A escolha do companheirsmo

A escolha do companheirsmo

                              
Minha Nossa Senhora !  Será que o Brasil optou definitivamente por transformar o seu futebol no paraíso encantado dos "aprendizes de feiticeiro" ? 
 
Há cerca de cinco anos, sem saber como e por que, alguma cabeça oca da CBF inventou que Dunga era a pessoa ideal para técnico da seleção brasileira, sem nenhuma credencial que recomendasse tal escolha, pois o volante do "Tetra nos pênaltis" nunca havia treinado nem time da várzea. 
 
Assumindo a função de técnico da Canarinho, Dunga alcançou alguns resultados positivos óbvios, como vitórias em amistosos e certames sem graça, de que são exemplo a Copa América e a Copa das Confederações. 
 
Foi para a Copa de 2010, na África do Sul, levando um elenco não mais do que mediano, que poderia ter sido melhor qualificado se ele não tivesse cometido o misto de burrice e teimosia, deixando no Brasil, como meros espectadores da Copa,  Neymar e Ganso, no esplendor da forma física e técnica, além de Ronadinho Gaúcho, com apenas 31 anos e muito futebol, como ficou provado depois na conquista da Libertadores pelo Galo mineiro. 
 
A consequência da aventura em escalar um técnico aprendiz foi aquilo que se viu. Passamos na primeira fase do Mundial por seleções que oscilavam entre o fraco e o ridículo e "caímos do cavalo" nas quartas de final,  no primeiro confronto  que tivemos com uma equipe de peso que - para variar - foi outra vez a Holanda. 
 
A decepção relativa àquela eliminação precoce no Mundial da África do Sul foi de tal sorte gritante, que a CBF resolveu demitir  Dunga por telefone, o que, a par de ter sido uma deselegância por parte da Mater dirigida por Ricardo Teixeira, deixou no ar a nítida impressão de que o treinador estaria riscado definitivamente da possibilidade de voltar a ser lembrado para dirigir o onze canarinho. 
 
Como vivemos num país onde "desgraça pouco é bobagem", a CBF de José Maria Marin, conseguindo ser ainda pior do que a de Ricardo Teixeira, entrega agora o destino de nosso futebol ao ex-goleiro e empresário de atletas Gilmar Rinaldi, nomeando-o coordenador de seleções da entidade.
 
Nada contra a pessoa desse futebolista, possuidor de  uma história relativamente bonita,  atuando na posição de goleiro, carreira que inciou no Internacional, passando pelo São Paulo e o Flamengo, clubes em que  conquistou títulos regionais e nacionais. 
 
Mas isso é muito pouco para servir de credencial a alguém que, embora com alguns serviços prestados à CBF, não possui como cartola ou administrador futebolístico um currículo que o recomende para o exercício desse importante cargo."
 
A CBF não pode se prestar ao papel de "Escolinha de aprendizes de treinador e administrador de futebol". Tais encargos precisam estar permanentemente nas mãos de gente com competência comprovada naquilo que faz, o que não é o caso de Dunga e, menos ainda, de Gilmar Rinaldi, cujas histórias futebolísticas só foram marcantes no campo de jogo. 
 
A consequência desse laboratório de experiências em que se vê transformada a Confederação Brasileira de Futebol é essa escolha  que culminou com a volta do perdedor Dunga ao comando técnico da seleção, parecendo aquelas nomeações de companheiros que certos governantes  fazem, para os famigerados  cargos em comissão, sem levar em conta o grau de capacidade de quem vai exercê-los..  
 
 Gilmar Rinaldi tem muitas coisas em comum com Dunga. Ambos são gaúchos da região das Missões,  oriundos das categorias de base do Inter e ex-integrantes da seleção tetracampeã de 1994.
 
Usando o cargo que ocupa na CBF, Rinaldi nada mais fez do que  devolver ao 'velho companheiro de outros carnavais' o emprego de treinador que havia perdido por absoluta incompetência.    
 
 Nada comprova melhor essa tese do que a declaração que Gilmar Rinaldi deu ao canal fechado "Fox Sport", dizendo textualmente "Não sei se o Dunga é o melhor técnico, mas ele tem o perfil que nós procuramos. Não procuramos um nome, mas um perfil"- conclui. 
 
Ora bolas, se o coordenador de seleções da CBF declara que "não sabe se Duna é o melhor técnico", transmite a impressão de que nada entende desse assunto, pois qualquer torcedor comum tem opinião formada sobre isso, que pode não corresponder à realidade, mas se torna presença obrigatória na mente de quem acompanha futebol possuindo um mínimo de senso de julgamento. 
 
Como se não bastasse esse vacilo que denota incerteza naquilo que faz, Gilmar Rinaldi torna sua declaração risível, ao dizer que sua escolha recaiu sobre um perfil e não sobre um nome, ou seja, alguém que tivesse adquirido grande conceito como treinador por sua história de conquistas. 
 
Essa afirmação de Gilmar é no mínimo estranha,  permitindo dizer , em tom de piada, que o lugar de procurar perfil é no "facebook" e que, se o negócio dele era esse, então melhor seria que tivesse convidado a Gisele Bündchen para treinar a nossa seleção, considerando que a musa número 1 das passarelas internacionais possui  o perfil brasileiro mais famoso do Planeta.  
 
Agora um breve giro pela rodada do Brasileirão, que teve como destaques positivos o Cruzeiro cada vez mais líder, depois de bater o Figueirense por 5 a 0 no Mineirão, a boa vitória de 2 a 0 do Corinthians diante do Palmeiras, começando a dar sinais de que tem bala na agulha para brigar pelo título, e o suspiro do Flamengo que, na volta de Vanderlei Luxemburgo ao comando da equipe, derrotou o velho freguês Botafogo,pelo escore mínimo,  saindo da lanterna, mas permanecendo ainda  na zona de baixamento. 
 
No aspecto negativo, tivemos a derrota do Grêmio na Arena para o fraco Coritiba, por 3 a 2, justamente quando Barcos havia desencantado fazendo dois gols na partida e virando o placar na metade do segundo tempo. 
 
 Mal posicionada,  a defesa do Grêmio, que havia permitido ao Coxa a abertura do marcador, no primeiro tempo, tomou dois gols incríveis,depois que o Grêmio tinha passado à frente no Placar,  sendo um deles de bola parada e o outro já nos descontos.
 
Depois dessa derrota, , a cabeça de Enderson Moreira deve rolar nas hostes tricolores, o que já não é sem tempo, uma vez que  o Clube tem feito ótimas contratações, como as de Giuliano e Fernandinho, e mesmo assim o time tem deixado a desejar, revelando  falta de entrosamento e de um esquema de jogo convincente, que permita ao Grêmio enfrentar adversários menos qualificados sem passar sufoco. 
 
Além da derrota ter acontecido para um dos últimos colocados do campeonato, contribui para essa queda presumível do técnico Enderson Moreira o fato de o Internacional ter vencido o Bahia pro 1 a 0, sábado em Salvador, garantindo vaga no G4, três pontos à Frente do Grêmio, que ocupa a 10ª colocação na tabela.  
 
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