Matéria de Maurício Sabará sobre os campeões paulistas do interior

Matéria de Maurício Sabará sobre os campeões paulistas do interior

Hoje encerro os levantamentos dos clubes paulistas, sempre achando que poderia ter feito mais. Como deixar de fora times do interior paulista como o XV (de Piracicaba e Jaú), os representantes do clássico Come-Fogo de Ribeirão Preto (Comercial e Botafogo), a Ferroviária de Araraquara e tantos outros?

Internacional de Limeira e Bragantino, curiosamente dois clubes alvinegros, balançaram a estrutura do futebol paulista na segunda metade da década de 80, quando o interior ainda era forte, mesmo muitos não vendo com bons olhos tais títulos, achando que era a decadência geral. Limeira e Bragança Paulista têm mais de 120 km de distância, então o confronto não pode ser considerado um clássico interiorano.

A Associação Atlética Internacional de Limeira, fundada em 13 de outubro de 1913, completará 104 anos em 2017. Sagrou-se campeã estadual em 1986, derrotando o Palmeiras, que completou dez anos que não vencia o torneio. Bem antes, em 1924, a Inter de Limeira ficou conhecida pelo apelido de “Leão Paulista”, quando foi derrotada pelo Palestra Itália por apenas 2 a 1, sem ninguém imaginar que 62 anos depois decidiriam um título paulista. Em 26 de setembro de 1926 obteve um grande triunfo, vencendo o famoso Paulistano de Friedenreich pelo placar de 2 a 1. Também teve, no ano de 1947, um grande empate contra o XV de Piracicaba em seus domínios, quando o time de Limeira era considerado o mais forte do interior paulista. Seu maior adversário é o Independente da mesma cidade (clássico Le-Gal ou Galeão).

No gol optei por Silas, campeão paulista de 1986, que veio do Santos sem conseguir se firmar por causa da forte concorrência, se consagrando com o título. Seu reserva é o Morais, que atuou no clube de 1960 a 1964, sendo, provavelmente, o maior ídolo da torcida na época.

Pela lateral-direita está Quim, importante jogador da Inter. Seu reserva é João Luís, campeão paulista de 1986.

Na zaga estão Juarez e Bolíver, os campeões estaduais que pararam o ataque do Palmeiras na decisão, com Lau e Fenga sendo seus reservas, que também jogaram contra o antigo Palestra Itália em 1924, perdendo por apenas 2 a 1.

Pelo lado esquerdo está o Munhoz, que fazia parte do elenco que enfrentou o Palestra e que estava presente dois anos depois na histórica vitória frente ao Paulistano de Friedenreich pelo placar de 2 a 1. Basso é o seu reserva.

O meio de campo é formado por Zeca Carabina (volante antigo), Gilberto Costa (meia destacado no título de 1986 e preciso nas cobranças de faltas) e Lupércio, com Manguinha, Bertolatto e João Batista no banco, praticamente (exceto Bertolatto) os campeões paulistas.

De forma justa optei o ataque com o mesmo que foi campeão paulista de 1986, formado por Tato (autor do segundo gol), Kita (fez o primeiro e terminou como artilheiro do torneio) e Lê. Peixe, Augusto e José Petrelli compõem a suplência.

E para treinar ninguém melhor que o histórico jogador Pepe, treinador do maior título.

INTER DE LIMEIRA (1913 A 2017)

Titular: Silas, Quim, Juarez, Bolívar e Munhoz; Zeca Carabina, Gilberto Costa e Lupércio; Tato, Kita e Lê. Técnico – José Macia (Pepe).
Reserva: Morais, João Luís, Lau, Fenga e Basso; Manguinha, Bertolatto e João Batista; Peixe, Augusto e José Petrelli.

O Clube Atlético Bragantino, fundado na cidade de Bragança Paulista em 08 de janeiro de 1928, completou 89 anos em 2017. Foi o campeão paulista de 1990 na primeira e única final caipira, contra o Novorizontino. Era um trabalho que já vinha desde a conquista do Campeonato Brasileiro da Série A2 do ano anterior. Sem se esquecer que o Braga também se sagrou vice-campeão brasileiro em 1991. Também venceu o Brasileirão da Série C (2007). Dois outros grandes feitos foram as conquistas do Campeonato Paulista da Série A2 em 1965 e 1988.

O goleiro Marcelo sem dúvida é o escolhido, campeão paulista de 1990, passando duas vezes pelo clube, sendo mais marcante a primeira. Seu reserva é o Alê, destaque do Braga nos últimos anos.

Pela lateral-direita a escolha certa é a de Gil Baiano, que passou três vezes pela equipe, claro com mais destaque na primeira, vencendo o Estadual e sendo convocado pela Seleção Brasileira. Luizinho, que tem nome de craque, é o seu reserva.
A dupla de zaga é formada por Felipe (destaque nas fases mais recentes) e pelo volante Pintado, natural de Bragança, vindo da base, campeão paulista de 1990, com grande passagem depois pelo São Paulo, mas com uma identificação especial no clube de origem, tendo algumas passagens. Os reservas são o Cris e o Tiago Vieira.

Pelo lado esquerdo escalo o Biro-Biro, sem confundir com o famoso que atuou pelo Corinthians, mas outro jogador raçudo, um dos pilares da inesquecível conquista. Quem tem a nobre missão de ser o reserva do Biro é o Hamilton.

Claro que o volante de todos os tempos tinha que ser o Mauro Silva, que em apenas dois anos (1990 a 1992) se tornou o maior jogador da história do clube, consagrando-se mundialmente, inclusive fazendo parte como titular ao lado de Dunga no Tetra, formando um forte meio de campo. Seu eterno reserva (em tese) é o Somália, que também esteve duas temporadas no Bragantino, mas entre os anos 2007 e 2009.

Os meias são o Alberto Félix e Davi, de uma fase mais recente. Para a reserva optei por Araras e César.

Para o ataque minhas escolhas foram por Tiba, Mazinho Oliveira (outro que foi para a Seleção Brasileira) e João Santos, o infernal trio-atacante de 1990. Neizinho, Silva e Luís Müller são os respeitáveis reservas.

E para comandar está o famosíssimo Vanderlei Luxemburgo, talvez o treinador brasileiro mais destacado de todos os Anos 90, conquistando títulos por todos os grandes clubes que passou (Palmeiras, Flamengo, Santos e Corinthians) e indo comandar a Seleção Brasileira, mas foi no Bragantino que de fato ganhou notoriedade ao vencer o Campeonato Brasileiro da Série B (1989) e especialmente o Paulistão de 1990.

BRAGANTINO (1928 A 2015)

Titular: Marcelo, Gil Baiano, Felipe, Pintado e Biro-Biro; Mauro Silva, Alberto Félix e Davi; Tiba, Mazinho e João Santos. Técnico – Vanderlei Luxemburgo.
Reserva: Darci, Luizinho, Cris, Tiago Vieira e Hamilton; Somália, Araras e César Gaúcho; Neizinho, Silva e Luís Müller.

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