Bernardo Gentile
Do UOL, no Rio de Janeiro
A história dos últimos 12 meses do Botafogo poderia virar roteiro de filme. O roteiro seria parecido do filme "Moneyball, o homem que mudou o jogo", onde um clube sem tanto dinheiro monta um grupo com reforços inicialmente questionáveis e muitas apostas. Pois o Alvinegro superou as expectativas e vai bem em três campeonatos diferentes: Libertadores, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro.
Comandados pelo presidente Carlos Eduardo Pereira, o futebol é administrado pelo diretor executivo Antonio Lopes, o vice de futebol Cacá Azevedo e pelo advogado Gustavo Noronha, um dos responsáveis pela captação de reforços para o time.
O Botafogo vive situação financeira delicada e para montar o elenco trouxe apenas um jogador que custou dinheiro. Trata-se de João Paulo, que logo ganhou espaço após chegar do rebaixado Santa Cruz. Ele custou R$ 3 milhões aos combalidos cofres alvinegros.
Os demais chegaram em oportunidade de mercado. Gatito Fernandez estava em fim de contrato no Figueirense. Mesmo caso de Jonas (América-MG), Arnaldo (Ituano)m Gilson (América-MG), Bruno Silva (Chapecoense), Rodrigo Pimpão (América-RN), Rodrigo Lindoso (Madureira), Carli (Quilmes-ARG), Dudu Cearense (Fortaleza) e Roger (Ponte Preta).
Além de contratações de jogadores pouco conhecidos de times pequenos, o Botafogo buscou também atletas que estavam esquecidos em times grandes do Brasil. Luis Ricardo, por exemplo, era a quarta opção no São Paulo e caiu como uma luva no time carioca.
Mesma coisa de Victor Luis. Sem espaço no Palmeiras, atrás de Egídio e Zé Roberto (improvisado), o lateral esquerdo é um dos jogadores mais regulares do Alvinegro – os paulistas já avisaram que querem o atleta de volta em 2018. Guilherme também se encaixa nesse quadro, após trocar o Grêmio para virar 12º jogador de Jair Ventura.
Refugos, reforços de times pequenos e apostas da base. Sem os jovens atletas, o atual Botafogo ficaria capenga. Vários atletas ganharam espaço no elenco e têm ajudado o técnico Jair Ventura. Igor Rabello, Marcelo, Emerson Santos, Matheus Fernandes e Leandrinho.
Isso tudo, porém, não seria possível se não fosse Jair Ventura, que realiza no Botafogo seu primeiro trabalho em um time profissional. Eleito o técnico revelação do último Campeonato Brasileiro, ele tem feito um trabalho de causar inveja em clubes mais ricos. A torcida espera apenas que Jair tenha um final mais feliz que o dirigente Billy Beane, do Oakland Athletics, time de baseball, que, apesar de mudar o jogo, ainda busca o almejado título.
Foto: Thiago Ribeiro/AGIF (retirada do portal UOL)
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