Antes de qualquer coisa, devo agradecer aos amigos do portal TT pela oportunidade. Escrever no site do jornalista que cresci ouvindo no rádio é uma honra muito grande.
Dia desses, li num grande jornal uma crônica cujo autor falava sobre não deixar seus netos assistirem a uma partida de futebol. Obviamente, a geração que o autor pertence foi privilegiada: viu Pelé, Garrincha, Gérson, Tostão, Rivellino, Cruyff, Beckenbauer e tantos outros jogadores acima da média. Além disso, viu o Brasil tri-campeão, o magnífico Santos de Pelé, o Carrossel Holandês e mais umas duas dúzias de timaços.
Me sinto triste por ter perdido essa época. Para um apaixonado por futebol como eu, não ter nascido nesse tempo significa um vazio em discussões do tipo "Quem foi melhor: Pelé ou Maradona?? ou "Você lembra como era difícil jogar contra o Santos??. Nesse tipo de conversa, conta bastante, ao menos para mim, o fato de poder ter visto os jogadores ou os times em ação para que a opinião seja mais justa.
Mas, como o próprio autor disse no texto, o mundo mudou. E como não poderia deixar de ser, o futebol também. Se não já não há mais a abundância de craques e timaços como tínhamos no passado, vemos alguns times aparecerem para o mundo pela bela execução do trabalho coletivo dos jogadores, como a campeã mundial Espanha e o já mítico Barcelona de Pep Guardiola, que tem uma média de mais de 70% de posse de bola quando joga. E ainda existem jogadores que são os grandes protagonistas.
O que dizer de Messi e seus cinco gols no massacre de 7 a 1 do Barcelona sobre o Bayer Leverkusen? E o show (mais um) de Neymar na vitória do Santos sobre o Internacional pela Libertadores? E o eletrizante empate entre Palmeiras e São Paulo na tórrida e longínqua Presidente Prudente? São apenas exemplos muito recentes de como uma partida de futebol ainda pode empolgar bastante quem estiver no estádio e na frente da televisão.
Claro que entre esses excelentes jogos vemos aí um 1 a 1 chocho, um 1 a 0 chato para caramba e um 0 a 0 onde o melhor lance da partida foi a escorregada do assistente numa poça d´água. Mas me digam se aquele Prudentina x XV de Piracicaba da 12ª rodada do 1º Turno do Campeonato Paulista de 1964 apresentou coisa melhor...
Por isso, meus amigos, lhes digo o seguinte: é ótimo reverenciarmos jogadores, técnicos, jogos e gente que fizeram parte deste imenso planeta-bola. Mas é ainda melhor sentirmos a história ser escrita sob os nossos olhos e celebrarmos os novos personagens que fazem desse esporte o mais apaixonante, fantástico e emocionante dentre todos os outros.

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