Não é só a Fórmula 1 que virou turfe.

O futebol também.

A sorte é que Neymar nasceu feito de borracha como Pelé e Leônidas da Silva.

Mas é incrível o esforço que se faz hoje no Brasil para quebrar o menino de ouro da Vila.

Como no mundo do crime em que o bandido vira mito se matar alguém muito famoso, no futebol brasileiro temos hoje uma obsessiva caça ao Neymar.

Em todo jogo do Santos temos um candidato a Márcio Nunes, do Bangu, aquele que quase inutilizou Zico e que tanto nos atrapalhou na Copa de 86.

E, por favor, mais uma vez, não confundam Márcio Nunes, o lateral, com Márcio Rossini, o Márcio Paulada, também ex-Bangu e vigoroso zagueiro igualmente do Santos nos anos 80.

E Márcio Nunes, obscuro, passou tristemente para a história como o carrasco de Zico.

E quem será o "herói? a conseguir quebrar Neymar?

O molão do Moledo do Inter, mesmo perdendo seus poucos molejos no trato da bola e na marcação de atacantes, é forte candidato.

E será que ele teve a mesma orientação de Dorival Júnior que o técnico Moisés deu a Márcio Nunes em 1985?

Mas não foi só Moledo, espécie de novo Marião ou Dama ? que não eram maldosos -, a bater no Neymar e no Ganso.

Na quarta-feira o Beira-Rio parecia o Hipódromo de Porto Alegre.

E no páreo corrido naquele vermelho e lindo Jóquei Clube não deu para o "potro? Moledo e para outros retardatários que ficaram longe do disco final.

Um pecado, para a  vergonha de zagueiros colorados célebres, geniais e gentis como Figueiroa e Gamarra.

Como também o azul e "bíblico? Airton Pavilhão, morto na véspera em Porto Alegre, esfriando no caixão, ainda ouviu relinchos em meio aos coices colorados que partiam da beirada do Guaíba.

Justo Pavilhão, o melhor zagueiro de área do mundo, que foi cortado da Copa de 62 porque Aimoré Moreira achava um absurdo um beque ousar não fazer... faltas!!!

Viu, Moledo?

O mesmo Pavilhão que deixou o Santos de Pelé, Jair Rosa Pinto, Geraldo Scotto, Dorval, Pagão, Veludo, Zito e Pepe em 58, por saudades do chimarrão, dos pampas e de Porto Alegre.

Ah, Pavilhão, como você nunca mais!

Certo, Felipão?

Certo, Espinosa?

Que a Fifa acorde para o bem de Neymar, de Messi, do futebol e do talento.

Como antigamente em que  "três ´córni´é pênalti?, que a partir de 2012 a terceira falta passiva de cartão amarelo, por violência em revezamento programado, seja punida com cartão vermelho por "conjunto de obra mal feita?.

Sobraria para o terceiro jogador-cavalo da fila.

Esse rodízio de coices no craque dos times precisa acabar como brilhantemente a FIFA acabou com a bola recuada como os pés para o goleiro fazedor de cera.

Ovo de Colombo!

Ou de Colomba Pascal!

Leão e Miguel, da Lusa, por exemplo, campeões mundiais da cera, teriam hoje muita dificuldade sonegando tempo de jogo.

Enquanto isso vamos torcer para Neymar continuar escapando das escaramuças criminosas de caçadores de fama pela crueldade de suas travas venenosas e invejosas.

Sob pena de o futebol, o Santos e nossa Seleção Brasileira perderem o único pelezinho de verdade que surgiu depois do polvo Edson de Três Corações, três olhos, 200 pernas, 200 pés e 1000 dedos tocando uma só bola.

Estamos conversados, dona Fifa?

Foto: VIPCOMM

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