No universo das paixões futebolísticas sempre existiu a mística quase imperceptível da fé inarredável no poder sobrenatural, invocado não raro para ajudar o time do coração a sair de situações difíceis, como a iminência de um rebaixamento e tantas outras que deixam torcedores aflitos apelando por socorro a todos os deuses.
Ciente disso, os dirigentes do Grêmio cultivam nas hostes tricolores, de longa data, o espírito de religiosidade, até por uma questão de princípio, uma vez que o clube mosqueteiro do Pampa possui raízes germânicas, fundado que foi por imigrantes alemães intimamente ligados ao catolicismo europeu.
No dia 26 de novembro do ano passado, o Grêmio inaugurou sua capela, nas dependências da Arena, mantendo o nome de Nossa Senhora da Medianeira, que o templo possuía no estádio Olímpico Monumental, onde foi inaugurada no ano 2000, substituindo na época à velha capela de Nossa Senhora das Graças, fundada no estádio gremista em 22 de julho de 1956.
Na verdade, a nova capela da Arena resultou de um processo de transferência da que existia no estádio Olímpico, uma vez que todo o seu mobiliário e demais pertences foram trazidos do antigo estádio tricolor.
Presente à missa inaugural da capela, celebrada pelo bisco de Novo Hamburgo Dom Zeno Hastenteufel, torcedor gremista, o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, disse na ocasião: "muitos achavam que a ausência de uma capela no estádio era fator que contribuía para nossos insucessos. Com esse novo espaço, fica cada vez mais caracterizado o ambiente inteiro do Olímpico aqui dentro".
No último sábado, 18/03/17, a nova capela da Arena do Grêmio viveu mais um capítulo de sua incipiente história, com a realização de seu primeiro batizado, tendo como pioneiro nesse ato religioso o pequeno Romero Borba Ludwig, de 8 meses, na condição de sócio do clube com os pais Stefan Ludwig e Rosana de Aguiar Borba.
Stefan, pai do novo gremista de nascimento e batismo, é engenheiro civil e mestre gerente-proprietário de uma academia de artes marciais, sendo o atual cônsul do Grêmio na cidade de Barra do Ribeiro, na região metropolitana de Porto Alegre.
A partir desse batizado, o pequeno Romero Borba Ludwig passa a ter seu nome inserido na história do novo estádio gremista, tal como o atacante André Lima, autor do primeiro gol da Arena, naquele jogo inaugural em que o Grêmio venceu o Hamburgo por 2 a 1, repetindo o placar da memorável conquista do Mundial de Clubes, em 1983, diante do time alemão.
Para não dizer que não falei de flores, já que ontem foi quarta-feira de bola rolando, é oportuno registrar o empate do Grêmio diante do Novo Hamburgo, líder do Gauchão, que seria menos preocupante se não representasse o quarto jogo consecutivo sem vitória, o que pode de certo modo ser entendido, devido aos desfalques no time, mas que deixa a torcida um tanto apreensiva, com vistas ao rendimento da equipe nos próximos compromissos pela Libertadores.
O Internacional, por sua vez, empatou com o Ypiranga no Colosso da Lagoa, em Erechim, ficando no "fio da navalha" em relação à permanência no G-8 que garante vaga para a próxima fase do campeonato gaúcho.
Com onze pontos na tabela, saldo de gols zero e apenas duas vitórias, o time de Antônio Carlos Zago pode começar o fim de semana fora da zona de classificação, caso o Brasil de Pelotas vença o Caxias, jogando em casa, e o São José derrote o São Paulo de Rio Grande, na casa do adversário, nos jogos desta quinta-feira, que complementam a rodada do meio de semana do Gauchão.
Cumpre registrar, finalmente, que esse jogo em Erechim valia também pela decisão da Recopa Gaúcha, razão pela qual teve desempate em cobrança de pênaltis, na qual o time colorado levou a melhor, conquistando pela segunda vez esse título pouco significativo que entra para a história do clube sem acrescentar praticamente nada na galeria de troféus.
Foto: Grêmio
