O time conta praticamente com as mesmas peças utilizadas pelo técnico Jair Ventura

O time conta praticamente com as mesmas peças utilizadas pelo técnico Jair Ventura

Samir Carvalho
Do UOL, em Santos (SP)

A ascensão do Santos no Campeonato Brasileiro pode render ao técnico Cuca mais do que uma sonhada vaga para a próxima Copa Libertadores da América. Empolgado pela campanha de recuperação, o presidente José Carlos Peres já promete nos bastidores dar ao treinador autonomia para a montagem da equipe para a próxima temporada.

Cuca, de fato, tem números e campanha convincentes em sua segunda passagem pela Vila Belmiro. Se contabilizado somente o segundo turno, por exemplo, o Santos seria o vice-líder da competição, com 21 pontos conquistados e 70% de aproveitamento. Só perderia para o Palmeiras, líder com 26 pontos em dez jogos, e 86,6%.

Desde a sua chegada, o Santos atinge 61,9% de aproveitamento dos pontos disputados no Campeonato Brasileiro, média inferior somente a de Flamengo, 63,2%, Internacional, 64,4% e Palmeiras, 67,8%, que brigam pelo título da competição.

Cuca convenceu, dentro de campo, que pode render ainda mais com um melhor elenco nas mãos e, para isso, terá carta branca para indicar a saída e nomes para a próxima temporada.

O problema é que o treinador deixou a entender que este projeto prometido por Peres ainda não foi iniciado. Questionado na última sexta-feira, no CT Rei Pelé, se participou da reunião entre Peres e outros dirigentes sobre o planejamento de 2019, Cuca foi irônico ao responder. "Eu faltei nessa aula", disse Cuca antes de abandonar a sala de imprensa.

Cuca já mostrou sua força com chegada e veto de reforços

O técnico Cuca já ganhou força com a indicação da contratação do atacante Felippe Cardoso, da Ponte Preta. A aposta foi para satisfazer ao pedido de contar com mais um típico camisa 9 no elenco antes do fechamento da janela de transferências. O problema é que o atleta chegou ao clube com uma lesão no púbis, atuou apenas 20 minutos e só volta aos gramados em 2019.

Antes disso, Cuca preteriu nomes como do centroavante Marco Rúben, do Rosario Central. Ele ainda se defendeu publicamente do rótulo de "inimigo de estrangeiros" justificando ter indicado as contratações de Nicolás Blandi, do San Lorenzo, e de Emannuel Gigliotti, do Independiente, cogitadas pelo clube, mas que terminaram sem sucesso.

Desde que chegou, Cuca trabalha praticamente com as mesmas peças utilizadas pelo técnico Jair Ventura, que deixou o clube com desempenho ruim, somente 14 vitórias em 39 jogos, dez empates e 15 derrotas, um aproveitamento total de 44,4% dos pontos disputados, o segundo pior do século, só superando o trabalho de Nelsinho Baptista, em 2005, com 30,7%.

Jair deixou o Santos na 15ª colocação, com 15 pontos. Cuca conseguiu fazer a equipe alavancar na competição nacional e resgatar nomes como do atacante Gabriel Barbosa, que vivia o seu pior momento no Santos e hoje é o artilheiro isolado do Brasileiro, com 14 gols.

O curioso é que a relação Peres e Cuca estremeceu logo após a eliminação do Santos para o Independiente, na Libertadores. Na ocasião, Cuca disparou contra a diretoria pelo erro envolvendo a escalação irregular do volante uruguaio Carlos Sánchez. Ele disse que os dirigentes precisavam melhorar administrativamente.

Peres respondeu, também publicamente, alegando que cabia ao treinador cuidar somente da parte técnica, não da administrativa. Posteriormente, Cuca negou ter feito críticas e que não precisaria fazer um pedido de desculpas ao dirigente. Nesta sexta-feira, Cuca mostrou que segue sem "filtro" ao lamentar o palpite do presidente do Santos sobre a escalação do meia Bryan Ruiz.

(Foto: Marcello Zambrana/AGIF - retirada do UOL)

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