Guilherme Costa

Do UOL, em São Paulo

Criado em 2009, o G4, grupo que reúne diretorias de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo, sempre esbarrou em questões políticas. Na última quarta-feira (13), em almoço realizado em São Paulo, as cúpulas dos quatro clubes lançaram mais uma tentativa de aproximação: a criação de uma comissão para debater ações e demandas conjuntas no futebol nacional. O foco inicial do grupo será primordialmente comercial, mas a ideia é que ele sirva como fórum para outras questões sobre gestão. Luis Paulo Rosenberg foi indicado e representará a equipe do Parque São Jorge.

Diretor de marketing do Corinthians entre 2007 e 2012, Rosenberg foi artífice de um dos períodos mais prolíficos do departamento. Ele foi eleito primeiro vice-presidente do clube na gestão de Mário Gobbi, que vai até fevereiro de 2015, mas se afastou do cargo em dezembro de 2012 porque teve de priorizar compromissos profissionais.

Rosenberg chegou a ser cotado para assumir o departamento de marketing da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), mas a negociação com a entidade não evoluiu. Portanto, ainda que não seja especificamente um cargo, a presença na comissão de times paulistas é o mais próximo que o dirigente chega da gestão da modalidade desde que se afastou do Corinthians.

"Quatro pessoas – cada um de um dos clubes – vão tentar minutar uma agenda de interesses comuns e possível ação conjunta. Tal documento será então discutido pelos presidentes no G4", explicou Rosenberg, que negou uma volta oficial ao futebol: "Minha vida profissional vai muito bem no mundo dos negócios, em que regras e profissionais são respeitados".

O primeiro foco da comissão será a prospecção comercial. A ideia é cerne do G4 desde a criação, mas o grupo conseguiu fechar poucos acordos de patrocínio e licenciamento envolvendo todas as marcas – o último foi assinado com a Ambev, em 2012, para uso da marca Brahma.

No entanto, a comissão também servirá para que os clubes debatam preocupações comuns. A reformulação do código de ética do G4 e os altos custos do futebol brasileiro, por exemplo, devem passar pelas reuniões do grupo.

"O G4 não foi colocado de pé sozinho, mas teve muita coisa boa. Temos contratos vigentes, mas a questão não é só de negócio. A questão aqui é passar para o mercado que nós estamos unidos. Acho que agora vai", afirmou José Carlos Peres, diretor-executivo do grupo.

A reunião de quarta-feira foi agendada para homenagear Juvenal Juvêncio, ex-presidente do São Paulo – Adalberto Baptista e Luis Paulo Rosenberg também receberam placas. Contudo, o que era para ser um evento laudatório acabou dando margem a uma reaproximação no G4. "Foi nossa melhor reunião", avaliou Peres.

Os outros três times de São Paulo têm até a próxima quarta-feira para indicar seus representantes na comissão. A primeira reunião deve acontecer na semana seguinte, na sede do G4.

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