O técnico Levir Culpi tem contrato com o Santos até dezembro deste ano. Foto: Ivan Stori/Santos FC

O técnico Levir Culpi tem contrato com o Santos até dezembro deste ano. Foto: Ivan Stori/Santos FC

Samir Carvalho
Do UOL, em Santos (SP)

O técnico Levir Culpi foi o primeiro profissional do Santos a falar após a eliminação na Copa Libertadores da América, diante do Barcelona-EQU, em plena Vila Belmiro, na última quarta-feira. O treinador fez um apelo aos torcedores que protestaram após a desclassificação e até quebraram o ônibus do time. Levir lamentou a "sede de Justiça" dos brasileiros e disse que não espera compreensão da torcida. O treinador espera cobrança forte, mas ressaltou que os políticos do país deveriam ser cobrados primeiro, e depois os jogadores de futebol.

"Se eu pudesse dar um recado... Eu posso. O retorno que ocorre é que não sei o que pode acontecer. Vivemos tempos em que queremos justiça. Gostaria de falar alguns detalhes antes de tomar uma decisão precipitada. Nesse momento estão torcendo por um time que caiu da Libertadores com uma derrota. São circunstâncias da competição. Ninguém saiu por falta de vontade. Foi fatalidade do jogo e mérito do adversário. Não é motivo para levar uma pessoa a tomar uma decisão impensável. Não posso exigir isso. Não tenho grandeza para receber esse resultado com alegria", afirmou Levir Culpi.

"Quero que saibam que os mais chateados somos nós. Perdemos dinheiro, mercado, tudo. Então é tudo pra nós a vitória. Se alguém saiu prejudicado de um jogo são os profissionais. Fica todo mundo magoado. Futebol, religião e politica, as pessoas reagem com o coração. Não tenho essa esperança, pois estamos piorando. A necessidade de justiça é latente. O povo está querendo justiça, mas primeiro os políticos gente, depois o futebol", completou.

Levir foi cauteloso também ao falar sobre o seu futuro no Santos. Questionado se pensa em renovar o contrato para a próxima temporada (termina em dezembro deste ano), o treinador não demonstrou empolgação. Levir disse que não tem essa ambição de pensar em 2018 e prefere trabalhar jogo a jogo.

"Isso é uma coisa que aprendi a conservar. Dois jogos mudam completamente o rumo de um técnico também. Não tenho mais essa ambição de deixar preparado algo para janeiro. Estamos em setembro. De setembro a janeira está como Brasil e Japão dentro de um time de futebol", disse.

Para o duelo contra o Atlético-PR, Levir Culpi segue sem contar com os lesionados Lucas Lima, Renato e Victor Ferraz, além de Leandro Donizete, suspenso. Jean Mota deve ser a novidade em relação a escalação inicial utilizada contra o Barcelona. O volante Matheus Jesus também disputa a posição deixada por Donizete.

"É parecido claro (time que jogou contra o Barcelona). Surpresa nenhuma. Talvez", despistou.

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