O Cruzeiro entrou com amplo favoritismo e com expectativa de fazer muitos gols

O Cruzeiro entrou com amplo favoritismo e com expectativa de fazer muitos gols

A brutal diferença de campanhas entre Cruzeiro e Figueirense, após 11 rodadas, indicava uma vitória fácil do líder sobre um dos times ameaçados de rebaixamento nesse começo de Brasileirão, neste sábado chuvoso, no Mineirão. O primeiro tempo quase contrariou a lógica, com jogo equilibrado. Mas o começo da segunda etapa recolocou a situação em seu devido lugar e o time celeste goleou, por 5 a 0, conquistando sua quarta vitória consecutiva na competição e chegando aos 28 pontos. Dessa forma, abriu oito em relação ao vice-líder Santos, que chegou aos 20, e ao Corinthians, que tem o mesmo número e enfrenta o Palmeiras, neste domingo, pela 12ª rodada.

O Cruzeiro entrou com amplo favoritismo e com expectativa de fazer muitos gols, já que tem o melhor ataque da competição, agora com 28 gols. Do outro lado, o Figueirense, que só marcou cinco tentos na atual edição do Brasileiro, tentava se motivar com a estreia do técnico Argel Fucks, substituto de Guto Ferreira, demitido após a eliminação na Copa do Brasil para o Bragantino, e no fato de ter conquistado seus sete pontos no certame em jogos fora de casa. Não conseguiu, segue na zona de rebaixamento e pode até terminar a rodada na lanterna, caso Coritiba e Flamengo pelo menos empatem com Grêmio e Botafogo.

As fases do jogo: O Cruzeiro encontrou muita dificuldade na etapa inicial e só conseguiu fazer o seu gol, aos 40 min, por meio de cobrança de pênalti de Lucas Silva. A chuva forte e o gramado encharcado deixaram lento e muito truncado a maior parte do primeiro tempo. Como era de se esperar, o Cruzeiro teve maior posse de bola e tomou a iniciativa do jogo, mas não conseguiu imprimir velocidade e parava na retranca adversária. O Figueirense, entretanto, não se limitava a defender, arriscando apelo menos três contra-ataques perigosos. Em um deles, Pablo ganhou de Léo e Dedé, mas demorou a finalizar e saiu de campo com a bola. Além do contra-ataque, as jogadas aéreas, especialmente em cobranças de faltas e escanteios levavam perigo ao Cruzeiro. A penalidade máxima marcada sobre Ricardo Goulart evitou o empate sem gols nessa fase.

A história do segundo tempo foi totalmente diferente. Depois da enorme dificuldade para abrir o placar nos 45 minutos iniciais, o Cruzeiro ampliou o marcador para 3 a 0, em apenas quatro minutos, com um golaço de Marquinhos, aos 2 min, e uma cabeçada de Dedé, aos 4 min. Esses dois gols no reinício da partida quebraram a resistência do Figueirense, que tentou, mas não teve forças para ameaçar a vitória cruzeirense. Mesmo debaixo de chuva e com o frio da Pampulha, a torcida do líder vibrou intensamente. Em campo, o time de Marcelo Oliveira criava chances para aumentar sua vantagem. Sem forçar, Ricardo Goulart fez o quarto gol, aos 27 min e Dagoberto, aos 33 min.

O melhor: Ricardo Goulart – Depois de um primeiro tempo apenas razoável, cresceu muito na etapa final e foi de fundamental importância para a goleada celeste, não apenas pelo gol marcado. Comprovando a ótima fase que atravessa, ele fez seu oitavo gol na atual edição do Brasileiro, consolidando na posição de principal artilheiro da competição até o momento.

O pior: Marcelo Moreno – Teve atuação apagada, pouco finalizando a gol, muito abaixo de suas performances anteriores, quando conquistou a condição de titular. Foi substituído no segundo tempo por Marlone, quando o técnico Marcelo Oliveira aproveitou para fazer mudança tática, priorizando uma formação de ataque leve e veloz.

A chave do jogo: Reinício fulminante – Os dois gols marcados pelo Cruzeiro, por meio de Marquinhos e Dedé, em quatro minutos da etapa final, tornaram fácil a partida e impediram qualquer tentativa de reação pelo Figueirense, que se assustou. Prova disso, é que mesmo perdendo por 3 a 0, o time catarinense não mudou sua postura cautelosa, preferindo esperar o Cruzeiro em seu campo e acabou vendo o adversário aumentar o placar.

Toque dos técnicos: Apesar do pouco tempo de trabalho, Argel Fucks fez quatro alterações na equipe em relação ao time base do seu antecessor, Guto Ferreira, e conseguiu dificultar a vida do líder Cruzeiro, no primeiro tempo, quando complicou a saída de bola do mandante. Mas o anfitrião voltou bem diferente na etapa final. Mesmo sem fazer alterações de nomes, Marcelo Oliveira conseguiu modificar a forma da equipe, que reencontrou o jogo rápido e insinuante, com jogadas pelas extremas. Ele ainda usou bem o banco para construir uma goleada, aumentando o número de gols marcados na competição.

Para lembrar:

Estreia de técnico com derrota. Após a eliminação em casa, na última terça-feira, na Copa do Brasil, para o Bragantino, na decisão por pênaltis, a diretoria do Figueirense recorreu à antiga fórmula da troca de treinador. Dispensou Guto Ferreira e contratou Argel Fucks, que estreou no Mineirão contra o Cruzeiro, mas não foi feliz: viu seu time ser goleado. Desde o início do jogo, o novo treinador da equipe catarinense orientou de perto os seus jogadores, falando muito e gesticulando sempre ao lado do gramado, na sua área técnica.

Marcelo mexe em time que está ganhando. Para Marcelo Oliveira, atual técnico campeão brasileiro e também líder da competição deste ano, não prevalece a máxima "não se mexe em time que está ganhando'. Ele tirou o zagueiro Manoel, que vinha se destacando ao lado de Léo, e promoveu o retorno de Dedé, após dois meses sem jogar. No primeiro tempo, Dedé deu sinais de insegurança, mas se firmou e ainda fez um dos gols de seu time.

Boa notícia no Cruzeiro. Momentos antes do início do jogo, o presidente do Cruzeiro, Gilvan Tavares, oficializou a contratação em definitivo do atacante Willian ao Metalist, da Ucrânia, por 3,5 milhões de euros, a serem pagos parceladamente. Dessa forma, encerra-se a 'novela' em torno da permanência do jogador, que estava emprestado ao time celeste e que interessava a outros clubes. Willian acompanhou no Mineirão a vitória da sua equipe.

Novo batedor de pênati. A cobrança do pênalti assinalado no primeiro tempo a favor do Cruzeiro foi feita pelo jovem volante Lucas Silva, apesar de estarem em campo Everton Ribeiro e o artilheiro do Brasileiro, até o momento, Ricardo Goulart. E o 'batedor' não decepcionou. A bola bateu na trave e entrou do outro lado. "Venho batendo bem nos treinamentos. O Everton Ribeiro sentiu no último treinamento, não treinou, eu bati bem, hoje ele (Marcelo Oliveira) me colocou como batedor, estava confiante e fiz o gol", afirmou Lucas Silva.

CRUZEIRO 5 X 0 FIGUEIRENSE

Cruzeiro
Fábio; Ceará (Mayke), Léo, Dedé e Egídio; Henrique, Lucas Silva, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart; Marquinhos (Dagoberto) e Marcelo Moreno (Marlone)
Técnico: Marcelo Oliveira

Figueirense
Tiago Volpi; Luan, Nirley, Marquinhos e Roberto Cereceda (Felipe); Paulo Roberto, Rivaldo, Kleber e Marco Antônio; Pablo (Everaldo) e Ricardo Bueno
Técnico: Argel Fucks

Data: 25/7/2014 (sábado)
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Gilberto Rodrigues Castro Junior (PE)
Auxiliares: Clovis Aramal da Silva (PE) e Albino Andrade Albert Junior (PE)
Cartões amarelos: Marco Antônio (Figuereinse);
Gols: Lucas Silva, aos 40 min do primeiro tempo; Marquinhos, aos 2 min, Dedé, aos 4 min, Ricardo Goulart, aos 27 min e Dagoberto, aos 33 min do segundo tempo

Foto: UOL

 

 

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