Rodriguinho e Jadson são as peças mais criativas do meio corintiano. Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Rodriguinho e Jadson são as peças mais criativas do meio corintiano. Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Se o Corinthians perdeu seu poder de criação e parte da eficiência que ergueu a campanha arrasadora no primeiro turno do Campeonato Brasileiro, o meio de campo tem grande responsabilidade. Cérebros do time, Rodriguinho e Jadson sofrem para recuperar o melhor futebol, enquanto Gabriel e Romero mantêm a pegada defensiva, mas caem quando a tarefa é ajudar o ataque. Por isso, o setor está na berlinda e pode se transformar nas próximas rodadas.

O time, que se reapresentou na última quarta-feira depois de dois dias de folga, fará mais seis sessões de treinamento antes de encarar o Coritiba, às 21h da próxima quarta, na Arena Corinthians. Para o jogo em Itaquera, válido pela 27ª rodada do Brasileirão, Romero já perderá espaço por estar suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Clayson, decisivo para salvar o time de derrotas contra São Paulo e Cruzeiro, é o favorito para entrar e pode puxar uma fila de trocas no quinteto de meio de campo.

Contratado para o Brasileirão após brilhar na Ponte Preta vice-campeã paulista diante do próprio Corinthians, Clayson só foi titular sete vezes, entrou em outros 12 jogos, mas é referendado pelos números: quatro assistências e dois gols, além de mais dois tentos na primeira rodada da Série A, quando ainda defendia a Macaca. Nas duas últimas partidas, o técnico Fábio Carille resolveu colocar apostar no meia-atacante que já mostrava crescimento nos treinos no CT Joaquim Grava e gostou do que viu. Dos últimos sete gols alvinegros, quatro tiveram participação dele.

Ainda que Romero volte de suspensão contra o Bahia na 28ª rodada, Clayson tende a seguir no time. Seja na vaga do paraguaio, seja no posto de Jadson, quem mais caiu de rendimento neste segundo turno. O camisa 10 tem errado muitos passes e perdeu a efetividade de quem soma cinco assistências e oito gols em 39 atuações na temporada - a última participação direta em um gol foi um pênalti convertido nos 2 a 0 sobre o Palmeiras, em 12 de julho. Além da ascensão de Clayson, é preciso conter a sombra de Marquinhos Gabriel, que passou a ser mais utilizado por Carille diante da necessidade de deixar o time mais criativo e agressivo.

Inicialmente, a comissão técnica avaliou que uma "terapia de choque" não era a melhor hipótese para o camisa 10. Com histórico de reagir mal a cobranças do tipo, Jadson poderia piorar seu desempenho caso fosse jogado para o banco de reservas. A sequência ruim, no entanto, pode transformar sua permanência no time em algo insustentável. 

Rodriguinho, outra peça-chave da criação, também havia reduzido o ritmo de boas atuações do primeiro turno, mas ainda dá mostras de que pode decidir. Contra o São Paulo, quando tinha jornada ruim, acabou sendo imprescindível para a busca do empate ao roubar a bola na linha de fundo, dar drible desconcertante em Júnior Tavares e cruzar para Clayson garantir o 1 a 1. Diante do Cruzeiro, foram os passes e as finalizações do meia que mantiveram o Corinthians aceso no Mineirão até, mais uma vez, Clayson assegurar o empate.

Entre os volantes, também há atenção para recuperar a melhor fase. Maycon, por exemplo, foi muito exaltado durante a semana passada pela forma como estava treinando, mas tenta voltar a ter presença mais constante e eficiente nas jogadas ofensivas. O caso de Gabriel também envolve a participação ofensiva, mas já é um sintoma identificado há mais tempo pela comissão técnica de Carille.

O camisa 5 corre, desarma e marca muito, mas pouco acrescenta no campo de ataque. Tanto é que costuma ser o primeiro a ser substituído quando é preciso buscar o resultado. Agora, suspenso dos dois próximos jogos pelo gesto obsceno feito à torcida do São Paulo, fica com a posição em risco. Camacho e Paulo Roberto - o segundo ainda precisa se recuperar de lesão - são os mais cotados para beliscar uma posição no time titular do líder isolado do Brasileirão.

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