O time visitante não contou com Ronaldinho Gaúcho, que está liberado até terça-feira

O time visitante não contou com Ronaldinho Gaúcho, que está liberado até terça-feira

Do UOL, em Belo Horizonte

Homenageado na Ilha do Retiro, Ariano Suassuna, falecido recentemente, esteve presente em campo nas camisas rubro-negras, que levavam nomes de seus personagens, e parece ter inspirado o Sport, do qual era torcedor, e que venceu o Atlético-MG, por 2 a 1, na tarde deste domingo, em Recife. O time visitante não contou com Ronaldinho Gaúcho, que está liberado até terça-feira, mas que deve deixar o clube. Mesmo ausente, a estrela do alvinegro dividiu as atenções de boa parte da torcida atleticana, que utilizou as redes sociais para comentar o que pode ser o fim da era Ronaldinho no Atlético-MG.

O empate na Ilha do Retiro foi ruim para os dois lados. Depois de ganhar o título da Recopa Sul-Americana, diante do Lanús, na quarta-feira passada, o Atlético-MG precisava mostrar força no Brasileirão, mas, mesmo com o time titular, à exceção de Ronaldinho, completou três jogos sem vitória – duas derrotas e um empate –, mantendo-se com 15 pontos e afastando-se cada vez mais da parte superior das tabela de classificação. Já o Sport, reabilitou-se da eliminação da Copa do Brasil e chegou a 21 pontos, aproximando-se do G4.

As fases do jogo: O Sport começou fiel ao seu estilo na Ilha do Retiro, pressionando o adversário logo na saída da bola. Em menos de um minuto já havia cobrado dois escanteios e finalizado uma vez, com Wendel, levando perigo ao gol de Victor. Aos poucos, no entanto, o Atlético-MG conseguiu equilibrar o jogo, criando também chances de gol. Foi assim aos 25 min, quando Guilherme lançou Tardelli, que bateu na saída de Magrão, que fez grande defesa. Já os momentos finais foram do Sport, que voltou a pressionar, encurralando o time atleticano. Victor, aos 41 min, evitou o gol de Zé Mário. Divididas duras e muitas reclamações dos jogadores dos dois lados com o árbitro Thiago Duarte Peixoto também fizeram parte da etapa inicial no Recife.

O segundo tempo teve logo no início uma discussão envolvendo Leonardo Silva e Neto Baiano, que desconcentrou o time atleticano. O Sport se aproveitou e fez o gol, aos 6 min, quando Durval fez lançamento, bem aproveitado por Felipe Azevedo. O Atlético-MG tentou responder imediatamente, passou a pressionar, mas desperdiçou gols em sequência, com Jô (trê vezes) e Guilherme. Levir Culpi tentou mudar o cenário, colocando Luan e Dátolo nas vagas de Jô e Maicosuel, mas a iniciativa não foi bem-sucedida. Aos 23 min, o Sport aumentou a vantagem, por meio de Durval, que, mesmo caído, colocou a bola nas redes. Apesar de desorganizado, o alvinegro mineiro não desistiu deatacar e, aos 37 min, diminuiu, com gol de pênalti, marcado por Diego Tardelli.

O melhor: Durval – Veterano zagueiro, Durval destacou-se não apenas na marcação, mas foi decisivo na frente e teve papel fundamental na vitória do Sport. No primeiro gol, lançou Felipe Azevedo e, no segundo, ele mesmo fez o segundo gol, em lance em que mostrou determinação e oportunismo.

O pior: Emerson Conceição – Apesar de ter espaço para apoiar o ataque, não soube aproveitar essa situação e ainda falhou muito na marcação. As principais jogadas ofensivas do Sport foram às suas costas. Não faltou vontade, mas, tecnicamente, esteve muito mal em campo.

A chave do jogo: Falhas defensivas – Depois de se comportar bem nos 45 minutos iniciais, o sistema defensivo atleticano falhou muito no segundo tempo, cedendo espaços importantes ao adversário, que soube tirar proveito duas vezes, para conquistar uma vitória, que em alguns momentos esteve ameaçada em função do maior volume de jogo atleticano.

Toque dos técnicos: Levir Culpi, que chegou a pensar em poupar titulares, mudou de ideia e escalou força máxima, com exceção de Ronaldinho Gaúcho, que deve deixar o Atlético e que foi substituído por Guilherme. Já Eduardo Baptista, fortaleceu a marcação no meio-campo, com três volantes, sendo que Danilo foi escalado para anular as jogadas ofensivas de Marcos Rocha pela direita. Dessa forma, o time da casa deixou ao adversário a tarefa de tomar a iniciativa do jogo e se armou para explorar os contra-ataques, o que fez com êxito na etapa final. Em desvantagem no placar, Levir tentou alterações que não deram o resultado esperado e desarticularam ainda mais sua equipe.

Para lembrar:

Ronaldinho Gaúcho de folga. Liberado para participar do jogo de despedida de Deco, na última sexta-feira, na Cidade do Porto, o que não aconteceu porque ele perdeu o voo para Portugal, Ronaldinho Gaúcho não se reapresentou ao técnico Levir Culpi e curte folga até a próxima terça-feira, quando o Atlético-MG aguarda o craque e suas explicações. A diretoria admite que pode puni-lo, mas há uma expectativa também que o camisa 10 não atue mais pelo alvinegro, rescindindo o seu contrato, que tem validade até o final deste ano.

Homenagem a Ariano Suassuna. Torcedor ilustre do Sport, o escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, falecido na última quarta-feira, recebeu novas homenagens do rubro-negro pernambucano, neste domingo. O mestre, como o clube a ele se referiu por meio do Twitter, já tinha sido lembrado na última quinta-feira em jogo pela Copa do Brasil, contra o Paysandu. Contra o Atlético-MG, houve um boneco gigante do autor e os jogadores do time da casa entraram com nomes de personagens imortalizados por Suassuna às costas das camisas. O atacante Neto Baiano, por exemplo, deu vida a Chicó, do Auto da Compadecida.

Pressão por eliminação na Copa do Brasil. O Sport entrou pressionado contra o Atlético-MG pela eliminação, na última quinta-feira, da Copa do Brasil pelo Paysandu, mesmo com vitória por 3 a 2, que foi insuficiente para manter o rubro-negro naquela competição. E o time de Eduardo Baptista reagiu bem e conseguiu uma difícil vitória sobre o Atlético-MG.

Tentativas frustradas de golaço. Ainda no primeiro tempo, Neto Baiano tentou repetir o golaço que fez diante do Botafogo, em jogo válido pela atual edição do Campeonato Brasileiro. Ele viu Victor adiantado e, quase do meio de campo, tentou por cobertura, mas errou a força e o goleiro atleticano pegou firme, com tranquilidade. No final do segundo tempo, Neto Baiano tentou de novo e mandou para fora o seu chute de muito longe.

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