Petros está na berlinda por ter empurrado o árbitro Raphael Claus no clássico do último domingo

Petros está na berlinda por ter empurrado o árbitro Raphael Claus no clássico do último domingo

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

Petros foi contratado para compor elenco e em pouco tempo se transformou em peça-chave do elenco corintiano. Assumiu uma liderança precoce, foi reconhecido pela diretoria e ganhou lugar no time de Mano Menezes. Tudo em poucos meses. Se a subida foi rápida, o primeiro tombo também. Em cerca de dois segundos, o volante mudou de direção (literalmente) e pode ter, ali, definido sua história no 2014 do clube do Parque São Jorge.

Petros está na berlinda por ter empurrado o árbitro Raphael Claus no clássico do último domingo. Se for condenado, pode pegar até seis meses de gancho, embora os envolvidos acreditem em uma pena menor. É uma virada em um jogo que ele ganhava de goleada. Um gancho tão longo, em um período de reformulação, pode jogar o atleta para o fim da fila de um time em reformulação.

O volante de nome estranho, inspirado no apelido do pai, chegou do Penapolense por empréstimo. Foi uma indicação do olheiro Mauro Van Basten que quase não emplacou com a comissão técnica, mas que gerou boa impressão assim que chegou.

Petros mostrou desenvoltura dentro e fora de campo. Aos 25 anos, sem nenhuma passagem em um clube de ponta, o jovem volante não titubeou quando teve chance no time. Forjou a si mesmo como um pilar da equipe, se desdobrando entre a marcação e a criação como seus antecessores nunca conseguiram fazer.

Mano vê a intensidade de Petros como o diferencial do jogador. Ele é o líder dos desarmes no Brasileiro (4,69 de média) e ajuda a tirar a sobrecarga que Ralf tinha quando atuava ao lado de Guilherme (2,2) ou Bruno Henrique (1). Paralelamente, chega ao ataque, se movimenta entre as linhas ofensivas e participa dos gols.

O primeiro dele foi simbólico. Foi Petros quem fechou a primeira vitória sobre o Palmeiras no Itaquerão. Na comemoração, tirou a cartola imaginária como quem agradece ao público após propiciar um espetáculo. Não foi difícil entender por que ele caiu nas graças da torcida.

Petros convenceu a todos muito facilmente. O Corinthians procurou o jogador menos de dois meses depois de sua chegada para contratá-lo definitivamente, com compromisso até o fim de 2018. Contrato novo, lugar garantido no time e reconhecimento da torcida, tudo temperado com boas doses da raça que a torcida alvinegra tanto gosta.

O volante é daqueles que berra no ouvido do adversário quando rouba a bola. Se estoura um empurra- empurra em campo, ele invariavelmente se envolve, seja para apartar ou para aumentar a confusão. Foi assim contra o Palmeiras, foi assim contra o Santos. Só que esse ímpeto pode ter o atrapalhado quando ele decidiu, em milésimos de segunda, correr para a esquerda em vez da direita, chocando-se diretamente com as costas do juiz.

"Clássico nunca é um jogo normal. A concentração é diferente, a repercussão é diferente. A equipe entrou com muito mais vontade. Ele é tranquilo, mas acabou tomando aquela atitude. Não tenho opinião formada, não é um caso que acontece em todos os jogos. Pode ser isso sim, de repente o excesso de vontade fez com que ele tomasse essa atitude", disse Fábio Santos, avaliando o caso.

FOTO: UOL

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