Do UOL, em São Paulo

Enquanto o São Paulo, Palmeiras e Corinthians abrem seus estádios ou viajam atrás de amistosos lucrativos, o Santos recebe o Cotia, da terceira divisão paulista, em seu CT. A disparidade para os rivais é só mais um sinal da crise na qual o clube está inserido.

A opção do Santos em permanecer na Vila Belmiro foi definida no começo do ano, quando Oswaldo de Oliveira assumiu o comando da equipe. Com pouco tempo hábil para preparação, o clube praiano recusou o convite para jogar um torneio amistoso em Antalya, na Turquia, contra Galatasaray, Besiktas e River Plate.

Sem a viagem, o Santos perdeu dinheiro e projeção internacional, apostando que a concentração no CT Rei Pelé compensaria esportivamente o prejuízo financeiro. Só que nesse período, o clube da Vila Belmiro teve uma vida bastante atribulada.

As dívidas herdadas da gestão passada arrasaram o elenco do Santos. Edu Dracena saiu de comum acordo, mas Arouca, Aranha, Mena e Leandro Damião entraram na Justiça pedindo rompimento unilateral dos contratos por atrasos salariais. Os reforços também não empolgaram, já que as melhores aquisições foram os veteranos Ricardo Oliveira e Elano.

Para o torcedor santista, ver os maiores rivais excursionando ou fazendo jogos para bons públicos é uma problema a mais no início de 2015. O Corinthians foi à Flórida para enfrentar Bayer Leverkusen e Colônia e voltou a tempo de encarar o Corinthian-Casuals em uma grande festa no Itaquerão.

O São Paulo, por sua vez, foi lucrar em um torneio amistoso em Manaus, contra Flamengo e Vasco, para iniciar 2015 enchendo os bolsos. O Palmeiras, mais modesto do trio de ferro, abriu seu novíssimo Allianz Parque para jogar contra Shandong Luneng e Red Bull Brasil.

O Santos, por sua vez, fez seu primeiro amistoso no último sábado, em um clima bem mais melancólico. No CT Rei Pelé, Robinho e companhia atropelaram o Cotia, da Série A-3 do Paulista, por 4 a 0, com direito a gol olímpico de Elano e sem sequer usar o uniforme oficial.