No confronto gaúchos x mineiros, visitantes largam na frente

No confronto gaúchos x mineiros, visitantes largam na frente

Se fosse possível fazer um minuto de silêncio numa matéria escrita, eu começaria esse comentário com essa forma de homenagem póstuma ao capitão do Tri, Carlos Alberto Torres, que nos deixou terça-feira. 
 
Perdemos sem dúvida um ícone do futebol brasileiro, não só por haver integrado a seleção do Tri, erguendo a taça para o mundo ver, na condição de grande capitão canarinho, mas também pelo futebol qualificado que revelou atuando em grandes clubes brasileiros e nos Estados Unidos.
 
Dito isso, vamos à análise habitual que sucede as rodadas dos confrontos futebolísticos, abordando nessa oportunidade os dois primeiros jogos da semifinal da Copa do Brasil, numa noitada em que os anfitriões receberam seus visitantes com excesso de fidalguia, propiciando-lhes a chance de vencer fora de casa.
 
Dizem que futebol não tem lógica. Considero isso mera força de expressão. Ele tem lógica sim, pois se não tivesse a esmagadora maioria dos grandes clubes do país não estaria na primeira divisão e sim distribuída equitativamente entre as séries A e B do campeonato brasileiro.
 
Baseado nessa teoria, a vitória relativamente folgada do Grêmio sobre o Cruzeiro, por 2 a 0 no Mineirão, não se caracteriza em algo tão surpreendente como alguém possa imaginar, já que ela é proporcional à distância da classificação gremista em relação à cruzeirense na tabela do Brasileirão.
 
Como se sabe, enquanto o tricolor gaúcho  luta por vaga no G-6, do qual se acha distância por apenas 1 ponto, o clube celeste mineiro ainda corre risco de mergulhar na Zona de Rebaixamento, vivendo sob tensão de um perde e ganha que revela um ano de instabilidade na Toca da Raposa.
 
Critiquei o técnico Renato no comentário anterior  por haver reduzido o potencial do Grêmio no Gre-Nal de domingo, poupando o meio campista Douglas.
 
Sinto-me agora no dever de confessar que estava errado, já que o próprio Douglas provou isso, constituindo-se no maior articuladar da vitória que colocou seu time a um passo da Final da Copa do Brasil.
 
Com a idade que possui, o veterano volante gremista não teria com certeza feito a grande partida que fez nessa vitória memorável do Grêmio em Belo Horizonte, caso tivesse entrado em campo desgastado fisicamente por haver disputado o clássico na Arena.
 
É verdade que do jeito que o Grêmio jogou, anulando as tentativas de ataque do Cruzeiro e aproveitando com ótimo toque de bola as jogadas de contra ataque, não deu para perceber sinais de desgaste do time gremista em razão de haver participado do Gre-Nal "bola murcha" de 0 a 0.
 
Mas como já disse, esse não teria sido o caso de Douglas se tivesse atuado no Gre-Nal, porque afinal estamos falando de um atleta de 34 anos, que inclusive deixa de ser utilizado como jogador de marcação nos jogos do Grêmio, de forma deliberada por Renato Portalumpi, para marcar presença como um homem de espera na linha ofensiva gremista.
 
Foi nesse posicionamento tático, aliás, que ele marcou o segundo gol do Grêmio, recebendo o passe de Ramiro no bico da área do adversário, que lhe deixou à feição para o arremate em diagonal que duplicou a vantagem gremista para a decisão da próxima quarta-feira na Arena.
 
Voltando ao terreno das teorias, pode-se dizer igualmente que a Vitória do Atlético Mineiro diante do Internacional,  por 2 a 1 no Beira-Rio, também pela semifinal da Copa do Brasil, não pode ser classificada como algo surpreendente, pela mesma razão.  
 
Com vaga praticamente garantida no G-6, que dá acesso à Libertadores, e ainda com alguma chance de chegar ao título do Brasileirão, o Galo mantém uma enorme distância do colorado gaúcho na tabela de classificação.
 
É claro que esse negócio de estar fazendo melhor campanha num campeonato não serve de credencial para que se diga cegamente que o time mais bem posicionado na tabela leva essa vantagem para dentro de campo, tornando-se potencial vencedor do confronto.
 
Exemplos de que a coisa não é bem assim acontecem a cada rodada, com equipes da Zona de Rebaixamento complicando a vida de adversários que estão na ponta de cima da tabela do campeonato.
 
Às vezes, porém, a teoria da melhor campanha funciona, e nesta quarta-feira, na guerra entre mineiros e gaúchos, ela funcionou, permitindo até que se diga, à força de expressão, que deu a lógica. Ou, como queiram, venceram os melhores do momento.
 
Finalizo com um voto de louvor à aguerrida Chapecoense que bateu o Júnior de Barranquilla, nesta quarta-feira na Arena Condá, pelo placar de 3 a 0, eliminando o clube colombiano da Copa Sul-Americana e avançando para a semifinal do torneio continental.
 
Com esse belo resultado, o alviverde do oeste catarinense passa a ser o único clube brasileiro participando da competição, com chance de chegar ao título da Sul-Americana e se juntar aos outros sete times brasileiros na Libertadores no ano que vem..
 
Considerando o nível salarial dessa agremiação de médio porte de Santa Catarina, é correto dizer que a Chapecoense é o melhor custo-benefício do futebol brasileiro, na atualidade, tanto por sua ótima participação no Brasileirão, quanto por essa extraordinária campanha no segundo torneio mais importante da América.
 
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Foto: UOL

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