Antes da partida, um jogador do time visitante colocou galhos de arruda dentro de um dos gols do Independência, sob a justificativa de que era para dar sorte. Com a bola rolando, a 'simpatia' não deu certo, já que o Atlético-MG venceu o Zamora, por 1 a 0, nesta terça-feira e confirmou a primeira colocação do Grupo 4. Com um gol e uma jogada em que salvou o empate adversário em cima da linha, Jô foi o herói atleticano.

Com a suada vitória, que interrompeu sequência de três empates seguidos na Libertadores e manteve sua invencibilidade na competição, o Atlético-MG chegou a 12 pontos e afastou a possibilidade de ter um duelo brasileiro já nas oitavas de final. Se tivesse empatado com o Zamora, o adversário poderia ser o seu arquirrival Cruzeiro, dependendo de uma combinação de resultados e, em caso de derrota para os venezuelanos, o oponente poderia ser o Grêmio, igualmente na dependência de combinação de resultados.

Em função do horário de início do jogo, 17h30, em dia útil, a torcida atleticana foi chegando aos poucos ao Independência, cujas vias de acesso viveram momentos de congestionamento. Muitos atleticanos foram direto do trabalho e chegaram com a partida em andamento, mas mostraram entusiasmo e fizeram a parte da torcida, buscando incentivar o time rumo à sua terceira vitória na atual Libertadores.

O time atleticano, no entanto, não fez boa partida. Fez um gol no começo do primeiro tempo, mas depois pouco atacou, especialmente na etapa final, chegando a passar por momentos de pressão e a levar sufoco. Tanto que o atacante Jô se destacou não apenas como o goleador da partida, mas também por salvar o Atlético e fazer o papel de zagueiro, algumas vezes no segundo tempo. O Zamora atuou com um jogador a menos desde os 27 min da etapa final, após a expulsão do zagueiro España.

O Atlético-MG entrou em campo com muitos desfalques, incluindo Ronaldinho Gaúcho e o goleiro Victor, que foi o melhor jogador da equipe na partida anterior pela Libertadores, no empate com o Independiente Santa Fé, em 1 a 1, em Bogotá. Giovanni fez seu primeiro jogo na competição continental e Neto Berola entrou no ataque, compondo o quadrado ofensivo com Guilherme, Tardelli e Jô. Para complicar a situação atleticana, em um dos últimos lances de etapa inicial, Marcos Rocha se contundiu e não voltou para o segundo tempo, sendo substituído pelo volante Claudinei.

O primeiro tempo começou com o Zamora no ataque. Logo aos 2 min, Fálcon gira e bate forte, mas para fora, assustando o goleiro Giovanni. O time venezuelano, em busca da vitória para seguir na Libertadores, chegou mais uma vez com perigo, dessa vez com Murillo, que não conseguiu finalizar e o goleiro atleticano ficou com a bola.

A equipe visitante marcava forte, algumas vezes com entradas duras, dificultando as ações ofensivas do Atlético-MG. "Libertadores é isso jogo disputado, com clima de provocação e catimba o tempo todo, mas nada preocupante", comentou Diego Tardelli. Aos 9 min, no entanto, o Zamora errou uma saída de bola, Guilherme a recuperou e deu ótimo passe para Jô, que chutou firme e superou o goleiro Ângulo, colocando o anfitrião em vantagem.

O quarto gol de Jô e o oitavo do Atlético na atual Libertadores reduziram o ritmo da equipe, que optou por tocar a bola, na maioria das vezes lentamente. Marcos Rocha, pela direita, avançava, tentando criar jogadas ofensivas, mas, do outro lado, o jovem Alex Silva errava muito. Guilherme comandava as melhores jogadas do seu time, que, no entanto, não tinham sequência com Diego Tardelli e Neto Berola.

Em consequência, o Zamora se lançou à frente e passou a levar perigo ao gol defendido por Giovanni, especialmente em cobranças de seguidos escanteios. Já o Atlético ainda teve a chance de ampliar, com um chute de Tardelli, defendido por Ângulo, e depois em cabeçada de Jô, que foi para fora com perigo. "Começamos bem o jogo, depois passamos a rifar a bola. Não podemos desperdiçar chances, tive duas, fiz uma e perdi a outra", analisou Jô, ao deixar o gramado do Independência, no intervalo.

No Estádio Defensores Del Chaco, em Assunção, o primeiro tempo de Nacional e Independiente Santa Fé, jogo de duas equipes que disputavam com o Zamora a segunda vaga no Grupo 4, ficou empatado na etapa inicial,em 1 a 1. Medina abriu o marcador, aos 31 min para os visitantes, enquanto Benítez empatou aos 39 min, resultado que elimina a ambos.

O Zamora voltou com o atacante Pluchino no lugar do meia Murillo e o Atlético com Claudinei na vaga do contundido Marcos Rocha. A notícia do segundo gol do Nacional, no Paraguai, marcado por Barrero, aos 2 min do segundo tempo, obrigava o time venezuelano a pelo menos empatar, no Independência. E o time visitante dominava as ações nos 15 minutos iniciais do segundo tempo. Aos 12 min, por exemplo, Jô salvou o Atlético, ao evitar o gol de empate, quando Giovanni já estava batido no lance, após cabeçada de Soto.

A torcida atleticana se mostrava apreensiva nas cadeiras do Independência, ao ver o Atlético-MG acuado pelo Zamora, que rondava a área da sua equipe e obrigava o atacante Jô a atuar muitas vezes como zagueiro, aproveitando a sua estatura elevada. O time mandante não conseguia criar jogadas ofensivas e era pressionado pela equipe venezuelana.

No minuto seguinte após o treinador Noel Sanvicente realizar sua terceira substituição (Arenas no lugar de Flores), o zagueiro España foi expulso direto, por acertar Leonardo Silva sem bola. Com um jogador a mais,o Atlético desperdiçou a chance do segundo, quando Marion fez boa jogada e Jô, livre, tocou por cima do travessão. Aos 43 min, Fernandinho desperdiçou outra grande chance e o Zamora até o final perseguiu o empate, que lhe daria a classificação já que o Nacional vencia o Santa Fé, por 3 a 2.

ATLÉTICO-MG 1 X 0 ZAMORA

Data: 10/4/2014 (quinta-feira)
Local: Estádio Independência, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Roberto Tobar (Chile)
Auxiliares: Francisco Mondria (Chile) e Raul Orellana (Chile)
Cartões amarelos: Soto (ZAM);
Cartões vermelhos: España (ZAM)
Gols: Jô, aos 9 min do primeiro tempo;

Atlético-MG
Giovanni; Marcos Rocha (Claudinei), Leonardo Silva, Otamendi e Alex Silva; Pierre, Leandro Donizete, Guilherme e Diego Tardelli (Marion); Neto Berola (Fernandinho) e Jô
Técnico: Paulo Autuori

Zamora
Angulo; Soto (Zafra), López, España e Ovalle; Luís Melo, Arles Flores (Arenas), Ramírez e Murillo (Pluchino); Clarke e Falcón
Técnico: Noel Sanvicente

FOTO: UOL