Considerado pelo site da Globo.com o melhor lutador de MMA atuando em território nacional, tido como um nome sempre cotado para o UFC

Considerado pelo site da Globo.com o melhor lutador de MMA atuando em território nacional, tido como um nome sempre cotado para o UFC

Considerado pelo site da Globo.com o melhor lutador de MMA atuando em território nacional, tido como um nome sempre cotado para o UFC, o peso-pena Flávio Álvaro é conhecido no meio como “Legendary” (Legendário).

Dono de um cartel com mais de 50 lutas no cage, 46 vitórias e 10 derrotas, Álvaro na semana passada superou Adson Lira, o “Preguiça” e no próximo mês lutará nos EUA contra Donald Sanchez. No passado participou do violento Rio Heroes e foi criticado na imprensa pelo ex-campeão mundial do UFC Vitor Belfort.

Recentemente perdeu sua principal apoiadora, sua mãe Dona Geni. Em entrevista exclusiva ao Terceiro Tempo fala da relação com ela, a passagem pelo Rio Heroes, a tensão com Belfort e outros rivais além de racismo no Brasil.

Como foi seu início no mundo das lutas?

Meu início no mundo das lutas foi igual a da maioria dos pobres, fui atrás de um sonho e fugindo de um pesadelo. Tive sorte por escolher um esporte que consegui usar minhas habilidades e vontade com toda energia.

Uma figura muito presente em sua trajetória é sua mãe. Como era a relação dela com seu trabalho e quais lições lhe deixou?

Minha mãe foi a maior guerreira da terra, criou três filhos sozinha e lutou muito por nós. Nunca desistiu da gente mesmo quando nós já tínhamos desistido. Minha heroína, minha rainha, meu tudo.

Você já participou do Rio Heroes, evento clandestino de MMA. O que pode falar desta experiência?

O Rio Heroes foi maravilhoso, a melhor experiência que tive como lutador, ali eu era o rei... Eu era imbatível. Nasci naquele tipo de confronto, era algo especial e só quem participou sabe do que estou falando.

Na época foi muito criticado por Vitor Belfort. O que aconteceu de lá para cá desde os comentários dele? Ele mudou de posição?

O Vitor é um playboy babaca que nunca teve que lutar para comer ou dar o que comer para sua família, sempre foi rico e teve tudo nas mãos, ele nunca esteve em posição para nos criticar e nunca vai estar, então deveria fazer um favor a todos e calar a enorme boca dele.

Recentemente Belfort não pôde lutar com Chris Weidman dado não poder realizar seu tratamento de TRT e a proibição do mesmo pela Comissão Atlética de Nevada. O que pode declarar desta ocorrência?

Todos tomam ou tomaram anabolizantes, isso não é algo que vai só sobre os ombros dele, mas ele se coloca sempre como o homem perfeito, o cara que não tem erros ou pecados, que não assume suas fraquezas, então teve que se dar mal e eu achei bem feito para assim saberem que ele é um pecador igual a todos nós e que por trás daquele ar de bom moço existe um vilão.

Você gostaria ou já buscou enfrentá-lo no octógono?

Não me interessa lutar com ele, seria até desigual pelo peso que ele tem e força, mas se fossemos na rua sem regras e nem juiz, sou mais eu.

Há outro lutador com o qual tenha também grande rivalidade? Por quê?

Sim, com o Udi Lima e o Viscardi (Andrade), essa cambada de fracassados. Não gosto deles, são inimigos.

Recentemente em seu Facebook iniciou uma campanha contra o racismo e afirma que o único meio que foi bem recebido é o das lutas. Em pleno século XXI por quê o racismo é ainda presente na sociedade brasileira?

Sim, quero mobilizar o meio esportivo e mostrar que nós praticantes de artes marciais somos referência de respeito e educação. Sempre fui tratado bem, como nunca tinha sido em minha vida, passei por várias situações de racismo e preconceito por causa da minha cor e também da minha classe social. Mas com o tempo parei de sofrer por causa disso, eu aprendi a gostar mais de mim e a gostar de quem não gosta de mim, não me sinto inferior a ninguém, eu tenho muito orgulho do que eu sou e das minhas origens. E quero passar isso a todos que estão passando por situações parecidas e digo isto não por não ser mais discriminado – como antes –, mas porque isto não me afeta mais tanto. Aprendi que eles têm problemas e não eu.

Interview with Flávio Álvaro

Considered the top MMA fighter in Brazilian scene and always related in lists of those who should be in UFC the featherweight Flávio Álvaro is known in the game as “The Legendary”.

With a record of 50 cage battles with 46 victories and 10 losses Álvaro topped Adson Lira (a.k.a “Preguiça” – Sloth) and next month will head to U.S to face Donald Sanchez. In the past he took part in the violent Rio Heroes event and was criticized in press by former UFC champion Vitor Belfort.

He stills mourns the loss of his mother Ms. Geni who passed away recently. In this exclusive interview to Terceiro Tempo website he speaks about his relation with her, his time in Rio Heroes, the tension with Belfort and other foes and also racism in Brazil.

How was your beginning in the fighting world?

My start in the fighting world was like as of those many poor guys. I was chasing a dream and running away from a nightmare. I was luck to pick up a sport where I can use my skills and will in full potential.

A figure very present in your journey is your mother. How was her relation with your line of work and which lessons she left to you?

My mother was the greatest warrior on Earth. She raised three kids by herself and fought hard for us. She quit on us when even yourselves already had. My heroine, my queen, my everything.

You were part of the Rio Heroes rooster which was a clandestine cage fight. What can you say about that experience?

Rio Heroes was wonderful. The best experience I had as a fighter. There I was the king. I was undisputed. I was born in that kind of confront. It was something special and only those who were part of it know what I’m talking about.

During that time you were very criticized by Vitor Belfort. What happened from then to now after his commentaries? Did he change his point of view?

Vitor is a dumb playboy that never had to fight to eat or give food to his family. He is born rich and had everything granted for him so he is in no position to criticize and will never be therefore he should do a favor to everybody and shut his huge mouth.

Recently Belfort couldn’t fight with Chris Weidman as he couldn’t keep his TRT treatment and it also now forbidden by Nevada’s Athletic Commission. What can you say about it?

Everybody did or have done steroids and this is nothing that falls only on him but he usually puts himself as the perfect man, the one who is flawless and without sins. The one that doesn’t recognizes his weak points so he got screwed and I thought it was cool so now everyone knows that he is a sinner just like any of us and behind that Mr. Nice Guy face there is a villain.

Would you like or even tried to face him in the octagon?

It is not interesting for me to face him and it would be unequal as there is a weight and strength difference but in a street fight I believe more in myself.

Are there any other fighters that you hold a grudge? Why?

Yes! With Udi Lima and Viscardi (Andrade). Those bunch of losers. I don’t like ‘em. They are enemies.

Lately in your Facebook account you’ve started a campaign against racism and you say that the only environment you had open arms is the fighting one. We are in the 21st Century and why racism is so present in Brazilian society?

Yes I want the sports world to gather and show that we who engage in Martial Arts as competitors are role models of respect and education. I always (in here) have been treated nicely – as I never had in my life – I’ve been in lots of racist and prejudice situations because of my skin and my social class. With time I stopped to suffer about it and learnt to like myself more and to like those who do not like me as I don’t feel to be inferior to nobody. I’m very proud of who I’m and my roots. I want to pass this message to anyone who is going through similar events and I say it not because I’m not discriminated – as I used to be – but because it is not affecting me in the same intensity. I’ve learnt that those with issues are them and not me.

No Twitter: @gabrielleao

Foto: Band

Últimas do seu time