O sistema de formação de novos talentos implementado pela Alemanha a partir de 2002 tem recebido diversos elogios desde a conquista do título mundial

O sistema de formação de novos talentos implementado pela Alemanha a partir de 2002 tem recebido diversos elogios desde a conquista do título mundial

Copiar o trabalho realizado pela Alemanha na formação de jogadores não passa pela cabeça de Alexandre Gallo, coordenador das seleções de base da CBF. O dirigente acredita ser impossível implementar no Brasil o sistema utilizado pelo país europeu e que resultou na formação da equipe que conquistou o título da Copa do Mundo.

"A Alemanha é do tamanho do estado de São Paulo. Eu tive contato com o pessoal que está fazendo o trabalho na Suíça, que é menos ainda, e eles dividiram o país em três. É impossível [apenas copiar o sistema], pois nossa estrutura é outra, nosso calendário é outro", disse Gallo, em entrevista a TV Bandeirantes.

O sistema de formação de novos talentos implementado pela Alemanha a partir de 2002 tem recebido diversos elogios desde a conquista do título mundial. O trabalho foi responsável pelo surgimento de jogadores como os meias Kroos e Götze, o volante Schweinsteiger e o goleio Neuer, entre outros.

"Temos que entender que a Alemanha pegou uma geração muito boa de atletas. Perderam algumas competições, mas é uma geração muito boa. O Brasil também tem trabalhos muitos bons na base, em grandes clubes. E é importante que os clubes invistam neste trabalho, coloquem profissionais capacitados. E precisamos de atletas que sejam bons tecnicamente e que também sejam comprometidos", comentou Gallo.

Apesar das derrotas para Alemanha e Holanda na reta final da Copa do Mundo, Gallo não crê que o Brasil tenha material humano pior que o dos rivais. Segundo o dirigente da CBF, o país continua revelando jogadores talentosos, que fazem a diferença no futebol internacional.

"Quando você viaja, como eu fiz, para a Europa, vai ver que os expoentes são brasileiros, argentinos, colombianos. Ainda temos o talento. E o talento sempre vai estar um passinho à frente. Antes, eram seis, mas ainda fica um", afirmou.

Gallo ainda comentou sobre sua relação com Dunga, novo técnico da seleção principal. O dirigente se colocou à disposição para ajudar no processo de renovação da equipe, mas afirmou que seu trabalho é mais focado na melhora das categorias de base.

"Tem que existir uma relação clara e aberta [com o Dunga]. Tenho que servir o Dunga quando ele achar importante. Mas eu tenho que fazer um trabalho importante, de grão de areia, para formar os atletas", disse Gallo.

FOTO: UOL

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