira é o 20º da seleção brasileira depois de uma Copa. Nos 19 anteriores houve apostas em diferentes perfis de treinadores: a liderança do ex-jogador Carlos Nascimento pós-1938 e os estudiosos Zezé Moreira (1952 e 1954), Cláudio Coutinho (1978) e Carlos Alberto Parreira (1983 e 2003), além dos profissionais que eram badalados por trabalhos em clubes (Oswaldo Brandão em 1975, Carlos Alberto Silva em 1987, Vanderlei Luxemburgo em 1998 e Mano Menezes em 2010), por exemplo. Dessa lista, somente Parreira (2003 a 2006) chegou ao Mundial seguinte.

Na primeira passagem pelo comando da seleção, Dunga conseguiu um título da Copa América (2007) e um da Copa das Confederações (2009). A seleção dele foi eliminada pela Holanda nas quartas de final do Mundial de 2010, realizado na África do Sul.

Foto: UOL

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