Ricardo Gareca comanda o Palmeiras há um mês, tem perfil discreto, mas em pouco tempo já conseguiu implementar alguns traços de seu estilo no clube

Ricardo Gareca comanda o Palmeiras há um mês, tem perfil discreto, mas em pouco tempo já conseguiu implementar alguns traços de seu estilo no clube

Ricardo Gareca comanda o Palmeiras há um mês, tem perfil discreto, mas em pouco tempo já conseguiu implementar alguns traços de seu estilo no clube. Teve liberdade para indicar e contratar e agora também mostra que foge ao padrão brasileiro para montar a escala de trabalho da equipe. Há momentos em que o Palmeiras folga quando outros treinam, e treina quando outros folgam. E o elenco já demonstra simpatia.

Fernando Tobio, Pablo Mouche e Agustín Allione, compatriotas de Gareca, chegaram. A autonomia do treinador demonstra o total respaldo da presidência. O clube investiu dinheiro raro nas contratações para dar ao técnico parte da equipe que ele quer. Nesta quarta-feira, contra o Avaí, em Florianópolis, ele conseguiu a primeira vitória em três jogos, e encaminhou o clube para as oitavas de final da Copa do Brasil: 2 a 0, com time misto.

Até o time misto chama atenção. Gareca perdeu os dois primeiros jogos pelo Palmeiras. Agora, uma nova derrota o colocaria em xeque no comando e em perigo na Copa do Brasil, além de pressioná-lo às vésperas do clássico mais importante do clube, contra o Corinthians, domingo – o primeiro Dérbi no Itaquerão. Técnicos renomados do Brasil não costumam optar pelos reservas em situações ruins, mas o argentino demonstrou – como em outros aspectos – que conta com confiança da cúpula palmeirense. E venceu.

"Sim, importante, primeira vitória do ciclo de Gareca e de todos nós. Agora é seguir em frente. Sim, estamos aos poucos encontrando o time, conhecendo os rapazes, falando com o treinador. Esperamos que seja uma partida muito difícil", falou o atacante Pablo Mouche, titular em Florianópolis, ex-jogador do Boca Juniors que perdeu para o Corinthians na Libertadores de 2012: "Boca é passado, camisa do Palmeiras, um clássico, importante para a instituição. Faremos de tudo para ganhar", acrescentou, à Rádio Globo.

Assim como Mouche, Gareca viu outros jogadores entusiasmados. O meia Felipe Menezes, reserva que pode virar titular com a saída de Valdivia, marcou dois gols e depois do jogo disse que quer uma sequência como titular. Gareca só o elogiou pela postura: "Não é um problema, é melhor que os jogadores todos estejam bem. Felipe é um jogador muito importante para nós. Quero que Felipe siga progredindo, todos temos que seguir progredindo", disse, em entrevista coletiva.

Além da autonomia nas contratações e no arrojo para colocar um time misto para jogar mesmo em uma situação arriscada, Gareca faz o elenco trabalhar de forma atípica. Na segunda-feira, um dia depois de perder do Cruzeiro jogando em casa – sem viagens –, o argentino deu folga ao elenco, algo completamente incomum no futebol brasileiro. Os jogadores só voltaram a trabalhar na terça-feira, fizeram apenas uma atividade tática antes da viagem para Florianópolis.

Depois do jogo, o mais interessante: os atletas que não jogaram contra o Avaí fizeram um treino ainda na Ressacada. Gareca voltou ao campo e comandou um treino no estádio no qual havia vencido uma partida minutos antes.

Os atletas mostram que estão absorvendo todo o estilo do argentino: "Vitória importantíssima, independente do próximo jogo era importante vencer. Cinco jogos sem vencer incomoda muito. Entrar sempre desde o comecinho focado, sem dar brecha. Gareca desde que chegou passou muita confiança, passou bem o que ele queria que a gente fizesse, e hoje a vitória veio", falou Marcelo Oliveira, hoje zagueiro.

FOTO: UOL

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