Depois de se aposentar no Paraná, no fim do ano passado, Anderson pôde se dedicar a um antigo hobby

Depois de se aposentar no Paraná, no fim do ano passado, Anderson pôde se dedicar a um antigo hobby

Luiza Oliveira

Do UOL, em São Paulo

Anderson Beraldo sempre gostou de ser o líder da zaga. No Corinthians, clube onde mais brilhou, organizava a defesa, dava ordens aos companheiros e fazia o papel de comandante. Seu estilo de jogo o fez pensar em ser técnico quando pendurou as chuteiras. Mas adotou caminho bem diferente e voltou a vestir a camisa do clube, dessa vez se arriscando no tênis.

Depois de se aposentar no Paraná, no fim do ano passado, Anderson pôde se dedicar a um antigo hobby. Trocou as chuteiras pelas raquetes e o jeito 'xerife' por um estilo low profile que só um esporte 'fino', como ele mesmo define, exige.

"Dentro do campo sempre gostei de comandar, de ser xerifão lá atrás, de organizar. Sempre tive uma visão muito boa no futebol, tanto que se eu continuasse no futebol eu gostaria de ser técnico. O tênis é uma novidade, é tudo diferente. No futebol você vibra, você pode olhar na cara do adversário, pode discutir, pode fazer tudo, a arquibancada fica à vontade para vibrar para vaiar. No tênis não, tênis é um esporte fino né", brinca.

Anderson jogou no Corinthians de 2000 a 2005 e conquistou títulos importantes. Levantou os troféus do Paulistão de 2001 e 2003, o Torneio Rio-São Paulo e a Copa do Brasil, ambos em 2002. Saiu do clube em 2005, quando foi negociado com o Benfica, de Portugal. Ele ainda se lembra bem dos tempos em que atuou no Corinthians e sentia o calor da torcida. "Futebol é um jogo mais viril, de contato, a torcida acaba inflamando o jogo na maioria das vezes".

Agora, a realidade é bem diferente. Anderson voltou a vestir a camisa do Corinthians, mas sem tanta plateia e tanto glamour. Na última quarta-feira, disputou o Campeonato Paulista Interclubes, no Parque São Jorge.

Em sua primeira competição desde que começou a treinar sério há sete meses, acabou perdendo na estreia para Pedro Soares, de 17 anos, por duplo 6/2. Mas saiu satisfeito por ter travado algumas longas disputas de bola em games acirrados.

"Fiquei feliz de o Corinthians ter me convidado. Com certeza, se tiver outra oportunidade, vou vir melhor preparado porque sou um cara que sempre me cobrei bastante, por isso sou um cara bem sucedido no futebol".

Apesar de ser um iniciante, Anderson acredita que tem facilidade em aprender. Graças aos quase 15 anos de futebol profissional. Além do Corinthians, teve passagens pelo Benfica, de Portugal, e pelo Lyon, da França, e no retorno ao Brasil passou por clubes de ponta como São Paulo, onde conquistou o Campeonato Brasileiro de 2008, e o Cruzeiro.

"Eu acho que só de você praticar esporte já facilita qualquer outro tipo de atividade. No dia a dia, você acaba pegando o jeito, a movimentação, a velocidade e a preparação física. Eu jogo duas, três horas de tênis e os caras estão todos cansados, mas eu estou inteiro".

Anderson se interessou pelo tênis em 2005, mas jogava com pouca frequência. Tinha medo de se machucar e prejudicar sua carreira nos clubes, especialmente após sofrer com lesões no ombro, no joelho e na panturrilha.

Agora, ele faz aulas regularmente duas vezes por semana e só não tem mais tempo porque virou empresário e abriu uma empresa de importação de maquinário. E, como ninguém é de ferro, quer se dedicar à família, o que conseguiu fazer pouco nesses anos todos de futebol.

"Pensei até em jogar neste ano, eu até tinha mais um ano de contrato no Paraná, mas na última hora resolvi parar. Não me arrependo, estou curtindo minha esposa e meus filhos, tenho um menino de oito anos e uma menina de cinco. Posso buscá-los na escola, fazer o aniversário deles na data certa, coisa que eu nunca tive oportunidade, essas coisas não existem para jogador. Sempre fui um cara muito família, me preparei para parar e estou super feliz com outro trabalho".

Foto: UOL

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