A diretoria não confirma oficialmente, mas Júlio Baptista é o jogador de maior custo mensal no elenco cruzeirense

A diretoria não confirma oficialmente, mas Júlio Baptista é o jogador de maior custo mensal no elenco cruzeirense

Dionizio Oliveira

Do UOL, em Belo Horizonte

Júlio Baptista foi contratado em 2013 como a grande aposta do Cruzeiro para vestir a camisa 10 e ser a principal estrela da equipe substituindo o contestado Diego Souza, que não teve boa passagem pela Toca da Raposa e rapidamente foi negociado. Mais de um ano depois, o experiente meia-atacante ainda não conseguiu engrenar como se esperava e hoje pode ser considerado um 'reserva de luxo', até pelo elevado valor do salário.

A diretoria não confirma oficialmente, mas Júlio Baptista é o jogador de maior custo mensal no elenco cruzeirense. O salário do camisa 10 está na casa dos R$ 500 mil mensais, mas ainda há o acréscimo de valores de luvas e o pagamento da multa rescisória com o Málaga, custeada pelo jogador, que foram diluídos mensalmente e elevam significativamente essa quantia.

O investimento e o status de Júlio Baptista fizeram o clube inovar em sua apresentação, no Mineirão, colocando-o em um carro forte, simbolizando o que representava a contratação do jogador e a perspectiva para o futuro. O primeiro ano foi tímido, com alguns momentos de alta, como na partida contra o Botafogo, quando fez dois gols na vitória por 3 a 0, mas sem conseguir ter uma grande sequência de jogos.

A expectativa era de que começando o trabalho desde o início do ano e mais adaptado ao futebol brasileiro, ele assumisse o papel de protagonista em 2014. "Fazendo uma boa pré-temporada, com uma base física boa, vai desenvolver e nos ajudar muito. Acho que esse tipo de atleta em uma Libertadores pode ser fundamental", disse o técnico Marcelo Oliveira em dezembro de 2013.

Júlio Baptista esteve próximo de corresponder às expectativas do treinador e dos dirigentes no primeiro semestre, quando assumiu a condição de titular na Libertadores e teve um período animador jogando como centroavante, apesar de não ser sua posição preferida. Ele marcou alguns gols importantes e teve participação relevante na conquista do título mineiro.

Entretanto, Júlio Baptista perdeu a posição logo após a queda para o San Lorenzo nas quartas de final da Libertadores. Desde então, só foi titular nas ausências de Marcelo Moreno ou Ricardo Goulart. Será novamente assim nesta quarta-feira, em que terá mais uma chance diante do Atlético-PR, às 19h30, no Mineirão, em jogo válido pela 22ª rodada do Brasileiro.

Sem poder contar com Ricardo Goulart, suspenso pelo terceiro amarelo, o técnico escalará o camisa 10. "Espero poder ajudar, poder fazer um grande jogo. Para mim é muito importante. Cada vez que tiver a oportunidade vou procurar aproveitar da melhor forma possível para estar jogando, porque para mim é importante", afirmou Júlio Baptista.

A chance de poder jogar onde se sente mais confortável anima o meia. "Cada vez que eu atuei na minha posição eu demonstrei um pouco mais de volume de jogo, fazendo o que gosto, chegando de trás e fazendo gols", comentou.

Embora o desempenho de Júlio Baptista não empolgue o torcedor cruzeirense, os números indicam que também não pode ser considerado ruim. O camisa 10 é o terceiro artilheiro do time na temporada com 13 gols, atrás apenas de Ricardo Goulart, que tem 19, e Marcelo Moreno, com 18.

Certamente a forte concorrência pela posição, contra os dois artilheiros do Campeonato Brasileiro, é um dos motivos para o meia não conseguir ter uma sequência de partidas. "É bom que tem uma competitividade grande para todos os jogadores chegarem a um nível forte. Quem está jogando sabe que aquele que entrar está preparado também para seguir no time", disse o camisa 10.

Nas últimas três vezes que começou como titular, o meia conseguiu dar uma boa resposta e fez quatro gols. Ele crê estar atravessando um dos melhores momentos no clube mineiro, diz esperar ter mais oportunidades nessa reta final do Campeonato Brasileiro, mas evita qualquer cobrança ao técnico por uma posição como titular.

"Estou muito bem, me encontro em uma forma muito boa. Claro que para isso é preciso uma sequência para que isso não acabe. Estou bem e, se não jogar, para recuperar depois é difícil", afirmou. "Estou à disposição, procurando fazer meu trabalho. Sempre quando sou utilizado aproveito muito bem. Não depende mim jogar ou não, isso é do treinador. Tenho que tentar fazer o máximo em campo para que possa jogar mais vezes", completou.

Os dirigentes demonstram estar satisfeitos com o comportamento do jogador, que quase sempre foi titular por onde passou e tinha esses planos quando assinou com o Cruzeiro. "É um ótimo profissional, todas as vezes que o Júlio foi convocado a jogar, ele entrou bem, fez boas partidas, gols. É um jogador importante na nossa campanha. É uma peça que o Marcelo (Oliveira) conta. A questão de ser titular é circunstancial", minimizou o gerente de futebol Valdir Barbosa.

Foto: UOL

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