A rivalidade entre as duas equipes ficou ainda mais acirrada a partir de abril de 2014

A rivalidade entre as duas equipes ficou ainda mais acirrada a partir de abril de 2014


Danilo Lavieri e José Eduardo Martins
Do UOL, em São Paulo

Em pouco mais de três anos, São Paulo e Palmeiras inverteram seus papeis. O time que antes era motivo de chacota dos tricolores hoje conta com um dos elencos mais valiosos do país, é o atual campeão brasileiro e está classificado para as oitavas de final da Copa Libertadores. Já a equipe do Morumbi foi eliminada nos três campeonatos que disputou no início desta temporada e tenta apagar a desconfiança da torcida. Agora na posição de destaque, o Palmeiras enfrenta o São Paulo neste sábado, às 19h, fora de casa.

A rivalidade entre as duas equipes ficou ainda mais acirrada a partir de abril de 2014. Na época, Carlos Miguel Aidar assumiu a presidência do São Paulo e em um dos seus primeiros atos tirou o atacante Alan Kardec do arquirrival Palmeiras. Após ouvir a reclamação do então mandatário alviverde Paulo Nobre, Aidar ironizou o adversário e deu uma entrevista coletiva com cachos de banana em cima da mesa. Em seu discurso, classificou a postura de Nobre como patética e disse que ela demonstrava, "infelizmente, o atual tamanho da Sociedade Esportiva Palmeiras, que, ano após ano, se apequena com manifestações dessa natureza."

De lá para cá, porém, o São Paulo sofreu. O clube do Morumbi passou a enfrentar turbulência financeira, atrasou salários de jogadores e viu o próprio Aidar pedir renúncia por envolvimento em escândalos, em outubro de 2015. Com Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, no comando, o São Paulo até conseguiu apaziguar alguns problemas internos, mas ainda enfrenta dificuldade financeira e as conquistas não vieram. A aposta agora é no sucesso do ex-goleiro Rogério Ceni, que passou a exercer a função de treinador nesta temporada.

Já o Palmeiras contou com a injeção de capital de Paulo Nobre, que acertou as contas do clube e contratou mais atletas. Depois, incrementou a força financeira com o apoio da patrocinadora Crefisa, que alçou o Palmeiras ao topo em termos de investimento no elenco. Neste período, o clube conquistou a Copa do Brasil 2015 e o Brasileiro 2016. Fora de campo, ainda o chamado Centro de Excelência - com hotel e nova estrutura na Academia de Futebol.

"São ciclos do futebol. A construção da arena feita pela W. Torre deu corpo ao Palmeiras. Tem também a introdução de dinheiro de alguém que pôde fazer isso, em que pese o Palmeiras ter uma conta grande a pagar. A análise financeira é muito mais por questões pessoais, de torcedores que ajudaram, do que por gestão equilibrada. Espero que o Palmeiras faça uma gestão equilibrada. Essa é a diferença: o Palmeiras tem time com salários altos e tem de dar resultado. A cobrança é dura. Já o São Paulo está tentando se organizar depois de um terceiro mandato ruim do Juvenal, outro ruim do Aidar", disse Marco Aurélio Cunha, diretor-executivo do São Paulo até janeiro deste ano, que diz acreditar na recuperação

"Isso é fácil de reverter. O São Paulo tem estádio próprio e o CT de Cotia para a base, que é um lugar espetacular e arrecada muito para o clube."

O dirigente tricolor, porém, admite que os resultados negativos podem ter feito com que o clube fizesse negócios não tão vantajosos. "Em jogo, a tendência, quando se perde, é perder ainda mais no futuro. No futebol fica esse estímulo de se contratar mais quando está perdendo, Quando fica arriscando, é mais fácil ter o insucesso, quando faz organizado você se reestrutura. A gestão precisa estar acima da razão. Mas o caminho possível está sendo tomado pelo São Paulo", afirmou Marco.

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