A seleção brasileira teve um resultado significativo no último sábado (11), em Pequim

A seleção brasileira teve um resultado significativo no último sábado (11), em Pequim

Guilherme Costa
Do UOL, em Pequim (China)

A seleção brasileira teve um resultado significativo no último sábado (11), em Pequim. O time comandado por Dunga voltou a encarar uma seleção campeã do mundo depois da derrota por 7 a 1 para a Alemanha, no Mineirão, nas semifinais da Copa do Mundo de 2014. Venceu por 2 a 0 no estádio Ninho de Pássaro, com dois gols do atacante Diego Tardelli, e conquistou a edição 2014 do Superclássico das Américas. E tudo isso só reforçou a história pessoal do treinador da equipe pentacampeã mundial.

Na primeira passagem pelo comando da seleção, Dunga disputou quatro jogos contra a seleção principal da Argentina. O técnico não perdeu (foram três vitórias e um empate), e os três resultados positivos podem ser atribuídos à mesma proposta apresentada em Pequim.

A Argentina foi o segundo rival de Dunga como treinador da seleção. As duas seleções se enfrentaram em Londres, em setembro de 2006, e o Brasil sofria alguma pressão. O desempenho claudicante na Copa daquele ano, a escolha de um técnico novato e o empate por 1 a 1 com a Noruega na estreia dele ainda pesavam.

Logo aos 2min do primeiro tempo, porém, Elano abriu o placar para o Brasil. Depois disso, o time de Dunga se fechou e aproveitou os contragolpes para fazer 3 a 0 na Argentina de Lionel Messi, Riquelme e Tevez.

Brasil e Argentina voltaram a se enfrentar em 2007, em Maracaibo (Venezuela), na decisão da Copa América. O time de Alfio Basile chegou àquela partida como o único com 100% de aproveitamento, e a equipe dirigida por Dunga, desfalcada, era bem menos cotada para ficar com a taça.

Dunga montou um Brasil com Josué e Mineiro como volantes, com uma linha de armadores formada por Elano (depois Daniel Alves), Júlio Baptista e Robinho. Era um time que se preocupava primeiramente com a marcação, que deu a bola para a Argentina e que soube explorar os contra-ataques. Resultado: mais um 3 a 0 para os pentacampeões.

A proposta de marcação forte, saída de pressão com lançamentos e contragolpes também norteou o Brasil de Dunga contra a Argentina em 2009. A equipe canarinho venceu por 3 a 1 em Rosário e ratificou classificação para a Copa do Mundo do ano seguinte.

Naquele jogo, principalmente no segundo tempo, o Brasil soube suportar a pressão da Argentina e marcar antes de atacar. Foi assim também em Pequim, no último sábado (11), sobretudo no início do confronto.

"Seleção brasileira é isso: todo mundo tem de se doar muito. Fiz o que o professor Dunga pediu, assim como o Oscar pelo lado esquerdo. Tivemos a felicidade de marcar bem e de encaixar bons contra-ataques, e essa vitória foi muito importante", avaliou o meia Willian.

"Não acho que aquele começo tenha sido mais importante do que o restante do jogo. Tivemos de ter atenção com a Argentina sempre, em todos os momentos, porque é uma grande seleção. Conseguimos neutralizar bem as armas deles", completou Oscar.

O curioso é que o técnico da Argentina, Gerardo "Tata" Martino, já havia falado que esperava um Brasil como o que Dunga apresentou em Pequim. Na sexta-feira (10), em entrevista coletiva, o comandante da seleção alviceleste contou que esperava um rival fechado, compacto, explorando contragolpes.

E se a história da passagem anterior de Dunga pela seleção se repetir totalmente, o próximo jogo é que promete ser um problema. O time nacional jogará contra o Japão no dia 14 de outubro, em Cingapura, e terá uma partida com características bem diferentes do que aconteceu no sábado.

O Japão nunca venceu o Brasil, vive uma crise técnica e deve atuar desfalcado. E enfrentar adversários assim, nos duelos em que a seleção teve de propor o jogo, foi o maior problema da  equipe na passagem anterior de Dunga.

"Esperamos fazer mais um grande jogo. Conheço alguns jogadores do Japão e sei que eles têm uma seleção muito técnica. Precisamos estar atentos e trabalhar bastante para conseguir um resultado positivo", analisou o meia Kaká.

Foto: UOL

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