Oscar concedeu entrevista exclusiva ao Portal Terceiro Tempo. Foto: Marcos Júnior Micheletti/Portal TT

Oscar concedeu entrevista exclusiva ao Portal Terceiro Tempo. Foto: Marcos Júnior Micheletti/Portal TT

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Uma das grandes revelações da base do São Paulo, titular da seleção brasileira em diversas categorias e promovido ao time principal do Tricolor com apenas 17 anos de idade. Muitos apostavam que o zagueiro Lucão conseguiria deslanchar até com certa facilidade na equipe do Morumbi. No entanto, constantes falhas têm comprometido a situação do defensor são-paulino, que se tornou o jogador mais perseguido pela torcida neste ano.

A última delas aconteceu no duelo diante do Atlético-MG, no Morumbi. O jogo estava empatado em 1 a 1 até que Lucão, tentando afastar um lance de perigo do ataque do Galo, chutou a bola em Rafael Moura, que acabou anotando o gol da vitória da equipe visitante.

Saindo de campo vaiado pelos torcedores, Lucão usou o microfone da Rádio Bandeirantes para desabafar: "Enquanto eu estiver aqui, eles sempre vão pegar no meu pé. Mas eu tenho que saber lidar com isso e ser muito profissional. Mas, para a alegria de muitos, já eu estou indo embora".

E é melhor mesmo o defensor buscar novos ares para dar sequência em sua carreira. Pelo menos é o que pensa Oscar Bernardi, um dos maiores zagueiros da história do São Paulo e do futebol brasileiro. Em entrevista exclusiva ao Portal Terceiro Tempo, Oscar comentou a fase vivida por Lucão, a situação de Lugano e também o começo da trajetória de Rogério Ceni como técnico. Confira abaixo:

Terceiro Tempo - Como você, um dos grandes zagueiros da história do futebol brasileiro, vê o momento vivido pelo jovem Lucão? Acha que a melhor opção para ele seria buscar um novo clube?

Oscar - O Lucão é um bom jogador. O problema é que cometeu alguns erros que marcaram demais sua trajetória no clube. Se ele pudesse sair, seria bem aproveitado por um outro clube. Jogador jovem, se o Rogério dá oportunidade é porque ele tem capacidade. Mas quando você entra em campo já com desconfiança da torcida, é difícil de você ter personalidade tão forte para mudar a situação. Se ele puder e o São Paulo topar, é uma ocasião boa para ele tocar a vida.

 Lucão, em ação pelo São Paulo, no Morumbi. Foto: site oficial do São Paulo

Terceiro Tempo - O Lugano, que assim como você é ídolo do São Paulo, tem ficado no banco de reservas, mesmo com a péssima fase vivida pelo setor defensivo. O que você pensa sobre isso?

Oscar - Não sei qual é o problema que ele está sofrendo. Acho que quando você assina o contrato com o clube, você não assina para ser titular. Você assina para servir o clube. E você fica à mercê do treinador. Se ele entender que você deve jogar, ele que sabe se você tem condições melhores do que os outros. Não creio que esteja faltando respeito com o Lugano. Acho que você tem o seu rendimento, que vai mudando um pouco com a idade. Estou vendo por esse lado.

Terceiro Tempo - Pouco antes de deixar o São Paulo, em 1986, você passou por momento semelhante ao de Lugano, quando Cilinho insistiu em te deixar no banco de reservas. Você se sentiu injustiçado?

Oscar - No meu caso, dou toda razão ao Cilinho. Não guardo mágoa alguma dele. Pelo contrário, o considero o melhor treinador do Brasil. O futebol brasileiro, no momento, precisava do Cilinho trabalhando. Naquela época eu não estava mesmo merecendo a condição de titular.

Terceiro Tempo - Como é a sua relação com o Cilinho hoje em dia?

Oscar - Gostaria de falar mais com ele. Mas nos damos muito bem. Não tenho nada contra o Cilinho. O considero muito. O trabalho de campo do Cilinho é excepcional. Ele está muito à frente de muitos treinadores por aí.

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 O jornalista Roberto Diogo ao lado de Cilinho em 15 de junho de 2017. Foto: arquivo pessoal de Roberto Diogo

Terceiro Tempo - Como avalia esses primeiros meses de Ceni como treinador?

Oscar - É uma pessoa inteligente, capaz... Mas o São Paulo ainda não engrenou da forma que ele queria. O Rogério tem uma imagem muito boa com a diretoria, com os torcedores, mas o time não se estabiliza. É questão de tempo, mas eu não sei se o São Paulo vai dar esse tempo.

Terceiro Tempo - Você daria esse tempo?

Oscar - Eu insistiria nele. É uma pessoa de muita capacidade. Ele só fez isso na vida dele (trabalhar com futebol). Ele é do ramo. Nós vemos por aí muitos treinadores que nunca jogaram profissionalmente e estão bem. Então por que ele não daria certo? Não há motivo para duvidar da capacidade dele. Mas eu acho que você parar de jogar e pegar um time do tamanho do São Paulo... É uma situação complicada. Ainda mais assumindo um time que não vem bem. Eu acho que o São Paulo deveria ter chamado o Rogério para trabalhar este ano como auxiliar de um grande treinador, e então as coisas aconteceriam mais naturalmente.

Terceiro Tempo - O que esperar do São Paulo para o futuro?

Oscar – Olha, esses dias eu li que foi o Milton Neves que criou a frase “torcer para o São Paulo é uma grande moleza”. Você pode avisar para ele que vai voltar a ser (risos). Eu tenho certeza disso!

A frase citada por Oscar virou adesivo nos anos 90 

 

 

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