Além de usar muito a lousa, Roger precisará gerenciar grupo inchado

Além de usar muito a lousa, Roger precisará gerenciar grupo inchado

Danilo Lavieri e Leandro Miranda
Do UOL, em São Paulo

Roger começa, nesta quinta-feira (17), aquele que ele mesmo chama de "maior desafio de sua carreira". Mais do que a sua habilidade tática, será colocada em jogo a sua capacidade de gestão de um elenco com mais de 30 jogadores e com capacidade para investir mais, se necessário.

A dúvida sobre o convívio com atletas de peso no banco de reservas também pairava em cima de Eduardo Baptista, outro técnico que chegou ao Palmeiras sem o status de veterano e acabou demitido ainda no primeiro semestre. Na sua primeira coletiva de imprensa, Roger Machado falou sobre o tema. Ele diz entender os questionamentos, mas avalia que sua pouca experiência como técnico não o atrapalhará na gestão.

"Tenho certeza que essa é uma das principais qualidades que um profissional que trabalha com gerenciamento de pessoas deve adquirir. Trabalhamos com seres humanos, os atletas não são máquinas. Se eles entenderem o objetivo em comum, menos que estejam jogando menos, quando o todo vai bem todos se beneficiam disso. Meu trabalho com o grupo eu atribuo como metade do meu trabalho. Ela é tão importante como a parte dentro de campo. O que costumo dizer para eles são duas questões, se o atleta deixar para se preparar para quando for receber a oportunidade, não vai dar tempo, e aqueles que algum momento possa estar jogando pouco, cinco minutos é muito tempo em campo", afirmou.

No ano passado, o Palmeiras teve diversos problemas de relacionamento. Róger Guedes, por exemplo, manifestou sua insatisfação por ter levado trote e, posteriormente, foi afastado por falta de compromisso.

Felipe Melo xingou Cuca na frente do elenco e também foi afastado por mais de um mês antes de voltar a ter uma chance. No time campeão brasileiro de 2016, o elenco ainda se rebelou contra o treinador para defender Rafael Marques. Dudu, hoje capitão do time, foi um dos que entrou em conflito com o então comandante.

Nos seus primeiros treinos, Roger tem deixado de lado o fato de não ser um "veterano" e gritou bastante com os atletas. Em determinada ocasião, inclusive, questionou seu capitão para saber se ele teria "coragem" de fazer a mesma jogada de efeito que fez no treino dentro de campo. Ouviu que sim e deixou a atividade seguir.

Neste ano, ele já precisa lidar com o fato de ter deixado nomes como Emerson Santos e Allione fora da lista do Paulista. O primeiro foi aposta pessoal de Alexandre Mattos, e o segundo teve pedido público para ser negociado pelo seu empresário.

No gol, Roger precisa tomar a difícil decisão de escolher entre o xodó da torcida, Jailson, o ídolo palmeirense, Fernando Prass, e o campeão olímpico, Weverton. Por todos esses desafios e pela injeção de dinheiro, o técnico admite que o Palmeiras tem uma das equipes mais qualificadas do país, mas descartou a obrigação de vencer. Ele apenas admite que essa será a maior chance de sua carreira.

"Sem dúvida. É uma chance muito importante, não só no crescimento profissional, mas para todos atletas. Continuar construindo a história do Palmeiras. Tenho certeza que uma história vitoriosa aqui marca a carreira de qualquer profissional. A gente costuma andar pela Academia, está registrado nas paredes do clube, está registrado", explicou.

Foto: Cesar Greco/Palmeiras/Divulgação

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