Nos anos 60, o Brasil teve um boxe amador e profissional de excelência

Nos anos 60, o Brasil teve um boxe amador e profissional de excelência

Ainda muito criança, em 1963, lembro dos meus país levando eu para dormir na casa da minha avó materna e eles irem assistir lutas de boxe nos Jogos Panamericano realizado em São Paulo.

Naquele ano, 1963, o Brasil foi campeão Panamericano por equipe no boxe.

Voltamos a conquistar medalha de ouro no boxe em 2007, nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro.

Nos anos 60, o Brasil teve um boxe amador e profissional de excelência.

No boxe profissional o Brasil tinha o Éder Jofre como campeão mundial, outros como campeões sul-americanos, Sebastião Nascimento entre outros.

Nossa, um boxe amador e profissional de excelência? Sim.

Semanalmente boxe amador e profissional até na televisão.

Em 1975, ano em que comecei a boxear, todas as terças feiras boxe amador com transmissão ao vivo pela TV Gazeta e as sextas feiras boxe profissional também transmitido ao vivo pela TV Gazeta. Ainda aos sábados, lutas nos Ginásios do Pacaembu ou do Ibirapuera.

Ainda nos anos 70 e 80 continuamos com boxe intensamente, nos anos 70, ainda lutando: Éder Jofre, Miguel de Oliveira (conquistou o título mundial em 1975), João Henrique, Luís Faustino Pires, Luís Carlos Fabre, Servilio de Oliveira, Danilo Batista, José de Paula, Juarez de Lima entre muitos outros.

Nos anos 80, no boxe profissional tivemos Chiquinho de Jesus, Thomaz da Cruz e eu (Sidnei Dal Rovere), que lutamos boxe profissional, fomos campeões brasileiros, sul-americanos e disputados títulos mundiais.

O "carro chefe" nos anos 80 foi o peso pesado Adilson "Maguila" Rodrigues que também foi campeão brasileiro e sul-americano dos pesados mas, não disputou o título mundial.

Hoje, praticamente não existe boxe profissional no Brasil, não assistimos programações de boxe profissional há muito tempo. E o boxe amador?

Em São Paulo, sem colaboração da Confederação Brasileira de Boxe, ainda temos boxe semanalmente, mas praticamente não existe o profissional.

O que esperar do boxe amador nos Jogos Panamericanos?

Muitas medalhas, é obrigação dos nossos boxeadores que ganham a vida com o boxe.

Como?

Voltando aos anos 80, para nós boxeadores da época ganhar dinheiro com o boxe, era preciso ser campeão da categoria e defender a ADC Pirelli, clube que registrava o boxeador como funcionário da fábrica, alguns até trabalhavam na empresa e saía mais cedo para treinar boxe e defender o clube.

A legislação esportiva brasileira é como a do Japão e da Alemanha, é "clubística", isto é, realizada através dos clubes esportivos.

Há alguns ciclos olímpicos (a cada quatro anos), a equipe brasileira de boxe só treina e participa de competições internacionais. Naquela época, anos 60, 70 e 80, as competições internacionais eram com países da América do Sul, americanos e da América Central só em competições como Jogos Panamericanos ou Olímpicos.

Há alguns ciclos os brasileiros treinam com técnicos formados em Cuba, o mesmo treinamento realizado pelos cubanos, é feito pelos brasileiros.

Não devemos em nada para as grandes potência no boxe amador do nosso continente, USA, Cuba, entre outras.

Vou compartilhar com o leitor do Terceiro Tempo fotos dos Jogos Panamericanos de 1979 (Porto Rico) que eu participei.

 

 

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