A liberação não representa o fim do processo

A liberação não representa o fim do processo

Alexandre Senechal, Bruno Thadeu e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

Liberado da cadeia no dia 22 de julho, o atacante Edilson, 44 anos, entrou com um pedido de revisão da pensão alimentícia que a mãe da sua filha cobra na Justiça. O processo corre em segredo judicial.

O valor inicial da ação, em 2010, era de R$ 21 mil. Ao UOL Esporte, o advogado da mulher, Marcos Eduardo Gasparini, informou que Edilson deixou de pagar a partir de 2013 e, por isso, eles entraram com uma nova ação.

De acordo com a defesa dela, os atrasos e falta de pagamento da pensão geraram um montante de R$ 430 mil.

"Estas parcelas vencidas vêm se acumulando. Como ele não pagou nada desde 2013, é lógico que dá um valor alto hoje. Não é que ela esteja exigindo este valor agora, é que existe um lapso temporal em que o senhor Edilson não contribui em nada com a filha dele", afirma o advogado.

Gasparini explica que o alto valor se deu pelos rendimentos de Edilson. A Justiça determinou que fossem pagos 10 salários mínimos por mês, algo que nunca foi cumprido pelo atacante.

"Na época, a renda comprovada do senhor Edilson era muito alta. A criança tem um alto custo de vida, por morar numa cidade grande, e tem necessariamente que seguir o padrão de vida do pai. O juiz leva tudo isso em consideração", alega.

De acordo com o advogado do atleta, Eduardo Pereira, Edilson contestou o valor, alegando que seus vencimentos não eram compatíveis com o determinado. Em vez dos 10 salários mínimos mensais, a defesa alega que ele contribuiu com R$ 3 mil por mês até a mulher entrar com uma nova ação.

"Ela está insatisfeita, mas passou dois anos recebendo R$ 3 mil. Como não comunicou a Justiça antes? Ela disse que não aceitava o valor e o juiz determinou os 10 salários mínimos. Só que ela recebeu durante dois anos. Ele parou de depositar porque ela entrou na Justiça", reclama.

Fora da elite do futebol, Edilson, segundo seu advogado, recebia R$ 5 mil do Taboão da Serra, durante a disputa da quarta divisão do Campeonato Paulista. Eduardo Pereira faz o cálculo do pagamento em cima da nova realidade do jogador.

"O Edilson tem uma renda de R$ 5 mil. Ele tem 3 filhos e são 15% por filho, ou seja, R$ 750 para cada um, nada mais do que isso. O valor é estipulado de acordo com a renda do executado". Pereira conta que o campeão mundial em 2002 aceita arcar com um valor até um pouco mais alto. "A gente propõe pagar de R$ 850 a R$ 1.250, estamos pleiteando em cima disso".

Edilson foi preso no dia 17 de julho, em Brasília, e acabou liberado cinco dias depois. A autorização judicial para a soltura aconteceu após o pagamento dos últimos três vencimentos da pensão, referentes aos meses de maio, junho e julho.

A liberação não representa o fim do processo. Edilson continua respondendo e tenta diminuir o valor estipulado pela Justiça.

Foto: UOL

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