Análise de alguns dados do atlas anual do CIES

Análise de alguns dados do atlas anual do CIES

O CIES (Centre international d'étude du sport) divulgou na última segunda-feira (15/12), um atlas com diversas estatísticas futebolísticas referentes às ligas nacionais do ano de 2014. Alguns dados divulgados pelo tradicional observatório são bastante interessantes. 

Altura

O Barcelona é o clube europeu com a menor média de estatura entre seus jogadores. Os blaugranas tem em média 177,3 cm de altura. Será a prova definitiva de que tamanho não é documento?

Dos grandes clubes europeus, apenas o Chelsea apresenta um elenco com média de altura superior à 1,84m. Nem o baixinho Éden Hazard conseguiu diminuir a média dos blues, 184,4 cm. O recorde de estatura é do Diósgyőri, atual 4° colocado do Campeonato Húngaro. Os gigantes magiares têm altura média de 186,6 cm.

Fidelidade

“Só se pode alcançar um grande êxito quando nos mantemos fiéis a nós mesmos.”, disse Nietzche, provavelmente sem ter o futebol como inspiração. Coincidência ou não, os jogadores mais fieis às suas equipes estão na terra do filósofo.

A Bundesliga, ou Campeonato Alemão, se destacou como a liga em que os jogadores permanecem por mais tempo em suas equipes. Cada atleta fica em média 2,91 temporadas defendo as cores de seu time.

Mesmo que a média alemã seja superior, a Espanha também se destaca nesse quesito. O país ocupa apenas a 7ª colocação entre os 31 países europeus da lista, porém, seus clubes de maior destaque possuem médias altas.

No Barcelona, os jogadores permanecem em média 4,04 temporadas na equipe, no Real Madrid 4,32. A maior média continental fica com o também espanhol, Real Sociedad, com 5,26. Não chega a ser uma regra, mas tais dados mostram que sucesso e imediatismo raramente estão ligados.

Baciada

Os "pacotões de reforços", felizmente, não são exclusividade do futebol brasileiro. Quem lidera o número de contratações por temporada na Europa é o conturbado futebol romeno, onde cada clube contratou em média 14,2 jogadores em 2014. Os conterrâneos do Conde Drácula são seguidos de perto pela liga portuguesa, com uma média de 13,8. Atual campeão europeu, o Real Madrid surpreende com apenas quatro contratações feitas em 2014, algo não muito comum para os galáticos.

Novos jogadores

A primeira divisão finlandesa é a líder disparada no que diz respeito ao número de jogadores promovidos das categorias de base. Cada equipe "subiu" em média 3,33 jovens jogadores, média 30% maior que a do futebol eslovaco, segundo colocado no ranking.

É difícil estabelecer uma relação direta entre os fatos, mas a Eslováquia lidera o grupo C das eliminatórias europeias, com quatro vitórias em quatro jogos, à frente da atual bicampeã Espanha. Seria isso um reflexo da alta quantidade de jovens jogando no país?

As ligas italiana e inglesa tem preocupantes médias de, 0,3 e 0,2 (jogadores revelados por equipe na atual temporada), evidenciando em números a visível ausência de novos talentos em suas respectivas seleções nacionais.

Santo de casa faz milagre?

Mais um ranking que é liderado pelo futebol finlandês. 38,2% dos jogadores do país passaram ao menos três anos nas categorias de base do clube em que jogam. O Inter Turku é o líder do país nessa estatística, com 67,9% de seus jogadores oriundos da base. O Barcelona, referência nesse quesito, tem também uma alta média de 48,1%.

O Hull City, da Inglaterra, se destaca por não ter nenhum jogador de seu elenco proveniente de suas categorias de base. Que fase!

Celeiro de craques

O Ajax é o clube europeu que mais jogadores revelou em seu continente. Os Godenzonen revelaram nada mais, nada menos, que 77 jogadores para os gramados europeus. Entre os clubes não europeus destaca-se o Boca Juniors, com 23 jogadores da base Xeneize jogando no velho continente. O Fluminense é quem lidera o ranking entre os times brasileiros. Assim como o zagueiro Thiago Silva, outros 15 jogadores saíram de Xerém e hoje estão na Europa. 

Expatriados

Quem acompanha o futebol europeu sabe que a Premier League é, talvez, a melhor liga do mundo. No entanto, a internacionalização do futebol inglês é muitas vezes criticada pelos especialistas britânicos, tendência que é comprovada pelos números do CIES.

59% dos jogadores da primeira divisão inglesa são estrangeiros, número apenas inferior ao do Chipre, país que tem 69,2% de gringos jogando em seus gramados. O Chelsea é a equipe inglesa com maior percentual de estrangeiros em seu elenco, 87%. No lado oposto aos cipriotas está o futebol sérvio, onde apenas 13 em cada 100 jogadores não são nascidos no país.

Made In

O principal exportador de jogadores ao velho continente continua sendo o Brasil. Ainda que a qualidade de nossas “mercadorias” tenha caído consideravelmente, o futebol europeu ainda possui 455 filhos deste solo. O futebol português é o que mais contribui para essa estatística, com 106 brasileiros.

Selecionados

Os nobres e bem cuidados gramados da terra da rainha são também os que recebem a maior parte da nobreza do futebol. 43,5% dos jogadores da Premier League jogaram ao menos uma vez por suas seleções nacionais no ano de 2014. Em segundo lugar está a Bundesliga, com 34,1%, e em terceiro a Premier League Russa com 25,2% de selecionáveis em seus gramados. A Eslovênia ocupa a lanterna do ranking com míseros 1,2%.

Imagem: Rafael Serra/Portal TT

 

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