Enrico Bruno
Do UOL, em Belo Horizonte
Desde que assumiu o Cruzeiro, Mano Menezes esteve à beira do gramado por 14 vezes, das quais venceu sete, empatou seis e perdeu somente uma. Dos 26 jogadores já utilizados, o zagueiro Paulo André não figura nem de longe como um dos mais presentes. O jogador atuou em cerca de 20% dos compromissos e é um dos reservas do treinador, situação um pouco diferente dos seus dois primeiros contatos com Mano no Corinthians. Mesmo assim, os primeiros trabalhos anteriores de 2009 e 2014 com o atual comandante ainda deixaram a desejar se comparados com o bom momento vivido no Cruzeiro. Na atual versão do professor, o zagueiro enxerga um clube mais organizado, ainda que o próprio Paulo André não encontre muitas brechas para jogar.
"Ele foi muito inteligente quando chegou (ao Cruzeiro). O time precisava de carinho, atenção. Foi o que ele fez. Mexeu muito pouco, deu confiança a quem ele achou que deveria ser titular. O time ficou mais organizado em campo. A versão de 2015 do Mano é a melhor que encontrei nessas três vezes em que trabalhamos juntos", comentou o zagueiro.
O primeiro contato de Paulo André com Mano Menezes aconteceu em 2009. O zagueiro foi indicado pelo treinador no segundo semestre daquele ano e deixou o Le Mans, da França, rumo ao Corinthians. Em cinco meses, atuou por 12 vezes com a camisa do time paulista no Brasileirão. Já o segundo encontro com o treinador foi bem mais curto. Em 2014, Paulo André disputou apenas seis partidas do estadual, deixando a equipe no início de fevereiro para se transferir para o Shanghaï Shenhua, da China.
No Cruzeiro, as oportunidades do defensor foram mais frequentes no primeiro semestre. Dos atuais 16 jogos pelo clube, apenas quatro aconteceram desde que Mano assumiu o time (28,5% dos jogos). Dessas quatro, em duas oportunidades o jogador atuou a partida inteira, somando 274 minutos em campo (cerca de 22%). Para este domingo, a vaga de titular foi novamente aberta, já que Bruno Rodrigo está machucado, e Paulo André deverá estar em campo na despedida celeste do Mineirão.
Mesmo com chances mínimas de alcançar a Libertadores, a mudança de postura, estilo de jogo e do desempenho em campo com Mano Menezes já deixarão o Cruzeiro com um saldo positivo no fim do campeonato, após flertar com o rebaixamento e conviver com muita instabilidade durante o ano.
"Foi um ano de transição, muitos jogadores saíram outros chegaram. O time demorou para atingir esse nível ideal de entrosamento. E o Mano tem grande parcela de merecimento nessa arrumação. Foi ele quem entrou e conseguiu fazer o time jogar bem, porque um time equilibrado facilita o trabalho de todo mundo".
Foto: UOL
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