Dassler Marques e Diego Salgado
Do UOL, em São Paulo
Autor de dois dos gols mais importantes da história do Corinthians, o atacante Paolo Guerrero segue distante do Parque São Jorge mesmo livre no mercado. Três anos depois de deixar o clube rumo ao Flamengo, o nome do jogador peruano ainda é motivo de desaprovação por parte da diretoria alvinegra. Outro entrave é a pedida salarial, que se mantém fora dos padrões adotados pelos corintianos.
Na visão da cúpula do Corinthians, a saída de Guerrero deixou rusgas sentidas até hoje, mesmo depois de mais de três temporadas sem o centroavante. Para os dirigentes, o jogador não foi correto com o clube no processo de renovação, considerado desgastante e tumultuado. A negociação iniciada nos últimos meses de 2014 durou até maio do ano seguinte e acabou marcada por desencontros.
O Corinthians na ocasião chegou a negociar com vários procuradores do jogador, sem chegar a um consenso. Guerrero fez exigências já consideradas fora da realidade pela gestão de Roberto de Andrade, que ainda tinha Edu Gaspar como gerente de futebol. Durante as tratativas, o atacante pediu luvas de 7 milhões de dólares (R$ 17 milhões na cotação da época), três anos de contrato e R$ 500 mil de salário.
O clube alvinegro, contrariado, ofereceu R$ 9,7 milhões de luvas, subiu o valor para R$ 12 milhões e viu o jogador aceitar uma proposta do Flamengo cujos valores eram similares. Outro ponto agravou a situação: no início das tratativas, Guerrero declarou que não jogaria em outro clube do futebol brasileiro e frisou que gostaria de continuar no Corinthians.
Preterido, o Corinthians apostou em um time sem Guerrero, jogador mais importante do time entre o segundo semestre de 2014 e os primeiros meses de 2015. Tite, à época, viu Vagner Love assumir o posto de centroavante e brilhar na conquista do Campeonato Brasileiro, principalmente a partir dqo segundo turno da competição. Após a venda de Love e as tentativas fracassadas com André e Gustavo em 2016, o clube viu Jô comandar a equipe de Fábio Carille nas duas conquistas de 2017.
Hoje, após a venda de Jô e a uso de um esquema sem centroavante, o Corinthians apostou em Jonathas para suprir a falta de um camisa 9 de ofício - o jogador, vale lembrar, era uma das opções da diretoria logo após a saída de Guerrero. Para tirar o jogador do Hamburgo, da Alemanha, a diretoria corintiana aceitou manter o nível salarial do jogador no futebol europeu.
Assim, Jonathas se tornou um dos atletas com maior salário do elenco. Roger, outra opção para o setor oefensivo, também não é considerado um jogador barato. Com os dois à disposição de Osmar Loss, não teria sentido, na visão da diretoria, investir em outro centroavante.
"Esquece. Manda ele revender o contrato dele para o Flamengo de novo. Ele está revendendo, ele tem que revender para o Flamengo, pede R$ 20 milhões, R$ 30 milhões que ele vale no mercado. Ele está tendo esse problema de novo. Ele quer R$16, R$ 20 milhões. Tem time que paga isso para ele, e ele quer que o Flamengo pague", disse Andrés em entrevista à Fox Sports em abril passado.
Guerrero ficará sem contrato com o Flamengo a partir da próxima sexta-feira. O peruano pede R$ 15 milhões de luvas para renovar, além de três anos de contrato e R$ 600 mil de salário. O Inter, diante desse cenário, prepara uma proposta com a ajuda de investidores. Segundo o UOL Esporte, o clube gaúcho receberia um aporte de R$ 10 milhões para as luvas e aceitaria o tempo de contrato e os valores salariais pedidos.
Foto: Ricardo Nogueira / EFE (via UOL)
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