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No dia 28 de janeiro de 2015, a redação do Portal Terceiro Tempo recebeu o seguinte e-mail de Caetano Cury, sobre a novela O Rei do Gado, que teve muitas cenas filmadas em Minas Gerais. Abaixo, confira o conteúdo do e-mail:

Olha você no jornal de Guaxupé, Milton.

Caetano Cury.

 

“BASTIDORES” INÉDITOS DA NOVELA O REI DO GADO QUE DIVULGOU GUAXUPÉ PELO PAÍS

Em Muzambinho, Milton Neves hospedou o autor para definir locais de gravação
 
Gravaram em Guaxupé os atores Fábio Assunção e Glória
 
Exibida em horário nobre, entre junho de 1996 e fevereiro de 1997, a novela da TV Globo O Rei do Gado começou a reprisada pela segunda vez no Vale a Pena Ver de Novo, a partir de 12 de janeiro deste ano. Anteriormente, antecedeu ao filme da sessão da tarde, em 1999, e ainda passou no canal Viva da GloboSat, em 2011. Vantagem para Guaxupé, que está tendo o seu nome e cenários divulgados em todo o Brasil pela quarta vez.

Entre as cenas memoráveis, o ator Raul Cortez, no personagem de Geremias Berdinazzi, acumulou os títulos de rei do café e do leite, com filmagens na Exportadora (Armazéns Gerais Sul Mineiro) e na fazenda de leite São José, em Tapiratiba, que foi citada como localização guaxupeana. Já o ator Fábio Assunção desceu de moto a rua Pereira do Nascimento e parou na praça da Catedral, circulou também pelo centro da cidade. Para as filmagens, Glória Pires e outros atores da Globo ficaram no Hotel Marambaia.

Antes de ser escrita pelo jornalista e dramaturgo Benedito Ruy Barbosa, com colaboração das filhas Edmara e Edilene, o autor se hospedou por quinze dias na casa do jornalista esportivo Milton Neves e seu irmão Homero, em Muzambinho, na Praça dos Andradas. Nesse período, Benedito viajou pela região e conheceu dez fazendas, em Alfenas, Areado, Botelhos, Caconde, Cabo Verde, Guaxupé, Monte Belo, Nova Rezende e Tapiratiba.

O apresentador do Terceiro Tempo, na Band, relembra 1995 e 96: “Ele precisava de locações para ambientar a novela e adorou as do Olavo Barbosa e uma de Areado. Mas, lá, a dona de bela sede antiga duvidou que ele fosse realmente o grande Benedito Ruy Barbosa. Sorte de Guaxupé, Muzambinho, minha também e da sensibilidade do grande Olavo Barbosa”, que cedeu a casa da fazenda São José.  Em outra fazenda do empresário, a São Joaquim, no município paulista Pereira Barreto, o cenário com mais de dez mil gados de corte justificou o título da novela.

Milton Neves ainda conta: “E saibam: nos quinze dias em que Benedito Ruy Barbosa ficou na minha casa em Muzambinho, a sociedade local o recebeu para vários jantares. Foi emocionante! Mas depois a novela atrasou nove meses e a população ficou rindo de mim: ´O Mirtinho nos enganou, aquilo tudo era mentira e aquele Benedito não era o Benedito de verdade`. Aí, quando a novela entrou no ar, ficaram com cara de tacho, mas nunca se desculparam. Também nunca Guaxupé e região ganharam tanto.”

Para finalizar, uma reivindicação brincalhona: “Acho até que o Benedito Ruy Barbosa e eu merecemos estátuas por aí.”

Na condição de rei do gado, do leite e do café, parte da trajetória de vida e sucesso empresarial do guaxupeano Orostrato Olavo Silva Barbosa inspirou dois protagonistas dessa novela das oito: Raul Cortez e Antônio Fagundes. Houve ainda outras fontes de inspiração. Jackson Antunes referenciou o ex-líder José Rainha, do MST: Movimento dos Sem-Terra. Nesse contexto, Guaxupé foi divulgada em uma novela que destacou temas sociais relevantes para a época.

Confundido com produtor rural

Em 1995, a publicitária Andréia Rezende Marques (www.tanoballaio.com.br), trabalhava no setor de telefonia da Exportadora. Em uma quinta-feira de Corpus Christi, em que o expediente se encerraria na parte da manhã, ela substituiu a secretária da recepção por trinta minutos. Fo exatamente nesse horário que Benedito Ruy Barbosa e uma equipe chegaram na empresa. Andréia pensou que ele fosse um produtor rural, que geralmente é atendido no departamento de Classificação.

Por se apresentar diferenciado e pedir para falar com Olavo Barbosa, “pensei que era um produtor rural top. Ele deve estranhado quando perguntei o nome dele”, conta Andréia, que anotou o nome em uma comanda e repassou, sem pressa, a informação para a secretária do presidente, que rapidamente tentou recuperar um bom tempo em que Benedito e técnicos ficaram esperando na recepção.

Andréia ficou surpresa quando soube que Benedito Ruy Barbosa era da televisão. De início, pensou que fosse ator, mas não se lembrava dele atuando. Como autor, não o associou a novelas de grande sucesso com temática rural. Naquela época, já tinha escrito, para TV Globo, Cabocla (1979), Paraíso (1982), Renascer  (1993), como também Os Imigrantes (Bandeirantes, 1981) e Pantanal (Manchete, 1990), entre outras que ganharam remake posteriormente. A mais recente foi Meu Pedacinho de Chão, no ano passado.

“Eu já tinha ouvido comentários na empresa e na cidade sobre a gravação da novela. Foi aí que a ficha caiu e percebi que não era um nome estranho. Isso virou piada na Exportadora”, diz a publicitária, que posteriormente ficou atenta às gravações ocorridas internamente na Exportadora e na cidade. No Hotel Marambaia, Andréia confirmou a cordialidade de Raul Cortez ao conversarem sobre uma tia dela que havia trabalhado na casa do ator.

Na avaliação da publicitária, a novela O Rei do Gado foi a maior divulgação de Guaxupé em todo o país, por um período de quase um ano. E durante as filmagens em locais públicos, a cidade praticamente parou para assistir cenas que foram passadas depois na TV.
 
Benedito Ruy Barbosa e Milton Neves, em Muzambinho (MG)
 
Lenice Neves, Benedito Ruy Barbosa, Milton Neves e Benedito Dino, o homem que revelou o jornalista na Rádio Continental de Muzambinho. A foto foi colhida na sala de troféus de Milton Neves em sua casa de sua cidade natal
 
Milton Neves e Benedito Ruy Barbosa, em Muzambinho-MG, na segunda metade dos anos 90
 
Benedito Ruy Barbosa fez uma homenagem ao amigo Milton Neves na novela
 
Milton Neves, Benedito Ruy Barbosa e Édson Dino, em Muzambinho (MG), em 1999
 
Montagem: Túlio Nassif/Portal TT

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