Definitivamente a "poupança" de titulares do Grêmio no Brasileirão, para os jogos da Libertadores e da Copa do Brasil, tem rendido tão pouco quanto àquela da velha caderneta bamcária.

 

Nos três últimos compromissos em que foi poupada, a equipe titular gremista só conseguiu um empate em 1 a 1,  no jogo de ida da Copa do Brasil, em sua Arena, e assim mesmo levando um baile do Flamengo no segundo tempo da partida.  

 

Pela Libertadores, os descansados titulares gremistas amargaram uma derrota de 1 a 0 para o Estudiantes, no jogo de ida das oitavas de final do torneio continental, realizado na Argentina. 

 

O terceiro insucesso consecutivo do time principal do Grêmio ocorreu momentos atrás no Maracanã, onde perdeu de 1 a 0 para o Flamengo no jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil. 

 

O curioso é que o Grêmio teve a posse de bola durantes dois terços do tempo total de jogo e com todo esse domínio territorial não conseguiu ameaçar a meta defendida por Diego Alves uma vez sequer. 

 

O tricolor impôs ao rubro-negro carioca algo que se poderia chamar de predomínio "lésbico", o que significa dizer à guisa de analogia que não teve penetração. 

 

Com a presença inexpressiva de André no comando do ataque, teimosamente repetida pelo técnico Renato, o futebol pouco criativo de Luan e a falta de inspiração de Everton, tudo que o Grêmio conseguiu de positivo nas insinuantes investidas de seus meias, apoiados pelos laterais, foi bisonhamente desperdiçado por uma linha ofensiva que simplesmente não funcionou. 

 

Depois de abrir o placar relativamente cedo, aproveitando uma entregada de bola de Bruno Cortez na área, o Flamengo cedeu terreno e facilitou ao Grêmio a chance não aproveitada de buscar o gol de empate ainda no primeiro tempo.

 

Nos primeiros minutos da etapa complementar, o visitante gaúcho foi com tudo para cima do dono da casa, parecendo que não tardaria a chegar ao empate e partir para uma virada no Maracanã, que seria histórica. 

 

Mas tudo não passou de fogo de palha, mero domínio infrutífero, porque ninguém se habilitou a acertar um chute sequer contra o arco flamenguista, que se tivesse jogado sem a proteção de um goleiro talvez chegasse ao final da partida sem ser vazado do mesmo jeito. 

 

Tardiamente, como é do seu feitio, Renato chegou à conclusão de que o displicente André era um peso morto no ataque e o substitui por Jael, que deu um pouco mais de objetividade ao irreconhecível sistema ofensivo gremista.   

 

Renato  tentou ainda dar mais força ofensiva ao time, escalando Marinho no lugar de Leo Moura, mas essas substituições não acrescentaram quase nada ao poder ofensivo do time, porque àquela altura do jogo toda a equipe já estava visivelmente cansada, permitindo ao Flamengo reequilibrar as ações e segurar o placar favorável até o último minuto da prorrogação. 

 

Com esse resultado adverso, o Grêmio amarga sua primeira eliminação nas disputas de 2018, o que não seria tão preocupante se não estivesse correndo atrás do rival colorado no campeonato brasileiro, classificado uma posição abaixo, na 4ª colocação, com dois pontos a menos do que o Internacional. 

 

A situação tende a se agravar na próxima rodada do Brasileirão, a última do primeiro turno, quando o Grêmio, na melhor das hipóteses, poderá manter-se atrás do Internacional com os mesmos dois pontos que o separam do rival.  

 

Numa hipótese menos favorável, o tricolor poderá ver essa diferença aumentar para quatro pontos em favor do arquirrival escarlate e, numa eventualidade totalmente desfavorável, o time de Renato poderá terminar o primeiro turno cinco pontos atrás do esquadrão comandado por Odair Hellmann. 

 

Não se trata de semear pessimismo nos meios mosqueteiros, mas tão somente de chamar a atenção para o fato de que na 19ª rodada o Internacional pega o Paraná no Beira-Rio, com total possibilidade de faturar mais três pontos na tabela.

 

Enquanto isso o lado azul da dupla Gre-Nal tem pela frente o time do Corinthians que embora não atravesse um bom momento continua sendo um osso duro de roer atuando em sua Arena.

 

Isso permite dizer que um empate gremista em Itaquera poderá ser considerado um bom resultado, uma eventual derrota algo não descartável e uma ocasional vitória um resultado até certo ponto surpreendente, considerando o momento desfavorável ora vivido pelo Grêmio. 

 

A leitura que se pode fazer em cima dessas projeção nada favorável para as hostes mosqueteiras é que só resta ao Grêmio,  como chance única e derradeira para apagar essa ameaça de crise, vencer o Estudiantes em Porto Alegre e seguir em frente na disputa da Libertadores.  

 

Sem essa vitória restauradora, o time treinado por Renato Portaluppi corre o risco de começar a disputa do segundo turno do Brasileirão fora dos dois torneios para cuja disputa tanto foi poupado e em situação de inferioridade em relação ao colorado do Beira-Rio, que bem pode  aproveitar o momento favorável para fazer pender para o seu lado a velha gangora que oscila há mais de cem anos como mediadora de forças entre a dupla Gre-Nal.