Jeremias Wernek
Do UOL, em Porto Alegre
O Grêmio fez valer o mando de campo, seguiu a risca a sua cartilha e largou em vantagem contra o Cruzeiro atrás de uma vaga na final da Copa do Brasil. Nesta quarta-feira (16) o Tricolor venceu por 1 a 0, gol de Lucas Barrios, em uma atuação sem sustos. O resultado remonta o cenário de 2016, mas não com o mesmo saldo.
No ano passado, o time gaúcho fez 2 a 0 em pleno Mineirão. Desta vez, o Grêmio leva a vantagem mínima para a segunda partida.
O jogo da volta, em Belo Horizonte, acontece na quarta-feira que vem (23). E o ganhador do duelo enfrenta quem passar do cruzamento entre Botafogo e Flamengo.
Antes do jogo, Edilson já havia revelado que a ideia era vencer em casa sem levar gols. A cartilha de Renato Gaúcho orienta que o time crie vantagem no primeiro jogo do mata-mata, independente do mando de campo. E isso se confirmou, mais uma vez.
Quem decidiu: Lucas Barrios
Centroavante teve duas chances e na segunda não perdeu. Além das finalizações, levou perigo ao se movimentar e criar espaços. Só não marcou mais graças a um milagre de Fábio. Mesmo assim, chegou a 17 gols no Grêmio e se isolou ainda mais como artilheiro do time no ano.
Quem decepcionou: Thiago Neves
Camisa 30 ficou entre Robinho e Sóbis. Não tão recuado e nem tão esperado à frente. Teve erros técnicos, como passes e finalização. E decepcionou por não contribuir para encorpar uma transição rápida – clara proposta do Cruzeiro.
Pedro Rocha outra vez importante
Ele não fez gol, mas foi importante. O camisa 32 se mexeu, apareceu por dentro e por fora no setor ofensivo. Obrigou Fábio a fazer grande defesa e avançou pelo flanco esquerdo no início da jogada que terminou com Barrios e no fundo da rede.
Grêmio mostra repertório
Ofensivo e com repertório. O Grêmio jogou no campo do Cruzeiro e rodou de lado a lado até achar espaços. Diante de tamanha dificuldade, o time protagonizou lances onde jogadores saíram do setor original para tentar gerar desequilíbrio. Deu certo.
A primeira boa chance foi em levantamento para área, um expediente que não é dos mais usados pelo Tricolor. Barrios só não marcou por conta da milagrosa intervenção de Fábio. O goleiro voltou a brilhar em nova conclusão que fugiu à regra, com Pedro Rocha na zona central.
Na terceira vez Fábio até defendeu, mas não salvou. O gol do Grêmio, ainda no primeiro tempo, transformou em vantagem no placar todo volume acumulado em 48 minutos.
No segundo tempo o Grêmio trocou de papel com o Cruzeiro e esperou. Mais reativo, o Tricolor trocou Barrios por Everton e passou a explorar velocidade diante dos espaços.
Cruzeiro espera atrás
Concentrado ao máximo e ligado aos espaços, o Cruzeiro se fechou e esperou o Grêmio. Conseguiu um viés estrategista ao dar a bola e fechar os lados do campo, onde o Tricolor geralmente criar superioridade.
A ideia também era explorar faltas e bolas longas. Ganhando terreno com esse expediente e sem uma transição ofensiva rápida, o time mineiro criou pouco até o intervalo. Fechou o primeiro tempo com apenas uma finalização. De fora da área. E de Lucas Silva.
Na etapa final o Cruzeiro mudou a postura e passou a propor o jogo. Com muitos chutes de média e longa distância, apostando também na velocidade às costas de Edilson e contra Kannemann. Mas não surtiu efeito.
Pênalti? Não
Aos 15 do segundo tempo, Luan foi derrubado por Ezequiel e imediatamente o árbitro Marcelo Aparecido de Souza correu sinalizando pênalti. O auxiliar Bruno Salgado Rizo e o quatro árbitro entraram em cena e corrigiram: falta quase em cima do risco da grande área.
Foto: Ricardo Rimoli/AGIF (Retirada do Portal UOL)
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