A má fase técnica e os quilos a mais recuperados após a pausa para a Copa tiraram espaço de Walter, antes considerado o 12º titular da equipe

A má fase técnica e os quilos a mais recuperados após a pausa para a Copa tiraram espaço de Walter, antes considerado o 12º titular da equipe

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

De sensação da torcida a esquecido no banco de reservas, Walter viu seu prestígio despencar nos últimos meses no Fluminense. O atacante sequer entrou em campo nas últimas cinco partidas em que esteve à disposição do técnico Cristóvão Borges, algo impensável nas Laranjeiras antes da Copa do Mundo.

Walter chegou a ser o artilheiro do Fluminense no primeiro semestre, mas o jejum enfrentado após os dois gols sobre o São Paulo na goleada por 5 a 2 no Maracanã, em maio, fez com que caísse bastante na lista. Hoje é apenas o quinto artilheiro da equipe, atrás de Fred e dos meias Conca, Wagner e Cícero.

A má fase técnica e os quilos a mais recuperados após a pausa para a Copa tiraram espaço de Walter, antes considerado o 12º titular da equipe.

O atacante iniciou 13 partidas pelo Tricolor na temporada, mas apenas três delas após o Mundial. Além disso, atuou em só 9 jogos dos 20 do time das Laranjeiras no período, menos da metade. Recentemente, o atleta mostrou ter perdido peso novamente, mas não foi o suficiente para devolvê-lo o status de peça essencial ao time.

O desânimo de Walter com a situação nos treinos é perceptível. De centro das atenções e constante ameaça a titularidade de Fred e Rafael Sóbis, passou a demonstrar um futebol que tem feito Cristóvão Borges preferir o novato Kenedy, de 18 anos, quando quer mudar alguma peça no ataque tricolor.

A apatia também pode ser sentida nas últimas partidas de Walter pelo Fluminense. Antes acostumado a mudar o ritmo das partidas e fazer gols quando entrava no segundo tempo, o atacante passou a mostrar um futebol mais burocrático e discreto.

A falta de brilho levou Cristóvão a dar cada vez menos oportunidades ao jogador. Na vitória por 4 a 0 sobre o Sport, por exemplo, ele jogou apenas os oito minutos finais. Depois disso, entrou somente nos 34 minutos finais da derrota por 1 a 0 para o Goiás na Sul-Americana, no dia 3 de setembro, há quase um mês.

O técnico Cristóvão Borges, no entanto, prefere blindar Walter e negar que o atacante tenha perdido espaço no elenco após as atuações discretas e o deslize em relação ao peso. Quando questionado sobre a possibilidade sua utilização contra o São Paulo, ainda antes da partida, o treinador desconversou, mas disse contar com o atleta.

"Vou usar ainda ele, vamos precisar, porque ele tem muito a dar. É artilheiro, faz gol. Mas é difícil fazer plano assim. Acontecem coisas que não estão programadas numa partida, temos que estar preparados para todo tipo de ação. A gente pode até desejar e pensar, mas acontecem imprevistos. Mas penso em usá-lo todos os jogos. Em artilheiro a gente pensa o tempo todo", disse Cristóvão, que depois acabou por deixar Walter novamente no banco durante toda a partida.

O futebol apagado gerou até mesmo um pedido de afastamento da Flusócio, principal grupo político de sustentação da gestão do presidente Peter Siemsen no Fluminense. Em nota publicada em seu site no dia 18 de setembro, intitulada "Walter precisa se ajudar", os aliados do mandatário pediram que o gordinho fosse encostado até entrar em forma e chamou a postura do jogador em relação ao seu peso de 'descaso'.

Sem o mesmo prestígio, Walter tem ainda dois problemas: Cristóvão passou a optar por um esquema com um atacante, e Fred, que voltou a balançar as redes com frequência após a Copa do Mundo, não deve voltar a ser convocado para a seleção brasileira tão cedo. Por isso, se quiser correr atrás do prejuízo, o gordinho terá que se esforçar bastante ainda.

FOTO: UOL

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