Guarani de todos os tempos

Guarani de todos os tempos

O Guarani é o grande rival da Ponte Preta na cidade de Campinas, um clássico que é conhecido como Derby Campineiro. Ambos os clubes disputam pra saber quem tem mais torcida no interior de São Paulo e do Brasil. Como todas as equipes que não são das capitais sempre teve que brigar para ter um espaço com os grandes do futebol. Mas em 1978 formou um forte elenco que lhe proporcionou um título de campeão brasileiro, o primeiro e único time do interior a conseguir tal feito.

O GUARANI: A mais famosa obra da música clássica brasileira, cuja abertura é conhecida até mesmo por quem não é do ramo. Essa ópera foi composta por Carlos Gomes, que era natural de Campinas. O nome do clube foi em sua homenagem. Também é conhecido pelo apelido de Bugre.

GUARANI DE TODOS OS TEMPOS
O Guarani Futebol Clube foi fundado no dia 02 de abril de 1911. Teve boas equipes nas décadas de 20 e 40, mas foi a partir dos anos 50 que começou a despontar, quando conseguiu o acesso à Primeira Divisão e a inauguração do estádio Brinco de Ouro. Mas sua grande ascensão aconteceu de fato em 1978, quando formou um timaço que conquistou o Brasil e na próxima década também teve destaque com fortes elencos que lhe renderam um vice-campeonato brasileiro e paulista. Muitos bons jogadores também passaram pelo Bugre na década de 90.

TITULAR: Neneca, Mauro, Júlio César, Amaral e Miranda; Tosin e Zenon; Capitão, Zuza, Careca e João Paulo. Técnico: Carlos Alberto Silva.

HÉLIO MIGUEL – NENECA (Londrina, PR, 18/12/1947) - Jogou no Guarani de 1976 a 1980. Neneca conseguiu ficar vários minutos sem tomar gols fez pelo Náutico (recorde mundial) e depois no Guarani. Emerson Leão era o goleiro da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1978, mas quem foi campeão brasileiro no ano do Mundial foi o arqueiro do Bugre, vencendo na final o Palmeiras de Leão. Com a sua altura, força física, colocação, agilidade e valentia, tornou-se um dos principais nomes na conquista do Campeonato Brasileiro. O gol do título, em Campinas, marcado por Careca, se iniciou com ele.

MAURO DE CAMPOS JÚNIOR (Nova Odessa, SP, 23/04/1955 – 06/08/2004) - Jogou no Guarani de 1975 a 1980. Revelado pelo Bugre e já tendo logo cedo chances na Seleção Brasileira Olímpica. Lateral-direito que se destacou muito na defesa bugrina no Brasileirão de 1978. No ano seguinte voltou a jogar pelo Brasil, mas agora na equipe principal. Jogou em outros grandes clubes como o Cruzeiro, Santos, Grêmio e Portuguesa de Desportos, mas foi em Campinas que viveu os seus melhores momentos. Foi técnico das equipes de base do clube.

JÚLIO CÉSAR DA SILVA (Bauru, SP, 08/03/1963) - Jogou no Guarani de 1982 a 1986. Zagueiro-central que tem uma bela passagem pelo futebol europeu, em especial no francês e alemão, mas que teve o início de reinado no Guarani, clube que tinha o melhor zagueiro do país no início de 1986. Padrão de bom defensor, pois era técnico, se posicionava muito bem, tinha boa impulsão, cabeceava com lucidez e era difícil de ser driblado. Agradou muito a Telê Santana, treinador da Seleção Brasileira, conseguindo tomar a posição de zagueiros consagrados como Oscar e Leandro (era zagueiro na ocasião), formando com Edinho a zaga brasileira na Copa do Mundo do México.

JOÃO JUSTINO AMARAL DOS SANTOS (Campinas, SP, 25/12/1954) - Jogou no Guarani de 1974 a 1978. Um dos orgulhos das equipes de base do Guarani. Após a Copa do Mundo da Alemanha passou a ser o mais requisitado zagueiro nas convocações da Seleção Brasileira. Tinha uma classe formidável, desarmando os adversários com grande categoria e saindo com a bola dominada que somente os que conhecem poderiam fazer. Muitos lamentam de não ter feito parte do time campeão brasileiro, pois foi vendido ao Corinthians no início do ano, disputando a Copa do Mundo da Argentina como jogador corintiano, sem ainda ter estreado pelo novo clube. No Parque São Jorge fez no início grandes exibições, sendo campeão paulista em 1979.

DONIZETI MANUEL ONOFRE – MIRANDA (Presidente Prudente, SP, 30/05/1957) - Jogou no Guarani de 1973 a 1981. Da mesma forma que Odirley foi escolhido como melhor lateral-esquerdo do Brasil em 1978, Miranda conseguiu também no ano seguinte, uma prova que Campinas era de fato a capital do futebol brasileiro no final dos anos 70. Da mesma forma que o rival da Ponte Preta, nunca teve uma chance na Seleção Brasileira. Mais uma grata revelação da base bugrina, explodiu de fato na conquista do Campeonato Brasileiro de 1978, com o seu futebol marcador e de boa participação ofensiva, além de ter técnica com a bola nos pés, bom preparo físico e precisão nos passes e chutes a gol. Teve boas passagens pelo Atlético Mineiro e Paranaense.

PAULO CÉSAR TOSIN (Marília, SP, 16/04/1966) - Jogou no Guarani de 1985 a 1989. Na década de 80 o Guarani continuou revelando ótimos jogadores. O volante Tosin é mais um bom exemplo. No ano que foi revelado já estava presente na Seleção Brasileira de juniores campeã mundial em Moscou. Fez parte de outra brilhante geração bugrina, que foi vice-campeã brasileira em 1986 e 1987 (Módulo Amarelo). Também jogou na decisão do Campeonato Paulista de 1988, formando uma boa dupla no meio de campo com o experiente Paulo Isidoro. No ano seguinte teve uma rápida passagem pelo Corinthians.

ZENON DE SOUZA FARIAS (Tubarão, SC, 31/03/1954) - Jogou no Guarani de 1976 a 1980. Cérebro do Guarani na segunda metade dos anos 70. Da mesma forma que Dicá era o Camisa 10 que comandava o time da Ponte Preta da década de 70, Zenon fazia o mesmo pelo Guarani, pois também tratava-se de um preciso lançador e exímio cobrador de faltas. Veio do clube catarinense Avaí (campeão estadual em 1975) e desde o início já demonstrava que jogava o fino do futebol. Dois anos depois formou um formidável meio de campo com o volante Zé Carlos e o meia-direita Renato, que construiu impecáveis vitórias na conquista do Campeonato Brasileiro de 1978, com ele marcando importantes gols contra o Internacional de Porto Alegre e Vasco da Gama. No primeiro jogo da final contra o Palmeiras, em pleno Morumbi, marcou o gol da vitória, de pênalti. E na decisão, no Brinco de Ouro, não pôde jogar, porque tinha recebido o cartão amarelo, mas mesmo assim comemorou o título com os companheiros. Por estar em grande fase, foi convocado pelo técnico Cláudio Coutinho pra defender a Seleção Brasileira em 1979. Depois de uma rápida e boa passagem pelo futebol árabe foi contratado pelo Corinthians, jogando muito bem no histórico time da Democracia Corintiana, sendo bicampeão paulista de 1982/83. Também teve uma ótima passagem no Atlético Mineiro.

RODOLFO CARLOS DE LIMA – CAPITÃO (Regente Feijó, SP, 04/02/1954) - Jogou no Guarani de 1978 a 1981. Era o ponta-direita do time campeão brasileiro de 1978, tão citado no Guarani de todos os tempos. Tinha as características próprias da sua função, pois jogava com velocidade, driblava, cruzava bem e ótimo finalizador. Quando chegou a Campinas, já possuía um bom currículo, pois havia sido vice-campeão paulista em 1976 pelo XV de Novembro de Piracicaba (clube que o revelou) e no ano seguinte venceu o Campeonato Carioca atuando no Vasco da Gama. No Bugre caiu como uma luva, sendo que uma das partidas mais marcantes foi a vitória de 3 a 0 contra o poderoso Internacional, em pleno Beira-Rio, com a imprensa gaúcha afirmando antes que o ataque formado por Capitão, Careca e Bozó era de circo. Foi campeão paranaense pelo Atlético em 1982.

LUIZ ESTEVAM DE SIQUEIRA NETO – ZUZA (Jundiaí, SP, 02/10/1911 – São Carlos, SP, 06/07/1977) - Jogou no Guarani de 1941 a 1948, marcando 149 gols. Muitos estranharão a ausência de Renato Pé-Murcho no time titular do Guarani, mas o escolhido tem uma grande importância na história do Bugre, pois além de ser o seu maior goleador também foi quem mais marcou no Derby Campineiro, um total de 18 gols. No Corinthians jogou de 1932 a 1937, sendo campeão paulista no último ano e recordista de gols em uma única partida, marcando 6 na goleada de 10 a 1 contra o Sírio (21/05/1933). Também foi campeão paulista em 1940 pelo Palestra Itália após rápida passagem como jogador do São Paulo, seu clube do coração. Jogava como centroavante e nas duas meias. Leônidas da Silva o considerava um dos melhores da posição, pois era veloz e driblador, além de bater faltas e penalidades com muita facilidade.

ANTÔNIO DE OLIVEIRA FILHO – CARECA (Araraquara, SP, 05/10/1960) - Jogou no Guarani de 1978 a 1983, marcando 109 gols. É o segundo maior goleador da história do Guarani. Estreou na equipe principal em 1978 e no mesmo ano sagrou-se campeão brasileiro com menos de 18 anos, principal destaque da competição e autor do gol do título. Considerado um dos melhores centroavantes do mundo nos anos 80, pois era muito habilidoso, emérito cabeceador, faro de gol impressionante, muita técnica para deslocar os zagueiros e goleiros e autor de golaços. Disputava com o atleticano Reinaldo o título de melhor centroavante do Brasil no início da década de 80. Em 1982 estava em grande fase, mas uma contusão de última hora o tirou da Copa do Mundo da Espanha. No ano seguinte foi vendido ao São Paulo, clube que também brilhou, sendo fundamental na conquista do Brasileirão de 1986 contra o seu ex-time. Brilhou na Copa do Mundo no mesmo ano e teve uma bela passagem pelo Nápoli, time italiano que atuava Diego Maradona. Mas é no Brinco de Ouro que se tornou um grande xodó, principal ídolo da torcida bugrina.

SÉRGIO DONIZETI LUIZ – JOÃO PAULO (Campinas, SP, 09/07/1964) - Jogou no Guarani de 1984 a 1989 e em 2002. Um dos últimos pontas autênticos do futebol brasileiro. Conhecido como João Paulo porque muitos consideravam que o seu estilo de jogo era semelhante ao do ponta-esquerda do Santos e Corinthians. Conseguiu tomar a posição de Bozó no meu Guarani de todos os tempos porque se tratava, sem sombra de dúvidas, do melhor ponteiro esquerdo do Brasil de 1986 a 1991, pois era rápido e driblava como ninguém na época. Nas finais que disputou (Brasileirão de 1986 e Paulistão de 1988) infernizou as defesas adversárias, mas não conseguiu ser campeão. Apesar da falta de títulos, era o maior ídolo da torcida bugrina. Foi muitas vezes convocado pela Seleção Brasileira de 1987 a 1989, sagrando-se no primeiro ano campeão pan-americano e participando das Olimpíadas de 1988. No seu auge o treinador brasileiro era Carlos Alberto Silva. Quando Sebastião Lazaroni assumiu o comando conseguiu disputar dois jogos, mas o seu estilo ofensivo não se enquadrava aos planos do novo técnico, que preferiu deixá-lo de fora da Copa do Mundo de 1990, ano em que foi eleito o melhor jogador estrangeiro do futebol italiano, atuando pelo Bari. Voltou a defender o Brasil em 1991, sob o comando de Paulo Roberto Falcão. Retorna ao clube que o revelou em 2002.

CARLOS ALBERTO SILVA (Bom Jardim de Minas, MG, 14/08/1939) - Foi técnico do Guarani de 1978 a 1980. Formado em Educação Física e estreando a sua carreira como treinador no Bugre, mesmo sem ter experiência fez um excelente trabalho, tornando-se o time mais marcante da sua bem sucedida carreira. Muitos discordaram da sua contratação pela falta de experiência, mas através de um comando sério e contando com ótimos jogadores no elenco conseguiu dar ao Guarani o título mais importante da sua centenária história. Dirigiu mais de 15 times e foi técnico da Seleção Brasileira de 1987 a 1989.

COMO JOGARIA O TIME DO GUARANI?
Praticamente jogaria como se jogava nos anos 70, sob o comando de Carlos Alberto Silva. Neneca seria sinônimo de segurança no gol bugrino. O lateral-direito Mauro ficaria bem plantado na defesa, exercendo forte marcação aos atacantes adversários. A zaga formada por Júlio César e Amaral seria garantia de eficiência e forte marcação, sem deixar de lado a técnica e elegância, tão presente na carreira de ambos. Miranda também cumpriria bem as suas funções como lateral-esquerdo, mas de vez em quando se aventuraria no ataque. O meio de campo teria a forte marcação de Tosin e os precisos lançamentos de Zenon, que também seria um dos encarregados nas cobranças de faltas e penalidades. O ataque seria rápido e envolvente, com os pontas Capitão e João Paulo realizando grandes jogadas nos seus respectivos lados e cruzando para os dois maiores goleadores bugrinos completarem para as redes, com Careca sendo o centroavante principal. Zuza, que jogaria mais como meia-direita, também seria um dos responsáveis pra cobrar faltas e pênaltis junto com o maestro da Camisa 10.

RESERVA: Sérgio Néri, Marquinhos Capixaba, Édson, Ricardo Rocha e Zé Mário; Djalminha e Piolim; Dorival, Renato, Nenê e Bozó.

SÉRGIO NÉRI (Salvador, BA) - Jogou no Guarani de 1986 a 1990. Foi o grande goleiro do Bugre na década de 80. Não teve a mesma sorte de Neneca, pois mesmo disputando mais finais (três no total), foi vice em todas, como os Brasileirões de 1986 (Série A) e 1987 (Módulo Amarelo), além do Paulistão de 1988. Bom goleiro que defendeu muitas penalidades ao longe da sua passagem pelo Guarani.

MARCO ANTÔNIO MORAES WANDERMUREM – MARQUINHOS CAPIXABA (Cachoeiro do Itapemirim, ES, 22/09/1965) - Jogou no Guarani em 1988. O bom lateral-direito nascido na mesma cidade que o cantor Roberto Carlos teve um bom ano no Bugre. Foi um dos destaques da excelente equipe vice-campeão paulista de 1988. Jogou também no Fluminense, Santos e São Paulo. Com 40 anos ainda jogava profissionalmente, uma das carreiras mais longas do futebol brasileiro.

ÉDSON ALVES DE OLIVEIRA - Jogou no Guarani de 1976 a 1982. Escalei-o como zagueiro-central reserva, mas atuou mais na posição de quarto-zagueiro, formando históricas zagas com Amaral e depois ao lado de Gomes, sagrando-se campeão brasileiro em 1978. Muitos anos dedicados ao Bugre, seu nome geralmente aparece em todas as escalações da equipe no final da década de 70.

RICARDO ROBERTO BARRETO DA ROCHA – RICARDO ROCHA (Recife, PE, 11/09/1962) - Jogou no Guarani de 1985 a 1989. Revelação do futebol pernambucano para o mundo, despontou inicialmente no Guarani de Campinas. Quarto-zagueiro técnico e excelente na marcação, que fez sucesso com a camisa bugrina na brilhante fase em que o time foi três anos seguido vice-campeão, tendo oportunidades na Seleção Brasileira, tanto a principal como a olímpica. Claro que depois vivenciou inesquecíveis momentos no São Paulo, Real Madrid e Vasco da Gama, chegando a ser campeão do mundo como reserva em 1994, mas foi no Bugre que apresentou o cartão de visita do brilhante zagueiro que todos nós conhecemos.

ZÉ MÁRIO - Jogou no Guarani de 1982 a 1987. Da mesma forma que o nome do zagueiro Édson aparece nas escalações bugrinas na segunda metade da década de 70 o mesmo acontece com o lateral-esquerdo Zé Mário no início dos anos 80. Era um bom marcador e também tinha facilidade pra centrar na linha de fundo, tanto é que o primeiro gol do Guarani na final do Brasileirão de 1986 veio depois de um cruzamento dele. Jogou muitos anos no futebol português e depois trabalhou como treinador das categorias de base do Bugre.

DJALMA FEITOSA DIAS – DJALMINHA (Santos, SP, 09/12/1970) - Jogou no Guarani de 1993 a 1996. Filho de Djalma Dias, um grande zagueiro-central da década de 60, acabou nascendo em Santos já que o seu pai atuava na Vila Belmiro, mas praticamente criou-se no Rio de Janeiro. Devido às dificuldades que tive na escalação do Guarani de todos os tempos, optei em escalar Djalminha como um volante reserva, mas foi na meia que brilhou. Veio da brilhante e mal aproveitada safra flamenguista dos anos 90, destacando-se no Bugre por causa do seu futebol altamente técnico, visão de jogo privilegiada, belos dribles curtos e excelente nas bolas paradas, em especial pra cobrar penalidades, quando dava um toquinho no meio do gol, enganando o goleiro que tenta buscar o canto certo. Em 1994 passou rapidamente pelo futebol japonês, mas retornou à Campinas, que tinha atacantes como Luizão e Amoroso, dos quais se usufruíam com os belos lançamentos de Djalma. Grandes momentos no Palmeiras e La Coruña, só não foi muito longe na Seleção Brasileira devido ao seu forte temperamento.

PIOLIM (Campinas, SP, 1924 ou 1925 – 09/03/2004) - Jogou no Guarani nas décadas de 40 e 50. Maior ídolo da torcida bugrina no seu período de jogador. Fez parte do histórico time que em 1949 para 1950 contribuiu na subida da equipe pra disputar a Primeira Divisão do Campeonato Paulista. Participou de grandes partidas no estádio do Pastinho e depois na inauguração do Brinco de Ouro no dia 31 de maio de 1953. Jogador muito raçudo e que marcava gols por ser oportunista.

DORIVAL GERALDO DOS SANTOS (30/06/1928) - Jogou no Guarani do final dos anos 40 a 1951 e de 1958 a 1964. Ponta-direita que era ao lado de Piolim um dos principais jogadores do Bugre na campanha que culminou com o acesso à Divisão Principal. Foi convocado pela Seleção Paulista de Novos na partida de inauguração do Maracanã. Teve também uma longa passagem pelo Botafogo de Ribeirão Preto. Após dois anos de Bangu retornou ao Guarani, jogando por seis temporadas e encerrando a carreira no seu clube de coração, sendo também técnico anos depois.

CARLOS RENATO FREDERICO – RENATO (Morungaba, SP, 21/02/1957) - Jogou no Guarani de 1976 a 1980. Muitos comparam o futebol de Kaká com o de Renato, mas segundo o seu ex-companheiro Zenon o meia-direita do Bugre era melhor. Jogador inteligente que se deslocava bem e facilidade para driblar e cabecear. Tinha apenas um chute fraco, tanto é que foi apelidado de Renato Pé Murcho. Um dos maiores destaques do título brasileiro de 1978 formando um excelente meio de campo com o volante Zé Carlos e o já citado Zenon, além de atuar na frente ao lado do centroavante Careca. Depois do Guarani atuou no São Paulo, clube que também construiu uma bela carreira. Era reserva de Sócrates na Copa do Mundo de 1982. Também foi marcante no Atlético Mineiro, voltando a jogar com o Camisa 10 que tanto o elogia.

NENÊ (1905 –?) - Jogou no Guarani de 1925 a 1934. O representante do Bugre na época do futebol amador. Foi o primeiro ídolo da história do clube. Formou uma grande dupla com o atacante Lolico no Guarani, tendo boas participações nos Estaduais do final da década de 20. É um dos três maiores goleadores bugrinos, tendo marcado mais de 100 gols.

LUIZ AUGUSTO AGUIAR – BOZÓ (São Paulo, SP, 07/07/1953) - Jogou no Guarani de 1978 a 1981. Se Capitão se destacava pela ponta-direita, Bozó fazia o mesmo pelo lado esquerdo, pois também era rápido e driblador, marcando os seus gols. Atuou no mesmo período que o companheiro, sendo que no final dos anos 70 o futebol de Campinas podia se orgulhar dos seus ponteiros, já que na Ponte Prata atuavam Lúcio e Tuta. Era uma das armas do forte ataque bugrino campeão brasileiro de 1978. Outra grande fase da sua carreira foi na Ferroviária de Araraquara.

OS ESQUECIDOS
Obviamente que a ausência mais sentida foi a de Zé Carlos, importante volante da equipe que conquistou o Campeonato Brasileiro de 1978. Ele não foi escalado por ser o jogador que mais partidas disputou pelo Cruzeiro e provavelmente o mais importante da sua história. Minhas pesquisas têm como objetivo não repetir um jogador, então é justificável que esteja no time cruzeirense de todos os tempos.

Outro fundamental jogador do Brasileirão de 1978 é Gomes. Compôs a zaga com Édson, destacando-se pelo seu espírito de liderança e fibra. Teve também boas passagens pelo Corinthians, Santa Cruz, Coritiba, Goiás e Bragantino.

José Ferreira Neto foi o grande herdeiro da camisa 10 que Zenon tanto honrou nos anos 70. Revelação do Guarani na década de 80 e tornando-se outro grande batedor de faltas do futebol brasileiro. Seu grande momento no Bugre foi no Campeonato Paulista de 1988, principalmente no primeiro jogo da final contra o Corinthians, quando marcou no Morumbi um belo gol de bicicleta, mas perdeu a última partida em pleno Brinco de Ouro. Suas boas atuações renderam-lhe a oportunidade de disputar as Olimpíadas de Seul, quando o Brasil foi vice-campeão. Por sua grande história no Parque São Jorge optei por ele escalado na reserva do time corintiano de todos os tempos, sendo que coincidentemente herdou a mesma camisa que foi de Zenon, a histórica 10.

De 1973 a 1976 o ponta-esquerda Ziza foi de suma importância para o Guarani. Filho do ex-jogador Pinga e ganhador da Bola de Prata em 1975. Era um jogador destemido que costumava deixar os companheiros na cara do gol.

Os atacantes Amoroso e Luizão foram marcantes na década de 90, sendo que o primeiro foi artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1994.

Outro treinador de destaque no Guarani foi José Luiz Carbone. Sobrinho do ex-jogador corintiano Rodolfo Carbone, foi um bom volante. Como treinador comandou vários clubes do Brasil e exterior. No Bugre teve uma boa passagem no Campeonato Paulista de 1988, retornando ao clube em 1996, 2000/2001 e no ano de 2007.

De fato o Guarani é um dos grandes clubes do interior paulista e brasileiro. Mesmo não estando nos seus melhores dias nos últimos anos tem grande importância no futebol do Brasil nas décadas de 70, 80 e 90 pelas finais que esteve presente. Não é considerado como um dos grandes, mas em 1978 conquistou um título que muitos que se consideram os tais não haviam vencido até então.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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