O "vilão" do jogo do último dia 16 de fevereiro não quer ficar se escondendo após o famoso erro que rendeu choros

O "vilão" do jogo do último dia 16 de fevereiro não quer ficar se escondendo após o famoso erro que rendeu choros

Ao final do Campeonato Carioca, neste domingo, após o apito final no jogo entre Flamengo e Vasco, poucos personagens serão tão lembrados na edição de 2014 deste Estadual quanto Rodrigo Castanheira. Independente de título ou vice campeonato, todos os torcedores lembrarão do árbitro auxiliar que não viu a bola entrar 33 cm no primeiro clássico entre os rivais na competição.

E, ao contrário do que muitos podem imaginar, o "vilão" do jogo do último dia 16 de fevereiro não quer ficar se escondendo após o famoso erro que rendeu choros, ameaças e um abalo significativo na vida pessoal. Dizendo ter superado o assunto, Castanheira afirma estar preparado para apitar qualquer jogo, até mesmo um novo Flamengo x Vasco.

"Não tenho que me meter em escolhas e escalas, mas estou preparado, sim. Se tivesse que estar lá [na final do próximo domingo], estaria. E muito bem preparado, como foi da outra vez. Já está tudo 100% superado. Foi um momento delicado da minha vida, mas tenho a consciência tranquila de que fiz tudo com a melhor intenção, tentando acertar", disse o profissional de arbitragem, que ainda tenta explicar a falha.

"O que ocorreu ali foi uma falha que extrapolou o limite humano. Não tenho arrependimento. Fiz o que poderia ser feito, não tinha como ver. Era impossível. Eu cumpri o ritual, me posicionei da melhor maneira e passei a mensagem ao árbitro [que a bola não entrou] com convicção. Eu tinha certeza do que estava fazendo. Mas o ser humano falha. Ninguém é infalível", argumentou.

Mesmo com toda confiança de ter feito a coisa certa, Rodrigo Castanheira não esquece dos momentos complicados após ser informado do erro.

"Rapaz, [pausa prolongada] foi bem complicado. Você sai do campo com a certeza de ter feito o melhor. E acabei refém ali. Fiquei muito assustado", revelou.

E as consequências foram grandes. Além da perseguição em redes sociais e ameaças, o árbitro auxiliar foi afastado do quadro de arbitragem da Federação do Rio de Janeiro e só voltou após exames clínicos.

"Foi um momento delicado. A repercussão é normal, mas fiquei chateado por terem divulgados coisas da minha vida particular, como escolas que trabalhava", lamentou Rodrigo.

E até mesmo as escolas em que o profissional de educação física dá aula foram envolvidas. Extremamente abalado, ele foi liberado pela direção das instituições a se afastar por uma semana. "Fiquei longe, depois veio o Carnaval, fiz os exames e tudo voltou ao normal. Foram pouco mais de dez dias. Estou bem tranquilo hoje", contou.

E, se das arquibancadas e redes sociais vieram as críticas, de dentro de casa e das entidades envolvidas veio o apoio.

"Sem o carinho deles, nada seria possível. Só posso ser grato ao doutor Rubens Lopes [presidente da Fferj], ao Jorge Rabelo [presidente da comissão de árbitros] e a todo o pessoal da minha família. É isso que nos anima".

Se não terá a oportunidade de trabalhar em um novo Vasco x Flamengo neste fim de semana após o famoso erro dos 33 cm, mesmo reafirmando seu preparo, pelo menos Rodrigo Castanheira pode ter a certeza que voltará a atuar em breve. A geladeira não durou tanto para o árbitro auxiliar.

"Estou só no aguardo das escalas. Voltarei a trabalhar na série B do Estadual e depois [em agosto] na Copa Rio. São jogos menores, mas sigo motivado. Amo o que faço e sempre tenho muita vibração para isso. Houve o erro, mas isso não abala minha trajetória. São 12 anos nisso, sendo sete no futebol profissional. Já trabalhei em mais de oito clássicos e confio no que faço. Só em Vasco x Flamengo foram três vezes. O ser humano Rodrigo Castanheira está sempre pronto. E agora para recomeçar", encerrou.

FOTO: UOL

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